quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

Redes

Em termos globais, estamos na Sociedade Hipertexto. Na sociedade das redes flexíveis, criativas e dinâmicas. Nas redes que se governam pela negociação, pela ética e pela criatividade coopetitiva.

Mas, em Portugal, continuamos na Sociedade Medieval das redes, com vestimentas de Sociedade Moderna, que se refletem nas «ordens», nos «fatos e gravatas», nos estatutos de privilégios que alguns lugares conferem. Estamos ainda na sociedade dos compadres.

As recentes nomeações da Águas de Portugal e da EDP comprovam que as nossas redes estão ultrapassadas, mas persistem. Têm um elevado valor. No caso de Catroga, para o setor privado, vale, pelo menos, 45.000 euros por mês! Outro bom exemplo é o de Jorge Coelho. Quanto lhe paga a Mota Engil?

Com estas redes e as convicções ultrapassadas que imperam em todas as classes sociais, persistem as práticas inadequadas que desde o início do milénio têm colocado Portugal fora dos benefícios da Sociedade Hipertexto. Atrasam-nos irreversivelmente em termos económicos e sociais.

Assim, o investimento estrangeiro não se faz em Portugal, o português corre para fora, os emigrantes são já cerca de 100.000 por ano – altamente qualificados -, o decréscimo económico previsto será entre 3 e 4% e o desemprego vai afetar, em 2012, cerca de 60.000 pessoas.

Será que o problema está lá fora? Será que está na qualidade dos trabalhadores que, com muita facilidade, arranjam bons empregos no estrangeiro ou será dos horários de trabalho? 

Ganhem juízo!

Um comentário:

  1. Na realidade, já estamos é na Sociedade Hipermédia ;-) Mas o que interessa mesmo são as redes abertas. Se as massas aderirem às redes abertas, as redes fechadas vão começar a perder a sua posição de privilégio. Basta que todos nos disponhamos a ser um pouco mais públicos e menos privados. (Eu ouço os meus conselhos, mas sou mais do que a minha racionalidade...)
    Abraço.

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