domingo, 29 de dezembro de 2013

Todos podemos, mas ...

Há muitas maneiras de aprender e usar a vida que temos, um dia a seguir ao outro. Uma delas, é experimentando, em segurança, no seio da família, as múltiplas dimensões da vida, como a luta, a música, a arte, a cooperação e a competição.

Algumas crianças têm a sorte de crescer numa família aberta, multicultural, informada ou numa família que conserva o seu padrão identitário (a tradição) equilibrada com o mundo em que se insere.

Outras há que nascem em famílias que se descaracterizam, fechadas e perdidas, num mundo que não compreendem.

As que nascem nas primeiras, têm condições para se sentirem seguras e as bases para um crescimento saudável. As outras, tentando sobreviver emocionalmente, estão mais frágeis para enfrentar o exterior.

Felizmente, a vida de uma criança não se circunscreve à sua família … e todos podemos ter um pequeno papel, positivo, no seu crescimento, em casa, na escola e até na rua!


Um bom exemplo de educação pelo desporto, na rua, pode ser visto em http://www.futrua.org/projectos/bola-pra-frente/ (parabéns aos seus promotores).

quinta-feira, 17 de outubro de 2013

Estúpido arrogante

Num centro de negócios modernaço, caminhando pelo lobby, cruzei-me com engravatados de ar altivo e confiante, expressando arrogância nas palavras e no andar.

Lembrei-me das palavras de um velho sábio: «Por detrás da arrogância, está, sempre, um cérebro estúpido que não deixa aquele tipo viver a vida em Paz» … e em Harmonia com os outros. (O mesmo se passa com os teimosos!)

Mas pensei, logo a seguir: por vezes, o estúpido sou eu, quando, em certos sinais e comportamentos, leio uma arrogância que não existe. Apenas, e só, pretende disfarçar a sua enorme fragilidade. Afinal, ele é um humano, minimalista e incompetente na gestão das emoções e relações.

Lá continuei, sorridente, compassadamente, até chegar a casa. 

Tudo de bom ;)

sábado, 28 de setembro de 2013

O melhor modo de viver

Um indivíduo em harmonia, irradia um sorriso suave e aberto, com um olhar terno. Vive, aconchegado em si e no seu contexto. Uma pessoa que se sinta bem consigo, confortável com a sua identidade, em harmonia no seu mundo, não precisa de se sentir campeã nem de achincalhar os outros. 

A necessidade de ser campeão, de ser superior, de ser especial, de ser único, corresponde, muitas vezes, a um desconforto afectivo e emocional que a pessoa, intimamente, sente sobre si mesmo. É um estado de doença emocional inconsciente, cultivado na sua envolvente. A necessidade de auto-afirmação gera a superação, produz o tónus que faz lutar e, eventualmente, vencer. Por isso se esforça tanto!

A sociedade que temos favorece esta abordagem, o sofrimento oculto e o aparecimento de emoções negativas, compensadas pela luta, pela superação e pela vitória. Despoleta a necessidade de cultivar o sentido de ser herói, porque, de facto, se está doente, desconfortável, infeliz.

Será o melhor modo de viver a vida?! 

sexta-feira, 2 de agosto de 2013

Meio cheio … ou vazio

Muitas vezes se fala no copo que está meio cheio! Ou meio vazio!

Efetivamente, a água está a meio do copo ou … vai, numa evolução constante, enchendo-o ou esvaziando-o, estando, naquele instante, a meio.

O facto é esse! 

O resto são interpretações (ilusões), … com as quais entendemos e desenhamos a vida, dando-lhe um sentido poético (positivo) ou dramático (negativo).

A morte é algo assim. Olhada por si só, é, simplesmente: a paragem de um sistema! Pode ser vista de modo poético, valorizando as coisas boas ou … de modo dramático, realçando as más.

E a vida vai acontecendo, cheia do sentido que lhe damos.

Por isso, perante os factos, uns olham, outros riem e outros choram. Mas, se formos capazes de mobilizar estes três pontos de vista, podemos relativizar os factos da vida.

TUDO DE BOM ;-)

domingo, 14 de julho de 2013

Tudo passa

Tudo passa! As coisas boas ... e as más! Tudo é impermanente. Apenas se mantém na nossa mente, porque a emoção as agarra e a razão organiza. São memórias, que o corpo fixa para nos estabilizar. Memórias que nos dão asas ou acorrentam, muitas vezes, para sempre.

Por isso a vida é uma sucessão de factos e de escolhas manipuladas pelas memórias. Escolhas com emoção, dramática ou poética, marcadas pelo passado vivido e pelo futuro desejado. Para além disto, a vida são ligações (emocionais e racionais, dinâmicas) sobre as quais, por vezes, tomamos consciência. 

Todavia, tudo passa, é impermanente, concretizando-se na mente, através do corpo. 

terça-feira, 9 de julho de 2013

O Sentimento de Si

Alguns sons, cheiros e formas, ficam connosco por um tempo infinito, eterno. As experiências da vida moldam os nossos corações. Ou talvez não!

Há uns seres que crescem com os anos, apascentados pelos contratempos, pelos sorrisos e momentos. Recordam com um olhar terno os netos e a infância, sabendo aguardar, alegremente, pelo que os espera. Outros envelhecem, tristes e amargurados.

Porque será? Tudo tem que ver com o Sentimento de Si ... e dos Outros?


Mestres, Amigos ou Anjos da guarda!

Um sorriso na alma e nos lábios, um olhar sereno, a disponibilidade para nos ouvir, sentir e escutar. É tudo o que queremos dos que nos acompanham nos momentos de reflexão. Valorizamos a sua disponibilidade para sentir e pensar diferente, a vontade de partilhar, de dar e receber, a Lucidez das suas sugestões e questões.

Eles ilustram a Gratidão pela vida, a importância da Paciência para enfrentar as contrariedades, a Alegria de Viver em Paz. Ajudam-nos a conquistar a Esperança e apoiam o nosso Investimento próprio, o arrojo que a autoconfiança e a inconsciência nos trazem. Eles são os nossos AMIGOS, os Anjos da Guarda que a pressa do dia-a-dia esconde, longe da nossa atenção. Eles andam aí. Nós é que, distraídos das coisas mais importantes, não os vemos!

domingo, 31 de março de 2013

Focados para vencer

As ideias e as questões que somos capazes de gerar criam a realidade que vivemos, definindo-a, para além das circunstâncias! 

Todos temos as características de sucesso, que anulamos ou desenvolvemos ao longo da vida.

Nos bairros degradados e nas escolas, os miúdos que vencem possuem as seguintes:
  1. São optimistas, acreditando num futuro melhor;
  2. Têm regras morais e seguem pessoas optimistas;
  3. Definem os objectivos no futuro (dentro do que os apaixona);
  4. Focam-se nas suas forças sem esquecer as suas fraquezas;
  5. Transformam o contexto pelas questões que colocam;
  6. Perguntam: O que é correcto fazer? O que me apaixona?;
  7. Focam-se no que funciona;
  8. Apresentam grande resiliência ao fracasso.
Com esta mentalidade, aumentam os seus níveis de confiança e de auto estima, bem como de esperança, reduzindo os níveis de ansiedade. Ganham poder. Normalmente, desenvolvem a compaixão e a empatia.

Com imaginação, tornam-se consequentes e felizes. Ultrapassam as dificuldades e sentem-se melhor para enfrentar novos desafios. Vão crescendo, coleccionando experiências e competências.

Antes estúpido do que inteligente


A solução de um problema não passa sempre pela sua compreensão. Muitas vezes, é a intuição e a acção que apontam e criam a solução. Por esse motivo, em vários momentos, para enfrentar e resolver os problemas pessoais (ou organizacionais) não importa ser psicólogo, analista ou cientista. É preferível ser estúpido!

Demasiadas vezes, fazer reflexões retrospectivas, como a psicanálise propõe, é menos terapêutico do que agir, rir, viajar, fazer exercício físico e ajudar ou ter um objectivo apaixonante.

Muitas vezes, é a acção (simples, estúpida) que explica o sucesso e a resolução do problema. Aliás, é comum haver situações em que ser limitado e estúpido, mas intuitivo e empreendedor, passa a ser o requisito essencial para a concretização da solução necessária!

Concluindo: mais vale ser estúpido, desde que se tenha um objectivo e se resolva aquilo que inventamos como problemas, do que ser culto e inteligente, racionalizando-os demasiado para compreender as suas origens, fazendo-os persistir continuamente no nosso pensamento. 

Tal escolha, não depende da qualidade e do tipo de problema.

Como diria o saudoso  Fernando Pessa: E esta, hein? 

sexta-feira, 29 de março de 2013

A nossa triste sina


Temos de assumir que somos um país pobre, com uma mentalidade piegas, queixinhas e pouco empreendedora, de gente esforçada. Maioritariamente, é tudo «boa gente», com bom coração, mas, irresponsável e com incapacidade de visão de longo alcance.

Se olharmos para os países nórdicos, verificamos que o mesmo se passava na Finlândia, na Suécia e na Noruega, em 1950. Ainda são países predominantemente rurais. Eram pobres e atrasados. Hoje, estão no topo dos rankings de desenvolvimento humano … e económico.

Os Tugas e os Castulhas (espanhóis) são maioritariamente sérios e competentes. Por isso, no estrageiro, excelentes trabalhadores! Salvo raras excepções. 

Mas há uma diferença essencial entre nós e eles (os nórdicos). Não somos democratas. Esses assumem a responsabilidade da reflexão e da acção. Tomam em suas mãos os poderes de decidirem sobre as suas vidas e de agirem para que tal aconteça. Veja-se o caso da Islândia.

Aqui, demasiada gente, do povo e das elites, tem a mania de que a responsabilidade pelo desenvolvimento é um trabalho para o vizinho. Cada um de nós, pode continuar a ser irresponsável, analfabeto, desinformado, passivo, mantendo o seu nível de vida e de consumo insustentável. Até que deixa de o poder!

Além disso, aceitamos lideranças indecentes, votamos nos piores! Naqueles que se aproveitaram da Democracia para ganhar mordomias. 

Mas, como diz o Luís, bebamos uns whiskies e sigamos a vida, enquanto os outros se lixam ;-) TUDO DE BOM

quarta-feira, 27 de março de 2013

No registo da culpa

«Miúdas, quem é que fez isto?» Foi a primeira pergunta, que me saiu, gritada, quando dei com o café entornado em cima da mesa :-( Parei um pouco, respirei fundo … e perguntei-me: porque me saiu logo esta questão, tão súbita e natural? 

A resposta é simples: Porque assim me treinei! É a minha programação neurolinguística, para as situações de contrariedade. Foi construída e consolidada por múltiplas experiências, desde a infância.

Normalmente, a primeira pergunta que fazemos perante um problema ou uma falha é: «quem é que fez?». Temos a estúpida mania de buscar um culpado, esquecendo a aprendizagem que podemos fazer. 

Quando olho para as famílias e as empresas com as quais trabalho, encontro muitas vezes a mesma cultura, a mesma acção neuroprogramada. É  aquilo que chamaria o Registo da Culpa, algo que construímos desde cedo, na família e na escola. 

Com este foco, esquecemos o essencial: a busca da solução (com base na sequência lógica de definir o Objectivo, activar a Imaginação, utilizar a Criatividade Colectiva e cultivar a Inovação).

A programação da «busca da culpa» atrasa a nossa capacidade para encontrar soluções criativas e inovadoras, criando a adaptatividade das pessoas e das organizações aos acontecimentos imprevistos. 

Precisamos de sair deste registo para ter uma vida melhor, mais reconfortante.

sexta-feira, 22 de março de 2013

Não é novidade

Não é novidade nenhuma, mas a Europa está a afundar para que os Estados Unidos e alguns países da Ásia sigam a sua viagem de crescimento com base no modelo económico que destrói o planeta, aumentando a densidade construtiva e populacional, o consumo e a degradação dos recursos naturais não renováveis.

A novidade é que o fim da viagem da Europa integrada (grande potência que ameaça a economia dos EUA, a Rússia, a China e a Índia) está próximo, como demonstra a quebra acentuada e inesperada da confiança dos investidores e a recusa de salvar Chipre da bancarrota. 

Este irrelevante país seguirá as pisadas da Islândia ou as da Primavera Árabe.  Depois, será a vez da Grécia e de Portugal, falido pela irresponsável governação desde 2000. Depois, todo o Sul que possui as mais baixas taxas de crescimento do PIB na Europa (veja-se o Eurostat).

O que estes sinais indicam é simples, mas ninguém quer ver!

O barco já está encalhado, com um brutal rombo no seu casco! Depois, talvez se afunde como o Titanic, a pique, com guerras e guerrilhas urbanas. Ou, no melhor cenário, assim permanecerá, imobilizado, com desemprego crescente, enquanto os outros barcos se movem.

Uma solução poderia estar na abordagem do «Decrescimento», outra, na «Transição». Mas, … geram menos lucros do que o investimento que se alimenta da degradação do planeta e … pior do que isso … vivem de transparência e participação responsável … algo que não está ao alcance dos cidadãos desinformados nem dos políticos corruptos destas novas gerações partidárias.

Enquanto não despertamos, TUDO DE BOM ;-)

quinta-feira, 7 de março de 2013

Maldita greve



Hoje decorreu mais uma das greves que merecem desprezo e repúdio. É egoísta, não serve para nada, mas prejudica milhares de pessoas.

A greve é um direito conquistado com o sangue suor e as lágrimas de muitos que, antes do 25 de Abril, lutaram pela Liberdade e pela Democracia. Não pode ser abastardado pela repetição contínua, invocando … aumento de salários e benefícios corporativos (muitas vezes injustos e infundados quando comparados com outras carreiras, profissões e salários), numa época em que qualquer racionalidade sugere a contenção.

Pegar nesse direito e desvalorizá-lo do modo que o têm feito, é um crime de lesa-património. Uma vergonha inconveniente. O reflexo de um egoísmo inaceitável e sem pudor que faz com que os que se sentem prejudicados o ponham em causa.

Pois é, meus amigos, sindicalistas, que, nos últimos 20 anos, acantonados nas suas visões passadistas, pouco têm contribuído para dignificação e qualificação socioprofissional dos trabalhadores, desonrando a herança de outros tempos de sindicalismo ... afinal, não são os patrões que matam este direito. É o abuso ilegítimo que o faz. 

As greves perdem sentido quando são apenas armas de instrumentalismo político ou mecanismos de corporativismo conservador e aberrante.

Não assassinem o direito que custou a vida a alguns!

terça-feira, 5 de março de 2013

Espaço público


O espaço público é aquele que nos liga, que a todos diz respeito. Não é o espaço vazio da irresponsabilidade. Pelo contrário, é Cheio de espaços físicos e de relações imateriais, invisíveis, que definem a qualidade de uma civilização.

O espaço público é de todos. Mas infelizmente, muitos pensam que é de ninguém.

O espaço público reflecte o valor das relações entre pessoas. Tanto nos cenários que desenhamos com arquitectura e paisagismo, como no contexto das palavras e ideias que propagamos na comunicação social.

Nos últimos anos, no espaço público, vemos sinais positivos. Cuidamos mais dos nossos cenários, desenhamos com mais rigor e estética, com maior preocupação na coisa pública, de todos nós.

No campo da comunicação ... Ups! Os últimos anos têm demonstrado uma forte tendência para a degradação. O espaço público das palavras está cheio de mentiras e polémicas vazias, de desleixo e de irresponsabilidade, de corrupção intelectual.

Cria-se uma sociedade balofa em que a beleza do espaço esconde o apodrecimento das relações, cultivando a desconfiança e a falta de esperança, acentuando os distúrbios sociais e mentais!   

domingo, 24 de fevereiro de 2013

Grandes estúpidos

Insultados, separados e parados, que estúpidos que somos! Encaminhados, em fila, por gente que não tem escrúpulos e não se preocupa com os outros.

Os políticos, banqueiros e demais indivíduos que se governam com o trabalho e os impostos que sofridamente pagamos, insultam continuamente a nossa inteligência com mentiras, promessas e afirmações que mais não fazem do que enganar gente pouco informada.

Há uma cambada silenciosa de portugueses que não tem noção que as democracias se fazem com consciência, educação e co-responsabilidade, no debate e na acção. Com lutas e com as mãos dadas.

Quando oiço os malandros falar (governantes e líderes da oposição, manipuladores de opinião pagos por vários interesses), quando vejo os responsáveis pela desgraça a gozarem a liberdade que o dinheiro que roubam lhes permite usar, comprando órgãos de comunicação, advogados e opinadores que inquinam a democracia, ganhando lugares de administração que a corrupção comprou. Fico cheio de nojo!

Quando vejo os que enterraram financeiramente o país, os clubes, as empresas e as famílias, pergunto-me: Quanto tempo mais é que estes estúpidos (cidadãos que ficam quietos) vão aceitar o insulto?

Mas, depois, fico sensato e calmo. Afinal, em democracia, quem manda é o povo, elegendo e apoiando aqueles nos quais se reflectem!

Grandes estúpidos! Afinal, não são Islandeses nem gente culta! São escumalha ao nível da que elegem.

Deviam conhecer os donos de Portugal: http://vimeo.com/40658606

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

Vias!


Há muitas vias para chegar a qualquer lado. Não precisam de dogmas, nem de regras, nem de «verdades». Apenas de viajantes motivados e da sua capacidade de escolha!

Nem sempre nos levam ao ponto mais desejado! É assim, é a vida ;-). TUDO DE BOM

sábado, 16 de fevereiro de 2013

Uma verdade inquestionável


Uma pessoa culta (que busca o conhecimento com prazer) tem à sua disposição um leque muito mais vasto de ideias, instrumentos de aprendizagem e concretização. Adquire poder. Pode ser muito mais autónoma e poderosa se assumir esse conhecimento com uma atitude empreendedora, positiva.

Mas só faz crescer o seu valor se partilhar a sabedoria e as suas acções bem sucedidas com os outros, ajudando-os a concretizarem processos e resultados que contribuem para o bem comum! Esta é uma verdade inquestionável.

Mas há imensos burros em inúmeros cargos de decisão, que, porque não buscam aprender, são incultos. Porque o são, escolhem soluções velhas e egoístas, demonstrando um elevado nível de atraso racional. Porque apostam nessas soluções, aprisionam os outros e o nosso bem comum em padrões de subdesenvolvimento, num deserto árido de soluções onde qualquer boa semente tem dificuldade em crescer. Criam um sistema de poder medíocre, ao nível da mediocridade que a sua incultura permite!

Ultimamente, juntam-se com frequência nos partidos políticos de poder. Se calhar, sempre assim foi! Mas nós, incultos e emburrecidos, não víamos o que era evidente! A coisa estará a mudar?

terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

Muito Obrigado ;-)


É tão fácil deixarmo-nos levar pela doce tentação de curtir o quotidiano com aquilo que se nos dispõe. É tão fácil imaginar a vida, os factos nus e crus, com as cores de que os queremos pintar. É tão fácil passar pelos outros sem os ver nem tocar. É tão fácil viver na ilusão e alegria, em festas sucessivas e compras abusivas. 

Até que, num repente, um ténue despertar nos comprime contra a realidade que não queríamos encontrar. Aí, paramos para pensar.

É assim que se faz a vida. Iludidos e esperançados. Distraídos, despreocupados, porque um conjunto de seres (vivos, que não só humanos) nos criou um mundo cheio de coisas boas para viver. 

Apesar dos choques que a realidade nos traz, de vez em quando, é tão fácil viver se olharmos para as coisas boas que alguns, e todos, conquistámos através da História, que «alguém» (seja Deus, a Natureza, os Homens ou outros criadores) teve o carinho de nos deixar.

Mesmo que os maus momentos nos acompanhem. É tão mais fácil viver se, diariamente, soubermos agradecer e contemplar os pequenos sorrisos inesperados do dia-a-dia e os grandes monumentos de beleza que a civilização nos permite guardar ;-)

A todos eles, Muito Obrigado!

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

De volta à Terra


A Terra - cheia de solo e água, onde uns seres especais (a que chamamos plantas) se instalam para viverem para além das civilizações - é a fonte da vida e a antecâmara da morte, de um pesadelo anunciado para esta civilização que se julga invencível, como a dos Incas.

Nascemos na Terra e nela vivemos para morrer! Ou, numa perspetiva mais interessante, para ter o prazer de passar por momentos que ajudam a aprender.

Os nossos níveis de tecnologia, muitas vezes incivilizada, eticamente mal usada, têm maltratado este ser que nos acolhe para recebermos a energia cósmica que emana do sol, das outras estrelas e galáxias. A nossa arrogância, com aparente base científica, tem-nos afastado do cultivo e do culto da terra. Aumentando as condições para um colapso pessoal e civilizacional, constantemente adiados.

Aqueles que, um dia, regressam à Terra, pela prática agrícola ou contemplativa, fugindo do tempo industrializado que nos tem marcado – nos últimos 200 anos – resgatam a Paz, resgatam a Vida. Renascem de forma espontânea para um estado de espírito que apenas encontravam quando meninos, inconscientes e livres, divertidos.

É assim com muitos adultos, mais novos e mais velhos, que, nas hortas urbanas, nas caminhadas pela serra, nos passeios de canoa e nos encontros com a Natureza, encontram os momentos de regresso à Terra. Sintonizam-se numa energia de tranquilidade, acalmando a ansiedade que a vida do relógio se encarrega de multiplicar.

Neste caminho, distante da Terra, será o saber Ocidental uma fonte de Vida, Progresso e Prosperidade? Até Quando? Serão as universidades um espaço de Saber? Com que limites? Qual o valor da sabedoria dos que Vivem, para além desta civilidade, no simples contacto com a Terra?

Esta é uma pequeníssima homenagem aos «campónios», aos «sábios populares», aos «monges» - no fundo, à «velha sabedoria» da Europa, das Áfricas, das Américas e da Ásia - que ainda não se perderam na Terra, envoltos na arrogância estúpida da ciência e da política do «Ocidente»! 

É tão fácil crescer estúpido! Sem disso se ter noção!



segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

Não consigo ... ou ... já venci?



«Não consigo» é a pior afirmação que podemos sentir na vida. É um limitador de sucessos, de vitórias, de felicidade.

Quem julga que não consegue, está vencido, derrotado pelo medo de falhar, da vergonha. Desiste sem tentar. Perde antes de jogar. Deixa o jogo e a possibilidade de aprender, de aumentar o leque de soluções que, mais tarde, poderá utilizar.

Quando imaginamos conhecer as nossas limitações, podemos afirmar que o objectivo está longe, distante, não será fácil, implica esforço. Mas, nunca, em caso algum, deveremos achar que é impossível, que não conseguimos. A partir do momento em que nos convencemos da nossa incapacidade, aí sim, mesmo que seja fácil, falharemos.

«Não consigo» foi a triste derrota que impus a mim mesmo em muitas situações. E, por isso, não consegui! Nem tentei! Nem aprendi!

Hoje, digo sempre: «deixa-me tentar». Mas sinto: «acho que vou conseguir!». Assim, a derrota poderá estar lá fora, nas circunstâncias, mas não está em mim. Só por isso, «já venci» ;-)

sábado, 2 de fevereiro de 2013

Ligações eternas ...


Os anjos cuidam dos outros, com ligações efémeras que se eternizam no tempo, com uma profundidade tão grande como a do universo. Os enfermeiros que cuidam, acarinham, as pessoas. Alguns médicos, pais e educadores fazem o mesmo. Transcendem o seu poder humano.

O acto de cuidar é muito diferente do de tratar. Não se ensina. Aprende-se! Vem de dentro, cheio de amor, de afetividade.

Não é a técnica que faz a diferença no trabalho e na vida. O segredo dos anjos cuidadores é só um: a DISPONIBILIDADE AFETIVA para acolher e ajudar o outro. É com esta disponibilidade que desenvolvem a ação, as suas relações. Por isso, também, são felizes!

Grande parte da felicidade humana está no risco que surge na «disponibilidade afetiva», que se transforma em sorrisos trocados, gargalhadas cúmplices, olhares de amor, partilha e ajuda, em relações queridas! Era por isso que a Madre Teresa era Feliz, que muitos pobres também o são. Porque são ricos em ligações de afeto.

O conforto, a televisão, a escola e a (in)civilização da ciência e da racionalidade moderna têm-nos trazido para a boa distância técnica, para o afastamento em relação aos outros. Para a indisponibilidade afetiva. Por isso, alguns se fecham. No trabalho e em casa, rodeados de segurança e de distância, presos nas práticas correctas, no computador ou na televisão.

Perdidos, alguns urbanitas (que vivem no campo e na cidade, na Internet e na virtualidade, como se essa realidade fosse única e especial), constroem o distanciamento em relação ao outro, aquele de quem não cuidam, com que não se importam, de quem fogem com medo de se ligar.

Iludindo-se, esquecendo e escondendo-se dos outros, afastam-se de si. Agarram-se com unhas  e dentes àquilo que julgam ter, às poucas relações que dominam. Empobrecem.

Afinal, a racionalidade moderna pode ser o melhor caminho para a infelicidade, quando alguém se deixa cair no conforto técnico do isolamento! Nesse modo, enquanto trabalha, é, meramente, um técnico. Quando se reforma … um infeliz abandonado!

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

Tretas e balelas


Muito se escreve sobre o pensamento positivo, o quanto ajuda a desenvolver a vida. Até cura doenças, prometem alguns! Fortemente iludidos.

Isso são tretas, balelas e deformações de outras «verdades» que curam e encaminham, mas que não dominamos. Por vezes, alguns de nós lhes tocamos, levemente, com partes do corpo e da mente que nos ultrapassam largamente.

A Força não é do pensamento. Mas, antes, do sentimento, da positividade natural, uma energia interna que nos faz crer, acreditar e alinhar com as fontes criativas, das cordas do tudo.

É esse sentimento, não sentido, que nos sintoniza com as boas (ou más) energias que por aí andam. Não é um processo que controlemos pela razão. É um estado de Espírito (Santo, para alguns), uma conjugação, que, por vezes, sem querer, deixando-nos Ser, estando em bem, desenvolvemos e recolhemos, trocando com outros, retransmitindo.

E, depois, neste contexto que dá poder, muitos divagam. Outros,  empobrecidos pela razão racional, afirmam que não existe. Estão ambos enganados, equivocados por tretas e balelas!

Nem imaginamos o poder que temos ;-) quando o queremos usar.

quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

«O gajo é uma besta!»


É comum ouvir sobre o médico: «o gajo é uma besta! Não se consegue falar com ele!» Pois é, por vezes, têm razão!

Alguns médicos especialistas, de renome, são insuportáveis! Estupidificam na inteligência. Treinaram-se para detectar pormenores, ver factos, casos. Eliminam a dimensão humana e relacional da sua análise. Isolam-se na arrogância do saber específico, limitado.

Tecnicamente actualizados, são rigorosos, informados, mas … incompetentes a comunicar. Usam uma linguagem codificada e incompreensível, esquecem a humanidade do «doente». Funcionam como máquinas treinadas para detectar falhas do corpo e definir ações curativas, olhando apenas uma parte do  sistema. Esquecendo o resto. 

Não são «bestas». Mas, antes, limitados na sua inteligência e na arrogância do «conhecimento específico». Alguns dão-se ao luxo de ter este comportamento no hospital (público), mas mudam radicalmente nos seus consultórios (privados). Têm mau carácter, parecem-se com «mercenários oportunistas»!

Um médico, é uma pessoa. Tem uma ética, uma moral e uma personalidade específicas, que marcam o seu Ser, o seu comportamento e as suas relações. Isto educa-se ... e aprende-se! 

Quando é que «as escolas» perceberão que as dimensões importantes da acção clínica são, também, a comunicação e a educação? 

Depois, alguns, admiram-se com o comportamento dos doentes!

terça-feira, 29 de janeiro de 2013

As circunstâncias constroem-se


Concordo com o que disse há dias o meu amigo João (Ferrão), numa entrevista com/sobre o Nuno Portas, na TSF: «há pessoas, como o Nuno, que criam as suas circunstâncias!».

Hoje (29.1.2013), teclando no facebook, perguntei aos meus ex-alunos por onde andavam. Tenho saudades de muitos deles, da sua irreverência e criatividade. Sei que alguns estão por fora, com grande alegria e sucesso. Outros estão cá, com um pouco menos de sucesso e outros, infelizmente ... continuam menos ativos, amedrontados! Os tempos não são muito fáceis!

Mas recolhi boas notícias, ótimos testemunhos. Muito diversos.

O Pedro respondeu-me assim: "Shenzhen, China. Fiz uma análise de mercado depois de 2 meses aqui às aranhas a ver todos os arquitectos a entregar portefólios e a receber o mesmo ordenado, fossem eles excelentes ou medíocres. Percebi algo. Uma brecha. As equipas de construção subcontratam ateliers de arquitectura para desenhar e os ateliers subcontratam empresas de construção para ir a concurso. Ofereci os meus serviços como chefe de equipa internacional de projecto de arquitectura. Ficaram interessados e recrutei 5 estrangeiros para trabalharem comigo. Estava descoberta a brecha no mercado. Por vezes é bom parar e pensar no que se pode mudar. Remar contra a maré não é solução. Há que sentar na margem um pouco e pensar em algo que ainda ninguém tenha reparado ;)"

A Teresa disse: «Boa tarde professor e colegas! No meu caso nem procurei trabalho em Lisboa. Candidatei-me um pouco para todo o mundo e, acabei por escolher Paris. Nao podia estar mais feliz com a minha escolha, a burocracia é simples e o pais organizado, tenho contracto de trabalho e salario para conseguir comer e viver a cidade. Trabalho em parceria para o Philippe Starck, e em termos de modo de trabalho é muito semelhante ao modo portugues, as leis sao diferentes, o neufret diferente, a lingua diferente, mas tudo se aprende rapido. A minha equipa é variada e internacional, para quem nao sabe o frances, o ingles é a lingua predominante. Recomendo em todos os aspectos emigrar. Nao sei por quanto tempo pretendo ser emigrante mas uma coisa é certa nao pretendo voltar a portugal tao cedo, cada vez mais sinto que tenho muito mais a aprender, viajar e conhecer. P.S. ha diversas a contratar estagiários por aqui. Beijinhos.» (…) «Se alguém precisar de ajuda por estes lados ou sitio para ficar durante entrevistas, sejam bem-vindos! »

O Nuno fez o seguinte comentário «Olá "eterno" Professor Álvaro. Não sei se está recordado de quem eu sou, mas eu lembro-me bem das suas aulas, marcaram o meu percurso académico e a forma de ver o Mundo. Por isso, muito Obrigado! Estava eu numa aula do 4º ano de Projeto e durante a conceção gráfica de um painel para apresentação descobri uma paixão, o design gráfico. Contra tudo e contra todos decidi seguir o meu sonho e apenas com uma mala de cartão e um sonho decidi empreender e já lá vão 12 meses que tenho um estúdio de Comunicação & Imagem (Ideiamagenta, lda.) no Porto Alto, ao lado de Vila Franca de Xira. Atualmente somos 3 pessoas. As coisas não são fáceis mas cá nos vamos aguentando. Temos de batalhar, apesar de muitas das vezes ser frustrante, o nosso (des)governo está a atrapalhar a vida de todos nós e principalmente dos Jovens que possuem Sonhos. Por isso, já temos um pé em Moçambique... Enfim, não querendo alongar-me mais, quero dar-lhe um grande abraço e quem sabe um dia nos voltemos a encontrar, é sempre bom conversar consigo.»

E a Ana concedeu-me as seguintes palavras: «Eu mudei o meu rumo. Agora procuro uma vida profissional gratificante no mundo dos animais como auxiliar de clínica veterinária, mas nunca me esqueci das aulas fantásticas do professor Álvaro. Gostava muito das de história e de estruturas com aquelas contas todas, mas o abrir horizontes e a forma como nos ensinou a expandir o pensamento foi fenomenal. Ainda me lembro da maneira como me explicou um semestre inteiro em 3 min. A panela de sopa com os ingredientes que queremos, fazemos o prato final à nossa maneira. As coisas acontecem como nós as levamos a acontecer e tudo se pode interligar. Foi no teste seguinte que tive uma boa nota. Mais uma vez, muito obrigada por ser o professor que é.»

Pois é, se calhar, o João (Ferrão) tem razão. Pelo menos, parte das circunstâncias constroem-se, conquistam-se. A outra parte, nem por isso, mas, vale a pena acreditar que sim, dá força para tentar ;-)

sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

Liberdade condicionada


Os instrumentos são apenas: ferramentas. Os homens bons usam-nas com ética e gostam de Paz. Desenvolvem o altruísmo e a compaixão. Tratam de robustecer e cultivar o seu carácter, que guia a acção, conferindo-lhe um cunho de decência, evitando o sofrimento alheio.

Outros há que, irresponsavelmente, são tolos da Barca do Inferno (de Gil Vicente), consumindo(-se) e lutando diariamente por riquezas para esbanjar, recorrendo a todas as ferramentas que encontram sem procurar! Divertem-se, por vezes, dão prazer, salpicam a vida de alegria e tristeza, mais ou menos regada com o álcool que podem beber.

Mas há um outro grupo, o dos maus, de baixo carácter, que se dedicam diariamente a extorquir as condições de Paz, Harmonia e Alegria dos outros. Todos eles se misturam nos mais variados contextos.

No Ocidente, que se expande pelo mundo, suportado na vã mentira do progresso, os bons ficam sem meios, com a liberdade condicionada. Os irresponsáveis perdem-se. Os maus têm o prazer de gozar com os outros. Normalmente, admiram os que se mostram em Davos.

De acordo com a minha moral (católica!), estes malandros deviam ser presos. Como os que matam, os que roubam a vida dos outros. Estes bandidos privam os bons e irresponsáveis de uma vida plenamente conseguida. Criam sofrimento contínuo. E gozam com isso!

É por saber estas coisas que tenho deixado de escrever. A consciência da estúpida maturidade, simplesmente, aconselha-me: «trabalha, torna-te tolo, deixa-te estar, deixa acontecer, na tua liberdade condicionada!»

terça-feira, 8 de janeiro de 2013

Boa educação


É tão bom chegar a uma loja e ser bem recebido. Entrar num café e ter um sorriso que acolhe, tudo estar organizado e limpo, sentir que o inesperado está programado. Ser surpreendido pela organização e a educação. Dá conforto e bem-estar. 

Este é o resultado de uma cultura e de um trabalho conjunto da família e da escola. É o fruto da educação consistente e decente que promove a qualidade de vida.

Quando a educação falha … cria a baixa tolerância à crítica e ao erro, dois importantes elementos de evolução e melhoria do indivíduo e das organizações. Promove a alta tolerância ao desleixo, à mentira e à irresponsabilidade.

Muitas vezes, a educação falha porque se confunde (na família e na escola) a liberdade criativa e o respeito com a falta de limites, a indisciplina e a irresponsabilidade, que não são contrariadas.

Sem se dar por isso, com esse modelo educativo, treina-se, desde pequeno, pessoas pouco rigorosas, mas críticas e exigentes com os outros, que não arriscam, com medo do erro. Criam-se seres que fogem às responsabilidades, que preferem não afirmar, esconder-se, passar despercebidos, para não serem postas em causa. São, normalmente, pessoa incapazes de empreender com respeito e responsabilidade.

O país, o nosso dia-a-dia, é o reflexo desta «boa educação»!