Concordo com o que disse há dias o meu
amigo João (Ferrão), numa entrevista com/sobre o Nuno Portas, na TSF: «há
pessoas, como o Nuno, que criam as suas circunstâncias!».
Hoje (29.1.2013), teclando no facebook,
perguntei aos meus ex-alunos por onde andavam. Tenho saudades de
muitos deles, da sua irreverência e criatividade. Sei que alguns estão por fora, com grande alegria e sucesso. Outros estão cá, com um pouco menos de sucesso e outros, infelizmente ... continuam menos ativos, amedrontados! Os tempos não são muito fáceis!
Mas recolhi boas notícias, ótimos testemunhos. Muito diversos.
O Pedro respondeu-me assim: "Shenzhen,
China. Fiz uma análise de mercado depois de 2 meses aqui às aranhas
a ver todos os arquitectos a entregar portefólios e a receber o mesmo
ordenado, fossem eles excelentes ou medíocres. Percebi algo. Uma
brecha. As equipas de construção subcontratam ateliers de
arquitectura para desenhar e os ateliers subcontratam empresas de
construção para ir a concurso. Ofereci os meus
serviços como chefe de equipa internacional de projecto de
arquitectura. Ficaram interessados e recrutei 5 estrangeiros para
trabalharem comigo. Estava descoberta a brecha no mercado. Por vezes
é bom parar e pensar no que se pode mudar. Remar contra a maré não
é solução. Há que sentar na margem um pouco e pensar em algo que
ainda ninguém tenha reparado ;)"
A Teresa disse: «Boa tarde professor e
colegas! No meu caso nem procurei trabalho em Lisboa. Candidatei-me
um pouco para todo o mundo e, acabei por escolher Paris. Nao podia
estar mais feliz com a minha escolha, a burocracia é simples e o
pais organizado, tenho contracto de trabalho e salario para conseguir
comer e viver a cidade. Trabalho em parceria para o Philippe Starck,
e em termos de modo de trabalho é muito semelhante ao modo
portugues, as leis sao diferentes, o neufret diferente, a lingua
diferente, mas tudo se aprende rapido. A minha equipa é variada e
internacional, para quem nao sabe o frances, o ingles é a lingua
predominante. Recomendo em todos os aspectos emigrar. Nao sei por
quanto tempo pretendo ser emigrante mas uma coisa é certa nao
pretendo voltar a portugal tao cedo, cada vez mais sinto que tenho
muito mais a aprender, viajar e conhecer. P.S. ha diversas a
contratar estagiários por aqui. Beijinhos.» (…) «Se alguém
precisar de ajuda por estes lados ou sitio para ficar durante
entrevistas, sejam bem-vindos! »
O Nuno fez o seguinte comentário «Olá
"eterno" Professor Álvaro. Não sei se está recordado de
quem eu sou, mas eu lembro-me bem das suas aulas, marcaram o meu
percurso académico e a forma de ver o Mundo. Por isso, muito
Obrigado! Estava eu numa aula do 4º ano de Projeto e durante a
conceção gráfica de um painel para apresentação descobri uma
paixão, o design gráfico. Contra tudo e contra todos decidi seguir
o meu sonho e apenas com uma mala de cartão e um sonho decidi
empreender e já lá vão 12 meses que tenho um estúdio de
Comunicação & Imagem (Ideiamagenta, lda.) no Porto Alto, ao
lado de Vila Franca de Xira. Atualmente somos 3 pessoas. As coisas
não são fáceis mas cá nos vamos aguentando. Temos de batalhar,
apesar de muitas das vezes ser frustrante, o nosso (des)governo está
a atrapalhar a vida de todos nós e principalmente dos Jovens que
possuem Sonhos. Por isso, já temos um pé em Moçambique... Enfim,
não querendo alongar-me mais, quero dar-lhe um grande abraço e quem
sabe um dia nos voltemos a encontrar, é sempre bom conversar
consigo.»
E a Ana concedeu-me as seguintes palavras:
«Eu mudei o meu rumo. Agora procuro uma vida profissional
gratificante no mundo dos animais como auxiliar de clínica
veterinária, mas nunca me esqueci das aulas fantásticas do
professor Álvaro. Gostava muito das de história e de estruturas com
aquelas contas todas, mas o abrir horizontes e a forma como nos
ensinou a expandir o pensamento foi fenomenal. Ainda me lembro da
maneira como me explicou um semestre inteiro em 3 min. A panela de
sopa com os ingredientes que queremos, fazemos o prato final à nossa
maneira. As coisas acontecem como nós as levamos a acontecer e tudo
se pode interligar. Foi no teste seguinte que tive uma boa nota. Mais
uma vez, muito obrigada por ser o professor que é.»
Pois é, se calhar, o João (Ferrão) tem razão.
Pelo menos, parte das circunstâncias constroem-se, conquistam-se. A outra parte,
nem por isso, mas, vale a pena acreditar que sim, dá força para tentar ;-)