A EDUCAÇÃO é a arte de trabalhar a personalidade. Constrói e molda o caráter. Transforma as inteligências emocional, espiritual, cognitiva (intelectual) e relacional. Produz uma inteligência própria, que adequa a pessoa ao seu contexto, no presente e para o futuro.
A instrução, que se faz pelo ensino, é a técnica de condicionar, e, eventualmente, desenvolver a inteligência cognitiva: a competência de racionalizar as coisas. É limitada e limitadora.
Portanto, a EDUCAÇÃO integra a instrução, que se trabalha muito através do ensino. EDUCAÇÃO e ensino, não são a mesma coisa.
A melhor ferramenta educativa é a demonstração prática: o EXEMPLO! Educa mais do que a palavra, mesmo a bem instruída.
Sintam este exemplo, hipotético, sobre o CONSUMISMO:
Tenho vários discursos muito bem montados sobre o maldito consumismo. Posso repeti-lo e explicá-lo todos os dias às minhas filhas. Sempre com belas demonstrações, instruindo-as na arte de só consumirem o essencial. Mas no fim do dia, zangado com a vida, digo-lhes: «Estou farto, vamos ao Colombo, preciso de comprar um Ipod»!
Matei os meus discursos e a minha credibilidade. Apesar da instrução que dei, as minhas filhas vão aprender várias OUTRAS coisas que «ensinei»:
- É bom consumir, alivia a dor!
- Quem consome peca, desde que não seja eu a fazê-lo.
- Sou mentiroso, pouco íntegro e pecador!
- Sempre que estiverem tristes ou zangadas, o melhor é consumirem como o pai, arranjando uma boa desculpa!
«Ensina» melhor o que faço!
Percebe-se assim porque falham muitas vezes as áreas de Projeto, Cidadania, Estudo Acompanhado (devia ser de aprendizagem apoiada), EVT e EV! Porque não se prestam à instrução, são espaços de aprendizagem experimental, tal como a ciência laboratorial.
Sabem porque falha a instrução? Porque, muitas vezes, não tem sentido nenhum para quem é o alvo do ato de instruir.
Mas o ministro da Educação, coitado, não sabe!
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