quinta-feira, 19 de julho de 2012

Inventando tempo (dica de GT)


Uma vez que o tempo é o bem mais precioso que temos, a capacidade de o inventar é uma das maiores riquezas que podemos ter.

Como é impossível criar tempo em termos absolutos, existem estratégias para o fazer em termos relativos, evitando os desperdícios e as distrações, otimizando processos, designadamente através da utilização de novas tecnologias, dissipando conflitos (que nos consomem energias e degradam relações), delegando tarefas e utilizando processos de criatividade coletiva que permitem encontrar soluções muito para além daquelas que nós, sozinhos, somos capazes de imaginar.

Uma estratégia essencial de invenção de tempo chama-se: cooperação. 

Na maior parte dos casos, a invenção do tempo remete-nos para a dimensão coletiva do tempo e, com naturalidade, para a liderança. Quando delegamos, somamos o tempo e as competências dos outros ao nosso tempo e esforço. É uma acção inteligente.

Existem práticas de invenção de tempo muito interessantes como as que refere Polly Bird no seu «Gestão do Tempo», editado pela Actual Editora, em 2004. Mas existem pressupostos essenciais para que funcionem. Um deles é o de que se conhece bem na ação e reação que tem aos estímulos, aos pedidos dos outros, aos seus desejos, vontades e medos:
  • É preciso saber dizer não com respeito e empatia.
  • É essencial ter controlo sobre a vontade e os hábitos. Saiba de que tarefas e compromissos foge, porque tende para o adiamento, muitas vezes provocado por medo de falhar.
  • Reduza a papelada e a informação que processa diariamente, no seu computador ou na secretária.
  • Domine a vontade de atender o telefone, deixe funcionar o atendedor automático e responda apenas às chamadas que são essenciais ou aqueles que lhe telefonam insistentemente porque estão em apuros.
  • Desenhe e prepare as reuniões de modo a durarem o mínimo tempo possível. O tempo perdido não se recupera.
Crie o prazer por delegar com qualidade, objetividade e clareza, definindo bem os resultados, os prazos, os responsáveis, o seu prémio e a sua punição. Mas não se esqueça de estar disponível para dar apoio, principalmente se a pessoa em quem delega ainda não tem a competência e a experiência necessárias para ser autónoma.

Não se esqueça que qualquer atividade que possa consumir muito tempo pode ser partida em diversas tarefas. Se quiser comer um elefante, não o conseguirá fazer num dia, mas se partilhar o esforço ou o dividir em fatias...

Lembre-se sempre que é mais importante estar FEITO e encerrado do que pretender tê-lo (per)feito, mas não concretizado. Perfeito ou imperfeito é algo que só existe depois de estar feito. Depende do ponto de vista!

Assim se inventa tempo, mesmo sem ser programado!

quarta-feira, 18 de julho de 2012

Escravos


Buscamos bens e estatutos que nem sempre trazem aquilo que imaginamos! 

Somos escravos deste tempo, escravos das agendas, escravos das ideias, escravos do trabalho, escravos de tudo aquilo que deixamos que nos escravize, em busca de prazeres, de sucessos e de liberdades!

Somos escravos porque acreditamos que a vida é um percurso que tem um sentido em que mandamos ou, pelo menos, influenciamos. Somos escravos porque, se assim não for, somos escravos do destino.

Desta não nos livramos. Somos prisioneiros de algo que nos impele a agir como se não fossemos escravos. Para o nosso bem-estar, acreditamos que não o somos.

Somos escravos, mas, por momentos, felizes.

Que estranhos paradoxos envolve a escravidão que nos leva a continuar a remar numa galera de gente que não é dona de si própria, embora nisso acredite.

Fazer a agenda (dica de GT)


Uma das atividades mais comuns na gestão do tempo é a realização da agenda. 

Nesta Era, a agenda deve ser flexível e estar adaptada às pessoas que somos e a diversos modelos de agendamento. As agendas feitas de sequências semanais de horas diárias para marcar compromissos são limitadoras.

Devido às necessidades de gerir as múltiplas dimensões da vida em que temos, pressionados pelas constantes alterações, inesperadas, e pelas relações intensas, devemos usar uma agenda versátil que possua páginas em branco onde podemos escrever ideias soltas, fazer desenhos, esquemas, mapas, etc. Pode ser em formato papel ou digital. Mas tem de ser útil, própria, intransmissível.

Devemos ter uma agenda com páginas que desafiam a escrever a Missão de Vida, a Visão, os Valores e Princípios que seguimos, o nosso Código de Conduta ou a Carta de Compromisso. 

No início do plano mensal, ajuda ter uma página onde registamos os objetivos e prioridades essenciais, expressos como resultados mensuráveis que poderemos ver concretizados no final do mês.

No plano de agenda semanal devemos ter um registo de prioridades, objetivos e relações em que devemos investir durante essa semana para concretizar as ambições mais relevantes. Essa lista pode ser associada a compromissos, tarefas e contactos que colocamos no espaço do plano diário, em horas devidamente assinaladas.

Se a agenda habitualmente está cheia, deve ser feita com duas semanas de antecedência e numa perspetiva que permita correções. 

O plano diário já é demasiado pequeno para as nossas ambições!

Deste modo, a agenda transforma-se num precioso auxiliar de apoio à vida! Uma serva para nos ajudar, em vez de ser um espaço de registo de compromissos que, muitas vezes, perdem o sentido. É assim que damos um passo essencial para deixar de ser escravos do tempo. Para dominar a nossa agenda e não deixar que ela nos domine!

Todavia, torna-se essencial que limitemos a vontade de agendar compromissos e momentos de interação. Temos de estar convictos que a agenda também deve registar os momentos de recato para pensar e definir as prioridades importantes. É nessa altura que tomamos as decisões mais significativas. São os momentos fundamentais da ação. Não os devemos deixar para as «sobras».

Como o tempo corre, com a Sociedade Hipertexto, uma das principais técnicas de gestão da agenda é a de criar «momentos vazios», flexíveis, que podem ser usados para buscar informação relevante, avaliar, aprender, contactar, motivar, etc.

Tempo livre, hoje, ao contrário de outras eras, é tempo ocupado e produtivo, para fazer acertos, correções, inovações e relações. Tempo livre é tempo de vida, de reequilíbrio e regeneração de energias.

domingo, 15 de julho de 2012

Faltam sorrisos


Passei o sábado de manhã na loja do cidadão. Resolvi os assuntos que lá me levaram! Tive tempo para reencontrar uma aluna diferente, brasileira, do Nordeste. Observámos juntos o panorama. 

Pudemos ver os rostos cerrados dos cidadãos. Assistimos a atos de solidariedade entre pessoas que não se conhecem. Que estão treinadas para se entreajudarem. Mas a maioria … essa maioria!

As expressões corporais e faciais revelam cérebros programados para sobreviver, em tensão, com pressão, com rostos pouco sorridentes, com pouca cor. Percebi que estamos educados para nos fecharmos no medo e no bloqueio que nos afasta do outro. Dá jeito!

Hoje estive no Continente. Num hipermercado cheio de cor e de apelos ao consumo. Peguei numas maçãs que cheiram a nada! Vi os mesmos semblantes carregados. Ao fim de muito tempo, encontrei uns pêssegos, pequeninos, baratinhos, portugueses, que cheiravam a fruta! Huauh!

Faltam sorrisos no ar, nas almas, nas escolas, no coração! Sobram momentos de alegria iludida que se desvanece com um travo amargo de frustração. Há angústia, tensão e muitos olhares perdidos no chão :-(

Será o fruto da cidade?

Crescendo com o tempo (dica de GT)


A vida é o ginásio onde nos treinamos. Cada evento pode ser um momento de treino.

A vida exige uma aprendizagem constante. Imaginar, experimentar, falhar, por vezes, cair, levantarmo-nos depois, e prosseguir. É uma sequência essencial para ter novas competências e conseguir, cada vez mais, melhores condições de sucesso.

Alguns acreditam que são capazes de enfrentar desafios com sucesso e, ao longo do caminho, desenvolver as competências para conseguir resolver os problemas com que se vão deparando. Possuem a mentalidade aberta dos vencedores. Algo que se ganha com o tempo e a expectativa de que, em cada erro ou desaire se encontra o alimento do próximo sucesso. 

A mentalidade aberta treina-se. Reforça-se como se se tratasse de um músculo. A sabedoria, também. Mas é preciso tempo.

O tempo, para além de uma sequência de factos e rotinas, representa um conjunto inestimável de oportunidades de aprendizagem e desenvolvimento.

Cada acontecimento (que pode ou não estar programado na agenda) permite controlar o espírito selvagem, as emoções negativas e os comportamentos destrutivos, transformando-os em qualidades e competências temporárias para resolver problemas, ultrapassar limites e contrariar bloqueios.

O tempo é um recurso valioso para desenvolver o talento pessoal ao lidar com certas situações, estímulos e desafios. Cada momento pode ser um laboratório de competências e de criação de soluções. Para tal, é preciso uma predisposição para aprender e treinar, treinar, treinar. Sem tempo, não há treino de competências.

Começar o dia com um momento de retiro, uma reflexão e a redefinição de objetivos diários – por exemplo, guiada pela seguinte pergunta: «o que posso fazer hoje que seja fundamental para melhorar as nossas vidas?» - pode ser uma boa forma de dar sentido ao tempo.

Do mesmo modo, terminar o dia com um balanço sobre o que de útil se produziu, o que se aprendeu, bem como o que deverá ser feito no futuro, é um ótimo hábito a criar e a manter durante vários anos.

Também será pertinente ter a certeza, sentida, de que é fundamental – para produzir melhor – descansar, parar, desligar. Definir um limite de trabalho diário. Não ficar a pensar sobre os problemas. Parar, a partir de uma hora em que já não conseguimos pensar e, nessa altura, recarregar baterias. É importante ter a noção de que não é por estarmos preocupados que vamos resolver um problema.

Para agir, no dia seguinte com melhores ideias e energias para as concretizar, é preciso descansar, ter um bom sono, confortável e reconfortante.

É bom saber que um dos melhores conselheiros para a tomada de decisão é o sono e os seus amigos, os sonhos. Não são os pesadelos de preocupações quando estamos acordados, pensando em círculo. Por isso, nada como dormir descansado, respirar fundo e deixar para amanhã a preocupação que temos hoje. Normalmente, ao acordar, não sabemos bem por que razão, a resposta aparece. Estamos mais criativos.

sábado, 14 de julho de 2012

O sentido da coisa (dica de GT)


O tempo e a agenda são recursos que existem para concretizar as ambições.

O meu tempo é a minha vida. Pertence-me como a ninguém. Quando registo o meu tempo na agenda, estou a atribuí-lo, a investi-lo num determinado objetivo. Deve ter um sentido para a concretização da minha vida, não só a dos outros. O tempo é o meu bem mais precioso, enquadra-se no sentido que quero ter na minha vida, na relação positiva com os outros.

A preocupação de dar sentido ao meu tempo (à minha vida) exige boa capacidade de observação, análise da envolvente e auto-análise. Sugere uma tomada de decisão consciente sobre o sistema em que vivemos e o jogo que queremos jogar. Obriga-nos a ter um pragmatismo que nos direciona para a definição realista dos desafios ou problemas (depende sempre do nosso ponto de vista).

Apesar de ser atraente preocuparmo-nos e estarmos atentos a toda a informação que nos rodeia, devemos saber bem qual é a nossa esfera real de poder (no qual temos estatuto, recursos e competências para fazer acontecer algo) e a nossa esfera de influência (baseada na rede de relações e na credibilidade que possuímos), agindo, depois, em acordo e direção aos nossos objetivos, dando significado à nossa vida, ao tempo que utilizamos para a concretizar.

Caso contrário, arriscamo-nos a assumir preocupações, obrigações e compromissos que, em vez de nos ajudarem a concretizar o que queremos, apenas nos baralham, nos distraem, iludem, desperdiçando energias, trazendo-nos novas aprendizagens, por vezes, improdutivas.

Contudo, não podemos perder de vista que a nossa vida só tem Valor Acrescentado para os outros se for capaz de produzir «carinhas felizes», fundadas em trocas decentes, partilhas guiadas por uma perspetiva de ganhos mútuos e múltiplos, de uma perspetiva interdependente de Win-Win-Win (eu ganho, tu ganhas e os outros também).

A vida é muito mais rica em função das trocas que estabelecemos – que têm significado – e o sucesso tem que ver muito com a forma e a qualidade do que trocamos. No final das nossas vidas, que terminam garantidamente um dia, o que fica de nós é o legado que deixamos, o que fizemos e trocámos e, dentro desse «fardo», a história conta os seus diferentes significados, muito para além do que fizemos e deixámos.

Podemos ser ricos e deixar um legado pobre. O inverso também é verdadeiro. Os outros, que cá ficam, lhe darão o devido valor!

Mas, de facto, gastámos o nosso tempo de vida, esperemos que tenha sido com algum significado para além das pequenas vitórias do dia-a-dia, do curto prazo.

É nesta perspetiva que nasce a necessidade de acolher e respeitar os outros, estabelecendo práticas decentes de gestão da informação (que podem mudar uma vida inteira) e das relações. Até porque o que dizemos, o que fazemos e o que deixamos subentendido, tudo são marcas. Marcas que ficam, algumas delas, para o resto da vida. Para a nossa história comum.

O adaptador


O cérebro (com um sistema nervoso integrado) é a infraestrutura que funciona como nosso ADAPTADOR À VIDA. É plástico, moldável, vivo, está constantemente em evolução, tanto mais quanto se mantiver aberto aos outros e ao novo. Quanto menos se bloquear!

O cérebro prolonga-se para o Ser através da Mente!

A Mente tem, pelo menos, quatro funções essenciais: garantir a sobrevivência do corpo; adaptar o corpo ao meio (interpretá-los, compreende-los, imaginá-los); aprender (criando e manipulando os recursos); e ligar-se (muito para além do que se imagina, à natureza cósmica e aos outros).

A imaginação é um dom que os seres humanos têm, a um nível muito diferente dos outros animais que conhecemos. Permite criar. Ser criativo. Construir linguagens e conceitos, teorias e conhecimentos. Cria um ambiente para Viver, Aprender e Ligar. 

A vida é o que imaginamos dela!

O adaptador pode ser educado. Em espaços de vivência especiais, por pessoas que, cuidando da mente e do corpo, gerando seguranças e ligações, se tornam especiais. Assim se cria o espírito criativo, aberto e construtivo. Extrai-se o positivo, o talento, a energia e a força. Cria-se liberdade do Ser e criatividade no todo. Gera-se tendência para o Amor.

Mas o adaptador também pode ser treinado para tudo o que seja destrutivo. É muito fácil programá-lo a partir da genética de cada ser humano. Baseia-se no mais básico instinto de sobrevivência do sistema nervoso. Aquele que está mais profundamente ligado à mente, numa base menos moldável pelas ideias.

Quase tudo pode ser aprendido, criando-se novas estruturas neuronais que as vitórias, as experiências e treinos podem reforçar, passando a fazer parte daquilo a que chamamos carácter. Quase tudo pode ser educado ou, mais corretamente, extraído/partilhado de dentro da Mente (eventualmente, da Alma).

A Educação desenvolve a Mente. Cria-lhe sentidos e caminhos. Também com as ideias. Mas acima de tudo, com tudo o resto! Pode resultar em todos os tipos de atitudes e comportamentos que podemos encontrar.

A instrução joga apenas no campo da informação! A formação, no condicionamento. O treino, na predisposição.

E qual é o papel da Alma e da Consciência do Ser?

Tenha-se Calma, Tranquilidade e Amor ;-)

sexta-feira, 6 de julho de 2012

Respeitar o corpo (dica de GT)


O corpo é a nossa base de vida. Transforma-se continuamente através das trocas internas e externas que realiza. Condiciona os desempenhos e os resultados que somos capazes de atingir. É condicionado pelo que lhe fazemos, pelo que sentimos, pelas relações que temos!

Se não lhe damos descanso, se o alimentamos mal, queixa-se. Se exigimos demais, sofremos as consequências. Devemos treiná-lo.

Talvez seja bom considerar a hipótese de ele guardar uma alma própria a que devemos dar mais atenção.

As pessoas que pretendem maximizar o tempo sofrem normalmente de stress. Em níveis controlados, é um aliado dos desempenhos excecionais. Quando ultrapassa os limites, torna-se negativo, gera tensão, angústia e reações que prejudicam as relações, a qualidade de vida e podem, em situações extremas, levar à morte.

O nosso corpo tem necessidades, ritmos, ciclos energéticos (com altos e baixos), características, predisposições que precisamos de saber reconhecer para definir o que devemos fazer ou não, ao longo do tempo. A nossa energia e capacidade de recuperação aos 20 é muito diferente da que temos aos 40 e aos sessenta anos.

O Ser possui variações de energia e de capacidades ao longo dos ciclos diários, semanais, mensais e anuais que vão acontecendo, em articulação com a natureza e os outros seres próximos. Negá-los e e forçá-los é o pior caminho para conseguir fazer mais. É uma tendência que se acentua, mas, ao mesmo tempo, um atentado à vida, que pagamos mais tarde ou mais cedo, com maus resultados.

Um dos grandes segredos da gestão do tempo é o de saber aproveitar tudo o que o corpo nos pode dar, sem o esmagar na pressão da agenda e das nossas ambições. Ouvi-lo, senti-lo, respeitá-lo, produzindo mais quando ele quer, deixando-o recuperar quando precisa. E, acima de tudo, alegrando e reforçando a sua energia e alma.

Este trabalho começa por identificar e combater os inimigos ocultos do corpo e da vida.

O nosso sucesso passa por descobrir as convicções perigosas, os hábitos (alimentares, de trabalho, sociais) que degradam o corpo, como, por exemplo, dormir menos do que ele pede.

Nesta batalha, é também importante saber identificar os estímulos que fazem disparar os nossos batimentos cardíacos, a pressão arterial e a tensão respiratória. São bons avisadores do nosso estado de saúde. A respiração controlada é um caminho para as boas ideias e relações. É uma preciosidade.

Neste esforço de respeitar o corpo, devemos praticar atividades físicas regulares que nos permitam recuperar e gerar energias, precisamos de aprender a fazer exercícios de respiração – eventualmente através do yoga -, é bom que saibamos fazer programação neuro-linguística positiva, cultivando a atitude e a mentalidade positiva. Mas, para além disso, torna-se essencial cultivar as amizades, a diversão, a alegria, o convívio, a comunhão e comemorar vitórias com os que nos acompanham.

Além do mais, não nos esqueçamos que o tempo é a vida. É nosso e não se recupera, apesar dos desafios, dos compromissos, das obrigações, precisamos de «Guardar Tempo Para MIM», essencial para nos recompormos e seguir o caminho.

TUDO DE BOM ;-)

INTELIGÊNCIA


O sucesso e o bem-estar são o resultado do modo como uma pessoa interpreta a vida, nos contextos, nos momentos e interações que vai vivendo, no modo como o seu pensamento controla as emoções, as atitudes, os comportamentos, através da sua consciência … e do treino!

Este trabalho (processo) de controlo da vida pelo pensamento, carregado de conhecimento e destilado pela sabedoria, vai ganhando relevância ao longo da vida, em direção à máxima autonomia da idade adulta. Para depois decrescer!

Começa, acima de tudo na infância, nos primeiros meses de vida, quando os cuidadores cultivam (ou não) o amor, as experiências positivas e o bem-estar na relação com os seus «protegidos».

Desenvolve-se na juventude quando as referências humanas (os amigos e os pares) nos ajudam a criar novos padrões de pensamento, de emoções e de relações. Mantém-se ao longo da vida, em momentos marcantes de mudança.

É um percurso de aprendizagem e transformação que, aparentemente, acaba quando morremos! Se assim o quisermos, se formos capazes de assumir a vontade contínua de crescer e de mudar!

É a isso que chamo INTELIGÊNCIA: a contínua vontade de aprender e crescer, utilizando todas as formas de inteligência (corporal, emocional, espiritual, relacional e cognitiva) que nos fazem criar bem-estar, individual e coletivo.

É esta SABEDORIA que devemos cultivar, até morrer!  

TUDO DE BOM ;-)

quarta-feira, 4 de julho de 2012

Uma 4ª geração de gestão do tempo (GT)


O tempo é imaterial. Não existe, é inventado e sentido de modo diferente conforme a situação em que estamos. Num momento romântico, «passa num instante». Numa obrigação: «nunca mais acaba!»

Todavia, condiciona-nos a ideia de que ele é racionalizável e segmentado. Desde a revolução industrial, o tempo é um recurso de produção. Por necessidade funcional, estruturámos o dia em 24 horas, com 1440 minutos, organizando-os a partir de ciclos solares e lunares, com diferentes calendários: cristãos, islâmicos e orientais.

Não podemos esquecer que, no dia-a-dia, o tempo tem uma dimensão cultural, social e pessoal, é relativo, não existe, mas é o reflexo das nossas vidas. Marca-as e define-as, principalmente na vida em comum. Agora, de modo mais intenso. Emotivo. Stressante.

Hoje, a GT tem de integrar várias estratégias e dimensões de vida em diversos contextos, com diferentes níveis de prioridades (cada vez mais urgentes, mas menos importantes), que têm que ver, primeiro que tudo, com as múltiplas ambições e relacionamentos que queremos ter, com as interações variáveis e crescentes que não dominamos, em sistemas dinâmicos, através de diversas ferramentas de comunicação, com o processamento de dados digitais.

Hoje, no mundo do trabalho, já não se deve gerir o tempo como outrora! Esta sociedade lança-nos numa vida diária de 24 horas em vários pontos do Globo. Deste modo, a GT deve ser feita numa perspetiva adaptada a um ciclo contínuo de vida vivida ao momento, efémero, e com múltiplas relações que se criam e gerem numa 4ª geração de GT.

De acordo com os nossos objetivos de curto e longo prazo (revistos com uma maior intensidade do que noutras eras), deveremos acertar tarefas, compromissos e contactos, sujeitos a alterações constantes e a rápidos acertos metodológicos, devido à contínua transformação tecnológica e relacional em que estamos envolvidos. Não é fácil!

Até 1950, o tempo (e a agenda) estruturava-se a partir da marcação de tempos específicos, rotinados, numa perspetiva de racionalização das tarefas. Era a 1ª geração de GT. Desde a 2ª Grande Guerra (1939-45), a GT passou a ser a tentativa de otimização racional dos tempos de produção e das tarefas, em rotinas em que integrávamos as reuniões e os contactos por telefone fixo. Esta era a 2ª geração de GT, ainda hoje muito utilizada, com fortes prejuízos pessoais, por se pretender acumular compromissos e responsabilidades. Esta perspetiva transformou-nos em escravos do tempo e das agendas!

A partir dos anos oitenta do século passado, com o incremento da concorrência internacional, aparece outra forma de gerir as agendas, muito mais estratégica e centrada na otimização das prioridades e dos objetivos, num contexto aparentemente previsível de competição crescente. Essa era a 3ª geração de GT. Ainda hoje a utilizamos. Já não funciona bem, devido ao crescimento das interações inesperadas e à inadaptação que ocorre frequentemente em relação ao contexto mutante.

As 3 primeiras gerações de GT criam agendas limitadoras no contexto atual. Mantemo-nos agarrados a elas, usando ferramentas que não registam os nossos valores, os nossos princípios éticos, o nosso projeto de vida (variável ao longo da vida). Não permitem alterar as nossas prioridades estruturantes, tudo aquilo que usamos para definir e condicionar os nossos tempos, ações e relações. Não integram a gestão das emoções e das angústias. Induzem tensão e stress. São pouco criativas!

Afinal, ainda usamos tecnologias e pensamentos passados. Com imensos custos de produtividade e de sanidade mental! É a vida, mal gerida!

Tão simples!


A felicidade é um estado de espírito que se cultiva nos ínfimos momentos, respirando pausadamente, não buscando o inalcançável, alimentando boas relações, de ganhos mútuos e múltiplos!

Constrói-se com a sensação de que temos controlo sobre as pequenas coisas que fazemos e de que gostamos, das relações que privilegiamos. Treina-se todos os dias em pequenos passos. Desde um lugar que nos abriga e aconchega até um imenso espaço que imaginamos.

A vida é feliz nos pequenos nadas, com imenso tempo!

Tudo o resto são cantigas. Que nos animam e iludem, arrastando para um amplo espaço de emoções, um caminho de ambições e inseguranças que retiram a paz de espírito e a felicidade! 

Esteja-se livre e atento ;-)

TUDO DE BOM.


terça-feira, 3 de julho de 2012

Um novo contexto


Pressionados pela crise climática e ecológica, estamos numa época turbulenta de crescimento de poder distribuído, na era do Google, do Facebook e do Marketing 3.0, a caminho de uma nova geração de negócios, de vidas, de interações e interdependências, dominadas pela emergência de novos poderes, de novas comunidades e de outros valores, como afirma Kotler!

Vivemos uma época de fortes transformações, muito para além da crise económica que ocorre na Europa e um pouco por todo o mundo. Esta «mudança» é impressa pelas novas tecnologias e novas gerações. Vai manter-se por muitos anos e aprofundar-se com a tendência de globalização da nova Sociedade Hipertexto: uma sociedade em rede, de múltiplas e cada vez mais frágeis ligações, flexível e interativa que reforça a importância dos contactos e a capacidade de inventar (concretizando) soluções e respostas em momentos de vida cada vez mais apertados, mas em espaços geográficos cada vez mais distantes e multiculturais.

A este propósito, vale a pena ver o pequeno vídeo We all want to be young que o Youtube permite visionar e ler os textos de François Ascher (geógrafo francês, falecido em 2009).

Cada vez temos mais atores com diferentes poder no mundo dos negócios e mais informações disponíveis, que nos chegam dia-a-dia, pela rádio, televisão, computador, etc. Já não chega saber desenvolver um rede de trabalho (networking), é preciso saber criar uma excelente (netliving), na qual existem várias networkings.

Temos mais acesso a recursos, por vezes, mais escassos, e mais ambições.
A competição aumenta, mas a cooperação também. Cresce imenso a independência e a interdependência, tornam-se intensamente pressionantes.
Mas o tempo diário mantém-se o mesmo: 24 horas!

Por isso, precisamos de fazer mais escolhas, sujeitos a mais estímulos e mais ambições. Naturalmente, temos melhores condições para sentir a pressão, o stress. Se não o soubermos compreender e gerir.

Saber selecionar a informação, compreender o jogo em que nos envolvemos, saber escutar, estar com os outros, decidir, planear e executar é hoje essencial para sobreviver e para construir um sucesso, normalmente efémero.

É crucial saber estabelecer prioridades e cultivar relações eficazes, concentrando esforços naquilo que pretendemos concretizar. Hoje, é fundamental gerir a agenda de tempo, a das prioridades e a das relações, numa perspetiva adaptável, por vezes flexível, sem perder a orientação.

É muito fácil, nesta era, passarmos a ser escravos do tempo e das nossas ambições ou relações.

Mas, nas diversas áreas da vida, nós queremos ser exploradores, conquistadores e concretizadores bem-sucedidos! Para tal, temos um recurso, muito valioso e sempre a esgotar-se, que pode ser nosso aliado: o tempo!

Texto publicado na Agenda PROCIFISC 2012