quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

Estado de choque

Nos países desenvolvidos, para se ter sucesso, convém combinar 3 vetores: boa educação, adaptabilidade (é a conjugação da capacidade de aprendizagem com o sentido de oportunidade) e instrução (com informação relevante para tomar decisões bem sucedidas).

E em Portugal?

Um tipo burro e mal-educado (um crápula) está mais habilitado para o sucesso do que um indivíduo bem-educado.

Porquê?

Porque enquanto um mal-educado, movido pelo instinto selvagem e pela simplicidade dos seus pensamentos, deteta a oportunidade (a sorte) e age para a aproveitar, atropelando os outros, … um indivíduo bem-educado e instruído, pode hesitar, bloqueado pelos seus valores e pelo respeito pelos outros, sendo ultrapassado pelo mal-educado, sem que nada o proteja.

Mas, há um prémio de consolação. O bem-educado fica com a consciência tranquila, com amigos, com uns livros para se inebriar com cultura e com algum respeito social. Parca recompensa! Enquanto o mal-educado fica mais rico, com o sucesso e a rir-se da estupidez dos outros. 

Portanto, vou ensinar às minhas filhas que, em Portugal, compensa ser mal-educado, criminoso e gozar com as pessoas sérias!

Também lhes vou explicar que com os meios de comunicação que existem, depois de saberem ler e de treinar um pouco o pensamento abstrato no ensino básico, já andam a perder tempo na escola, devem seguir outros caminhos, porque a instrução obtém-se na vida e na Internet.

Tudo isto porque a justiça foi «trabalhada» para não funcionar.

É claro que estou a brincar! Estarei? (risos, sorrisos e lágrimas)

4 comentários:

  1. Claro que a tradição nos diz que "em Roma sê romano", porém não me parece ser a melhor maneira de evoluir.

    Concordo que não vale a pena ensinar a quem não quer aprender, quem pretende manter o "status quo". Porém há a busca incessante pela felicidade e a nossa "criança interior" que passa a vida inteira à procura de maneiras de viver (ao contrário de ser reprimida).

    Não tento ensinar, vivo à minha maneira, intransigente nos meus valores e aplicando sempre que possível os meus princípios. Sou insatisfeito, mas sou feliz.

    Essa felicidade atrai inveja desses "crápulas", que tentam à primeira instância manter tudo como está, no seu individualismo, com as suas vidas mesquinhas e infelizes... "a sorte sorri às mentes preparadas" e no fim desistem, afastam-se ou juntam-se a mim (ignoram-me ou ficam como eu) procurando acção e não palavras (ocas).

    Usando palavras de outros: "É engraçado como por vezes há um encadeamento de acções, a principio banais e que depois tomam proporções gigantescas". Esta frase (aqui descontextualizadas) dos Ena Pá 2000 explica que não vale a pena tentar mudar o mundo, quando o problema está "à porta de casa", ou seja, não vale a pena mandar roupa e comida para comunidades a milhares de kms quando a fome e o frio estão ao virar da esquina.

    Procuremos o "bem estar" aqui junto a nós, influenciemos positivamente e ao máximo, essa pessoa fará o mesmo, provavelmente não connosco... no fim é um bater de asas de uma borboleta (efeito borboleta).

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  2. Boa André! Palavras certas e santas!
    Um grande abraço de amizade e, como sempre TUDO DE BOM.

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  3. Presumo que o conceito de «mal educado» não se confunda com «Rudeza» ?

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    1. Não, no meu entender, é muito pior! É um percurso de deseducação. Uma pessoa rude pode ter um coração especialmente são! Um mal-educado... ;-)

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