quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Os esquecidos

Quando andava no Liceu, tinha professores especiais, mas, nos recreios, os referenciais de segurança, os meus apoios, eram os funcionários. Os que nos ajudavam e educavam! Os professores, quando saiam das aulas, refugiavam-se na sua sala.

Nessa altura, não sabia quanto lhes pagavam. Não conhecia as diferenças salariais: INJUSTAS! Eles, os funcionários, eram importantes, as pessoas de suporte, mas, porque tinham estudado menos...

Nas empresas, sabemos muito bem quem são as peças-chave: os de suporte e os de ligação. Fazem com que o sistema funcione. 

Porque sabemos quem são, reconhecemos-lhes o estatuto, damos-lhe afeto e remuneração decente. Por isso, temos o que merecemos, a sua dedicação, o melhor que podem dar, o seu talento.

Mas, em Portugal, não é essa a cultura dominante!

O sistema de reconhecimento social e de remuneração, no Estado e num número muito significativo de empresas, é injusto e estúpido. 

Premeia e paga melhor aos doutores engravatados, aos incompetentes e aos «lambe-botas», corruptos. Penaliza os funcionários menos instruídos, mesmo que sejam mais competentes e decentes, que acrescentem valor e sejam a nossa base de sustentação.

Os salários valorizam, por ordem decrescente: nº de anos de escolaridade, estatuto social e valor financeiro criado para o empregador.

Nesta perspetiva, os bons funcionários, perdem dignidade, tornam-se ESQUECIDOS...e «esquecem-se» de fazer bem. Que espanto!

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