quinta-feira, 10 de dezembro de 2015

Vida desconcertante

É giro! Desconcertante e reconfortante.
Num momento, a vida pode dar uma volta imensa, surpreendente. Pela morte de um amigo ou por um prémio do euromilhões, por uma descoberta que nos massacra ou uma paixão que nos alimenta. A vida é uma surpresa constante ... que pretendemos «controlar», debalde. Uma vida bem vivida, constrói-se no jeito positivo de lidar com os acasos, os factos marcantes e as relações relevantes, em momentos de êxtase, de dor e de paz. A vida é isso mesmo: Vida. Uma incerteza (in)constante num percurso que tentamos aprisionar em racionalidades circunscritas, fechadas. Demasiado limitadas para serem capazes de a compreender na sua plenitude imensa e difusa, quântica. E as palavras, como os desenhos, são essa coisa linda que nos permite partilhar o pouco que dela conseguimos pensar ;)



terça-feira, 8 de dezembro de 2015

Talvez entre de férias

Uma grande amiga, daquelas com quem crescemos na diferença, pergunta: porque escreves tanto no facebook? O que te move?
Não sei. Não tenho tempo. Mas sinto necessidade de o fazer. 
Vim para casa a pensar nisto!
Ontem, outra amiga postou uma imagem de um bebé a dormir com um coelhinho de peluche. Fez-se luz!
O amor que se sente por um filho e a vontade de criar um mundo harmonioso são os elementos que mais me incentivam a pensar, escrever e agir assim, mesmo quando não tenho tempo. Sou Geógrafo! Tenho uma perspectiva integradora e uma elevada consciência ambiental. Creio que já ultrapassámos os limites de resiliência natural do Planeta! Mas ainda temos inteligência e tecnologia para reverter o caminho óbvio de destruição que continuamos a percorrer.
Neste caminho, teremos, provavelmente, cerca de um século para assistir à catástrofe natural. Estamos distraídos, demasiado distraídos para o desafio que nos confronta já, hoje.E, agora, já é evidente o desafio da guerra global que irá acelerar o processo.
Tudo isto, começa em falsas ideias de progresso e de economia que temos como certas, nascidas nas grandes convicções do séculos 19 e 20, antes das primeiras crises do petróleo. Prolonga-se nas práticas consumistas e irresponsáveis que temos, na ética de negócios e da política que persistimos em manter. É um problema económico que nasce na falta de qualidade da educação e do sistema sociopolítico que pretendemos continuar.
É altura de parar. É urgente mudar. É urgente ter consciência. É urgente calar os estúpidos que não conseguem perceber isto, porque estão distraídos com outras coisas. É urgente conquistar uma consciência colectiva – que não tem de ser a minha.
Sozinho, serei incapaz de ajudar a reverter o percurso! É isto que alimenta o meu ato consciente de investir tanto tempo a escrever estas parvoíces.
Mas, começo a ficar cansado. Talvez entre de férias! 
wink emoticon
TUDO DE BOM

Terno paraíso

O Paraíso alcança-se em breves momentos de serenidade e equilíbrio entre o que está dentro e fora de cada de ser, numa ligação terna, quase eterna, e momentânea, harmoniosa e densa. É simples, singelo como uma flor. Transparente. 

A foto, o desenho, o poema, a música, por vezes, expressam-no.

TUDO DE BOM


Equanimidade!

É uma sensação de Paz, tranquila, que ocorre quando, por um momento, uma alma encontra repouso na sintonia com outra alma. 

É um nível sublime de Felicidade e Amor. Imaginem o que será se durar grande parte de uma vida! Isso sim, é Natal.

Feliz Natal, TUDO DE BOM

domingo, 29 de novembro de 2015

ESCOLA ATIVA

Estamos em 2015, quase 2016. Cada vez mais próximos e ligados, numa Aldeia quase Global, em que uma enorme quantidade de pessoas se mantém isolada das ideias e dos recursos mais importantes!

Vivemos numa economia que se desenvolve a partir da guerra nos territórios distantes. Mas … os territórios estão cada vez mais próximos e presentes!

Por isso, o grande desafio atual prende-se com o PANORAMA MUNDIAL que vivemos, que pode ser descrito assim:
- Estamos perante uma crise climática ... irreversível ... ou talvez não!
- Cada vez há mais pessoas para alimentar e cuidar. Vivem mais anos.
- Não cuidamos dos recursos estruturantes. O solo, a água e o ar são suportes de vida que estamos a degradar.
- Cada vez há mais conhecimento, mas, também, mais desconhecimento relativo, manipulado.
- Para quem queira agir, há cada vez mais recursos. Agora imaginem o que se pode fazer em conjunto. 

Mas … todos os que olham para o futuro com os óculos e paradigmas do passado, irão tentar travar uma nova forma de pensar e de agir. Irão tentar manter os poderes, criar o medo, matar, fazer tudo o que seja possível para continuarem a reinar.

O padrão de pensamento e da acção construído entre 1650 e 2000 está inadequado aos novos desafios que se começaram a desenhar no princípio do século 20, que se aprofundaram depois da 2ª Grande Guerra e, acima de tudo, agudizaram-se a partir de 1973, com as crises e as guerras do petróleo.

Em toda a História, enquanto o mundo inteiro não estava tão ligado e com tanta gente, em lugares tão grandes e poluentes, foi possível e eficaz governar com exércitos, regulamentos opressores e domínios de vários tipos, impondo a lei do mais forte. Hoje, a lei do mais forte ainda impera, mas, o poder está mais distribuído.

Por isso, não estamos só perante um desafio económico. Essa é apenas uma pequena parte do problema, o efeito de outros vários aspectos determinantes como a demografia, a educação, a acção e os modos de interacção sociocultural.

Por isso, precisamos de filosofias do século 21, de pessoas do século 21, de cidades do século 21. Precisamos, acima de tudo, de uma nova ESCOLA ATIVA em que se criem novas ideias e soluções e se cultive a capacidade de sentir, pensar, aprender e AGIR em colaboração.

Cada dia que perdemos sem trabalhar este tema … é menos um dia que temos no percurso para um cataclismo global anunciado nos anos sessenta do século passado. Por isso, já, hoje, ou amanhã, reinvente-se a Escola, em todas as escolas. Mesmo que o Ministério - essa instituição criada no século 18, incapaz de se mover - não o consiga fazer.

Estamos numa época em que é preferível fazer e errar, corrigindo depois, do que continuar parados, distraídos, bebidos, divertidos, a conversar. 

Apesar dos discursos da treta, estamos numa época em que a Educação e a Ação são mais importantes do que a Economia, que resulta daquelas.

quinta-feira, 8 de outubro de 2015

Quando a EDUCAÇÃO mudar!

Portugal perdeu, há 4 anos, uma excelente oportunidade de mudar o seu percurso de dependência e sub-desenvolvimento. Continua a acreditar num caminho que está evidentemente inadequado. Mas ... é assim a democracia nos países de gente pouco informada e pouco interveniente.
Também andei em gestão, também estudo economia. Gerir é muito fácil. É muito técnico. É técnica para gentes estruturada e pouco criativa.
Mas, gerir bem ... é outra coisa. Pressupõe uma combinação continua e imperfeita entre cultura histórica, visão estratégica, organização e estruturação tática, eficiência e eficácia operacional e ... DECÊNCIA na liderança, nunca deixando os outros para traz!
Supõe o uso da SABEDORIA (é o conhecimento destilado pela prática), dos princípios e das melhores competências, numa abordagem ética.
É a ÉTICA que dá sentido à ação. Não são as contas da gestão financeira.
O caminho que seguimos não era (nem é) sustentável, muito menos se dirige para o DESENVOLVIMENTO INTEGRADO. Portanto ... com naturalidade, as projeções de crescimento são estas (http://www.publico.pt/economia/noticia/fmi-continua-a-nao-acreditar-na-aceleracao-da-economia-portuguesa-1710256), as de desenvolvimento ... são muito piores.
As coisas mudam quando a EDUCAÇÃO mudar e as escolas derem uma importância tão grande à EDUCAÇÃO INCLUSIVA, à participação, como dão à transferência de conhecimentos, que apelidam de instrução.
O pior das viagens e dos caminhos não são os buracos e os desafios que vamos encontrando, antes, os EQUÍVOCOS a que nos vamos agarrando.

segunda-feira, 24 de agosto de 2015

AMIZADE genuína

Na existência materialista que criámos – através da evolução histórica do Ocidente -, o sentido da vida parece que se esgota no prazer do momento, no poder (no dinheiro) que conquistamos e na morte!

Para muitos, é assim! A vida é efémera. Simples! Vazia! Pouco poética.

É a vida. Feita de factos, de cargos e de estatísticas. Não é eterna nem plena.

A morte de um amigo, ou de alguém que amamos, mostra-nos que a vida não é eterna, mas a amizade (e o amor) podem ser. Ou, se quisermos ser mais precisos, podem durar enquanto as memórias, as saudades e os momentos de contemplação o permitam.

Efetivamente, não é por perder um amigo que perdemos a sua amizade. Ela fica, gravada, nos momentos especiais e únicos que vivemos … juntos!

Afinal, a vida não são só factos. Vai muito além da estatística!

É consciência, mediada pela relação contínua entre a razão e emoção, criada nos momentos únicos (e genuínos) da vida.

A Vida é uma soma multiplicadora de momentos, sensações, interpretações, ligações, que se tornaram especiais para o que somos/estamos. Eventualmente, estas vivências poderão perdurar eternamente. Um dia o saberei. Ou não, dependendo do que aconteça à minha consciência/alma!

Mas uma coisa parece certa, o sentido da Vida Plena, enquanto dela temos esta consciência, também passa pela amizade genuína. Por isso, a devíamos cultivar.
Reza a história – muito inventada/deturpada – que havia um bacano de barbas e cabelos compridos que pregava aos peixes, pela Palestina, «terra de Paz!», há cerca de 2000 anos, sugerindo: «amem-se uns aos outros», cultivem a Paz (de Espírito). No seu entender, esse seria o caminho para o reino de Deus, ou seja, para o Paraíso, que podia ser atingido através do Espírito Santo, ou seja, do espírito do Bem Comum, da vida partilhada.

Se calhar estas ideias têm fundamento! Ajudam a dar sentido à vida. Possivelmente, serão eternas. Pelo menos, perduram no tempo, muito para além da nossa consciência individual, na memória/consciência coletiva … de todos. Pelo menos, duram 20 séculos.

Mas, hoje, no Ocidente, para muita gente, que se lixe a amizade genuína. A vida plena está cheia de poder, de dinheiro, de prazer e esgota-se na morte.

Por isso, de modo sarcástico, nos brindes de aniversário, costumo desejar: «à saúde e ao dinheiro, que, com ele, compra-se tudo»! Ou talvez não!

Viva a Amizade verdadeira, descomprometida, aquela que me dá prazer sentir no dia a dia e que, eventualmente, poderá ser eterna. Obrigado Tó, Obrigado Luís, por terem sido meus amigos. Vocês partiram. A amizade ficou … e ajuda-me a viver mais pleno, mais feliz, mesmo com algumas lágrimas no rosto, de vez em quando ;)


Até breve. TUDO DE BOM

domingo, 18 de janeiro de 2015

O outro lado da moeda

A cultura dos privilégios está na origem dos «Privilegiados» (que encabeçam as manifestações do povo contra o terrorismo) e da queda, a seu tempo, dos seus sistemas de governação.

Na Europa, tem-se generalizado o discurso da «Acreditação» e da «Certificação» como modos de gerar confiança e competitividade. Todavia, no outro lado da moeda, estas coisas, bem como as patentes, pretendem, acima de tudo, criar privilégios (económicos e de poder) de uns em relação aos outros, contrariando, assim, o sentido da igualdade de oportunidades! Negando os fundamentos Jean Monnet para a criação de uma União Europeia.

Os políticos que conheci na juventude (Pedro e TóZé, incluídos) demonstraram-me bem que a sua principal motivação para a carreira política era a de acederem aos privilégios do poder. Ficou evidente que a busca de qualificação, acreditação e certificação profissional não eram o seu investimento central. Por isso, demoraram vários anos a concluir os seus cursos superiores!

São certificados, pela vida, em competência de comunicação e jogo social. Que eu saiba, não possuem nenhuma acreditação de competência governativa. Mas, são hábeis na «manipulação da verdade»! Apoiam a «Acreditação» e «Certificação, disfarçando-as com discursos de «Qualidade e Exigência». 

Mas, quando um indivíduo pretende começar um pequeno negócio ou uma associação ... tem de passar a ser «certificado» ou «acreditado» (controlado) por uma enormidade de regulamentações! Ou assume ser «informal» e «ilegal» ... mesmo que seja competente! Quando um indivíduo é muito bom na sua prática profissional, sendo alguém que deverá transmitir o seu conhecimento aos outros (para bem da comunidade), tem de ser Doutor ou Formador!

E nós, armados em estúpidos, aceitamos isto! Até aplaudimos! Muitos de nós, acham que este é um bom modelo de desenvolvimento! 

Este até poderá ser um bom modelo de crescimento económico, mas, garantidamente, é injusto e bloqueador dos processos de empreendedorismo (social ou com fins lucrativos), não gerando, naturalmente, o desenvolvimento humano que desejamos. 

Depois, admira-mo-nos de criar pouco emprego, por ter uma inflação negativa (termo simpático, para não admitir que o «pesadelo dos economistas», a deflação, aí está), fruto da austeridade e da cultura dos «Privilégios» disfarçados de «acreditação», «certificação» e de «patentes» que a Europa cria!

Pensem nisto!
TUDO DE BOM

sábado, 10 de janeiro de 2015

ALERTA DE REFLEXÃO

Quase todos os grupos terroristas do século 20 tinham incidência territorial limitada. Venceram ou obrigaram os governos a negociar condições favoráveis para si! Colocaram a sua causa na ordem do dia. Só perderam quando o povo se revoltou contra eles. 
Agora, assistimos a um novo tipo de terrorismo, que não age num território delimitado, tem um apoio mais abrangente, de vários grupos económicos, governos e comunidades! 
... Percebem agora a gravidade do que aconteceu em França, em Londres, em Madrid?
Mas, a resposta a esta realidade nunca passará pela segurança armada! Essa, apenas prolonga e aumenta o tempo e o nível de sofrimento. Lembrem-se da história da libertação dos povos africanos em relação à colonização europeia.

A vitória, de todos, passará pelo diálogo e a criação de paralelismo global, integrado, sustentável, e isto começa na EDUCAÇÃO INCLUSIVA. Percebem agora o papel estrutural das escolas e da mudança que temos de fazer? Se querem viver em Paz, por favor, disseminem esta ideia. TUDO DE BOM

domingo, 4 de janeiro de 2015

Silêncio e desassossego

Cheguei à sala da minha casa. As minhas filhas estavam sentadas, no sofá, a ver o CSI. Mais uma daquelas séries profundas, cheias de referências sobre o sentido da vida, que a televisão passa, a toda a hora, em quase todos os canais!

Fiquei parado! Por momentos, desassossegado! 

Que educação estou a cumprir? É este o sentido da vida? O que fiz até hoje para que elas ganhem a dimensão espiritual que as irá preparar para aceitar as derrotas, lidar com as perdas, comemorar as vitórias em comunhão com os outros? Estou a contribuir para o seu sofrimento emocional futuro, construído nos apegos e ilusões que se transformam em desencantos?

Se é assim que se educa em casa, numa família de «alguém informado», se é assim que se educa numa escola que relegou para a filosofia – e exclusivamente para aí – a racionalização do sentido da vida, como poderemos nós ambicionar uma vida e uma sociedade em Paz?

Deixamo-nos comprimir entre as «obrigações sociais», as «distracções mundanas» e os «consumos impelidos», numa vida que se esgota nos momentos de ócio e de trabalho. 

A Paz de espírito não se alcança assim!

É conveniente que paremos, em silencio, como propõe o Pedro Elias, para sentir e escutar a sabedoria que está em nós!

TUDO DE BOM