sábado, 21 de janeiro de 2012

Estamos fritos!

Ou talvez não!

A Terra já não nos suporta. É óbvio, está em colapso. A crise é muito grave. O problema não é financeiro. Esse, comparado com o da sobrepopulação, o sobreconsumo mundial, as alterações climáticas e a destruição dos ecossistemas de suporte, é uma ninharia. 

Temo que já tenhamos passado o ponto sem retorno. Mas como não tenho a certeza... e a esperança é a ultima a morrer, proponho que tentemos agir diferente! Aqui, agora, com ingenuidade criativa. 

Não estarei só!

O planeta está a perder capacidade de regenerar os ecossistemas de suporte. Nós, «distraídos», abandonamos espaços geográficos, por vezes edificados, que o podem salvar. Ou o ajudamos, ou, estamos fritos.

A solução poderá estar na prática de ação e ORDENAMENTO partilhado, participado dos territórios. Na esfera privada. Numa abordagem associativa que vai além da perspetiva pública, estatal.

Nesta geração, além de mantermos algumas regras de controlo, podemos transformar o Ordenamento numa arte de dinamizar, de envolver as pessoas e as instituições nas práticas de regeneração e valorização do território. Na regeneração do Espaço e da Vida! Sempre interligados.

Precisamos de o fazer com ação concreta de desenvolvimento territorial. Brevemente, pode criar novos empregos. 

Para ajudar a desenvolver Portugal e para contornar a crise, lutando pela sobrevivência glocal, temos de, rapidamente, criar projetos de intervenção e melhoria do território à escala local (eventualmente, a partir das abordagens da Agenda 21 Local – que foram transformadas, em Portugal, em meras tretas de políticos e técnicos, sem a sua verdadeira dimensão: a ação da comunidade local). Através deles, perceber o valor do ordenamento territorial. 

Estes projetos devem pagar-se a si próprios, criar apoiantes, financiadores e clientes que buscam as mais valias que eles alcançam. Todos geram economia e consciência. Todos podem gerar emprego e cidadania. Educam. Criam melhor Espaço e, eventualmente, melhor Vida neste Espaço. 

Primeiro, serão temporários, rápidos, de resultado quase imediato e limitado. Depois, cada vez mais, farão escola, tornam-se persistentes. 

A intervenção em processos e práticas de regeneração territorial e ordenamento que envolvam jovens e adultos na melhoria do espaço envolvente, nas escolas e nas empresas, na intervenção sobre os espaços degradados que estão à nossa porta, é uma das melhores vias. 

Enquanto o Ordenamento for SÓ uma questão pública. Ou, melhor dizendo, uma questão de obrigação defendida pelo Estado. Será sentido como uma imposição. Será um pai tirano com alguns amigos que o defendem e uma grande quantidade de pessoas que lhe fogem, o contornam, o enfrentam.

E nós, todos nós, ficamos mais pobres, provavelmente com menos margem de progresso e com menos futuro. Afinal, o Ordenamento pode ser uma solução de desenvolvimento, em vez de uma regra que limita o crescimento! 

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