A velhice é uma fase do percurso da
vida. É pessoal e circunstancial. É um estado, físico e de
espírito que associa uma perda de autonomias. Pode ser um
período triste, natural ou até reconfortante da vida. Depende de
nós, de cada um e do seu contexto.
Hoje, a velhice é o lado feio da
existência. A degradação humana. O abandono. É comum ouvir
os velhos dizer: «Somos lixo. Atrapalhamos. Ninguém nos liga.» A
velhice é triste, quando a sentimos assim, assistimos à
morte dos entes queridos, estamos sozinhos. Quando já não se pode
contar com os outros. Apenas restam os lares.
Lar, para um pobre, é um asilo, um
poço de mortos. Mas, se o velho tiver dinheiro, muda um pouco o
panorama. Pode ficar num lar de luxo, num hotel ou residência
assistida. Nestes casos, a família está mais presente, pelo menos,
para ficar com a herança.
Já sabíamos que a velhice dos pais é
um fardo para muitos filhos. Para a grande maioria. Um fardo social e económico. Um motivo de vergonha e desconforto. Os filhos são,
também, o fruto da educação que os pais lhes deram e do que se fizeram na vida!
Mas nunca imaginei que a velhice
fosse um problema! Recordo: a velhice é um estado, uma etapa da vida que deve ser digna, de uma PESSOA. De alguém que
precisa de convívio, de participar, nas suas circunstancias, de
estar aceite, sentir-se respeitada, querida, integrada.
Lamento, mas nós, somos
uma vergonha! Para qualquer civilização que nos trouxe até ao
«progresso», não somos os filhos pródigos. Somos os mete-nojo, as
ovelhas ranhosas que estão dispostos a enfiar os velhos em asilos!
Para os deixar morrer, longe da vista!
Estas gerações,
são lixo. Não reciclável.
Nenhum comentário:
Postar um comentário