quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Perdidos e achados


Os miúdos ensinam. Se estivermos atentos. Aprendem, e prendem, pela ação. Agem. Fazem, experimentam e erram, correm tropeçam, avançam, recuam, mexem e quebram, voltam para trás. Não param. Não pensam, para eles é simples: zás, catrapaz!

Inspiram stress. Polegam mensagens. Chat(eiam-se) todos. Saltitam conceitos. Palmilham quilómetros, no mesmo lugar. Imóveis, nos portáteis e telemóveis. São efervescência pura, saltitante, deambulante, com pouco jeito. Não conseguem parar! Não têm preceitos. Indisciplinados, perdidos, criam jeitos e conceitos. Sempre a inventar!

Paradoxalmente, estão perdidos e achados! Mas estão vivos, divertidos, a correr e a saltar. Caminham, elitrizados, nos atalhos da dispersão. 

Não são só eles! Pois não?

Nós, os graúdos, os que julgam que o são. Estamos perdidos. Dizemos que não. Fingimo-nos achados, sabidos. Precisamos de tempo, de esforço, de novos sentidos, de novas experiências, de boa emoção. Estamos assim. Alguns, assustados, na sua razão. No medo, nos velhos mitos. Melhor ainda, na crítica dura da ação, dos miúdos.

O mundo que era. Já é ilusão. 

Sentimos, pensamos, vivemos, estamos ... dispersos, perdidos e achados. Sós e acompanhados, a correr, alegres e tristes, ora em pé ora sentados, de rastos, exaustos, prostrados no chão. Sem razão!

O problema são eles? Parece-me que não!

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