domingo, 5 de fevereiro de 2012

Estatuto e poder


O poder está associado ao estatuto e aos recursos que temos. Com base neles, criamos e criam expectativas sobre nós. Fazem com que tenhamos maior ou menor poder.

Em Portugal, há uma mania estúpida de reconhecer estatuto a quem tem títulos (culturais, nobiliárquicos ou profissionais) e não existe o hábito de reconhecer o poder pelo trabalho feito, pelos resultados obtidos.

Um construtor civil com sucesso, se não tiver ido à escola (superior) é um pato bravo. É um destruidor do ambiente, um «Xico-esperto». Se tiver um título, é um «senhor engenheiro». Mesmo que as práticas sejam iguais e os resultados deste último, inferiores.

Se uma pessoa deixou de estudar ou de trabalhar para cuidar da família, chamamos-lhe «dona de casa». Pobrezinha, não arranjou emprego! Apesar de fazer uma função tão ou mais nobre do que servir um rico, em troca de uns cobres.

Os que não estudaram ou que optaram pela família, perderam estatuto! Perderam poder! Sem, todavia serem menos importantes que os outros! 

Mas, os outros, desvalorizam-nos, por causa do estatuto! 

Será que isto ocorre nos países mais desenvolvidos da Europa do Norte ou nos mais competitivos da América (do Norte e do Sul) e da Ásia?

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