Distraídos com a crise (económica),
esquecemos que o mundo, tal como o conhecemos, está em perigo! A
natureza estrebucha e grita, mas nós não a queremos ouvir. As alterações climáticas são evidentes. Os
extremos de frio e de calor afetam os ecossistemas e as espécies,
principalmente as que não podem migrar: as plantas.
Apesar do forte investimento e do
excelente trabalho que a ciência tem vindo a fazer para compreender
o problema, o Mundo continua a mudar. De modo intenso, pouco
controlável.
Esta realidade afeta a produção
alimentar. Reduz os alimentos disponíveis. Aumenta a escassez e o
seu preço, juntamente com os do transporte, induzidos pelo aumento
do custo do petróleo!
Os recursos escasseiam...para os mais pobres, que, aparentemente, continuam
a aumentar.
Perante esta dupla pressão, os Estados
precisam de concretizar, num curto espaço de tempo,
soluções ecossistémicas e ecológicas. Não apenas ambientais nem
apenas económicas. Têm de ser ações locais relevantes, integradas, articuladas, com
impatos globais.
O capitalismo, a produção, o
consumo, a acumulação individual e a riqueza têm estado sempre
associados ao progresso e ao aumento do bem-estar...de alguns. Quando as pessoas podem viver com dignidade, consumir e sonhar com um futuro melhor, andam esperançadas, felizes.
A proposta de progresso do Ocidente
baseia-se, acima de tudo, no sonho de ter um Estado ou uma
sociedade que garantam tudo o que é básico, a dignidade humana, incluindo o acesso a certos
consumos e luxos, pelo menos os da classe média. Pretende garantir, também, a autonomia e a liberdade de escolha de qualquer percurso de vida.
Enquanto o sonho e estas bases estiverem seguras,
não existem razões para a revolta! Nem motivos para mudar de
sistema sócio-político! Portanto, ainda existe uma boa base de sustentação das políticas de austeridade na Europa.
Mas, o mundo
sócio-político global está a começar a estrebuchar com a escassez e a
mudança global, colocando em causa velhas crenças e equilíbrios. De um momento para o outro, tudo pode mudar!
Por isso, a pergunta fulcral é, agora: «até quando?». Até quando é que o sonho Ocidental vai manter-se, aparentemente, real?
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