segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Até quando?


Distraídos com a crise (económica), esquecemos que o mundo, tal como o conhecemos, está em perigo! A natureza estrebucha e grita, mas nós não a queremos ouvir. As alterações climáticas são evidentes. Os extremos de frio e de calor afetam os ecossistemas e as espécies, principalmente as que não podem migrar: as plantas.

Apesar do forte investimento e do excelente trabalho que a ciência tem vindo a fazer para compreender o problema, o Mundo continua a mudar. De modo intenso, pouco controlável.

Esta realidade afeta a produção alimentar. Reduz os alimentos disponíveis. Aumenta a escassez e o seu preço, juntamente com os do transporte, induzidos pelo aumento do custo do petróleo!

Os recursos escasseiam...para os mais pobres, que, aparentemente, continuam a aumentar.

Perante esta dupla pressão, os Estados precisam de concretizar, num curto espaço de tempo, soluções ecossistémicas e ecológicas. Não apenas ambientais nem apenas económicas. Têm de ser ações locais relevantes, integradas, articuladas, com impatos globais.

O capitalismo, a produção, o consumo, a acumulação individual e a riqueza têm estado sempre associados ao progresso e ao aumento do bem-estar...de alguns. Quando as pessoas podem viver com dignidade, consumir e sonhar com um futuro melhor, andam esperançadas, felizes.

A proposta de progresso do Ocidente baseia-se, acima de tudo, no sonho de ter um Estado ou uma sociedade que garantam tudo o que é básico, a dignidade humana, incluindo o acesso a certos consumos e luxos, pelo menos os da classe média. Pretende garantir, também, a autonomia e a liberdade de  escolha de qualquer percurso de vida.

Enquanto o sonho e estas bases estiverem seguras, não existem razões para a revolta! Nem motivos para mudar de sistema sócio-político! Portanto, ainda existe uma boa base de sustentação das políticas de austeridade na Europa.

Mas, o mundo sócio-político global está a começar a estrebuchar com a escassez e a mudança global, colocando em causa velhas crenças e equilíbrios. De um momento para o outro, tudo pode mudar!

Por isso, a pergunta fulcral é, agora: «até quando?». Até quando é que o sonho Ocidental vai manter-se, aparentemente, real? 

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