Para mim, um Geógrafo é um
interpretador, um quase filósofo das relações entre
o meio e o homem. Estuda e percebe a magia do território. Tem mais
valor quando consegue ajudar a desenvolver estas relações de modo
sustentável e mutuamente recompensadoras, com um sentido que integra
passado, presente e futuro. Torna-se nobre quando, no aqui e
agora, ajuda os congéneres a viverem em paz com o meio.
O
geógrafo não é um mero técnico de números ou de mapas nem, tão
só, um professor.
Nos últimos anos, os geógrafos
encerraram-se nas universidades, atrás dos computadores e dos mapas
digitais, dos intermináveis estudos de aprofundamento temático que
pouco mais são do que confabulações científicas consistentes, mas
estéreis e desinteressantes para o cidadão comum. Especializaram-se
nas análises atomistas e nos planeamentos, perderam grande parte do
seu significado social. Reduziram o seu valor.
Hoje, já não me considero um
Geógrafo, mas, apenas, um pensador que, felizmente, fez um curso
superior de Ensino da Geografia, com excelentes momentos de
aprendizagem, com alguns professores.
Como disseram doutos geógrafos
há alguns anos (1998), não faço Geografia! Analiso e interpreto o
território, procurando soluções que o valorizam, dando-lhe sentido
e significado para as pessoas. Faço Marketing Territorial, há
alguns anos. Estabeleço relações relevantes entre pessoas e meio,
ajudo a criar sentidos e intervenções, exploro os significados
concretos do espaço e o modo como eles podem influenciar a vida. Nada de novo!
Felizmente ;-), já não sou geógrafo,
vou sendo um «qualquer coisa», como outros, senhores, engenheiros e doutores!
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