sexta-feira, 25 de maio de 2012

Sou um «qualquer coisa»


Para mim, um Geógrafo é um interpretador, um quase filósofo das relações entre o meio e o homem. Estuda e percebe a magia do território. Tem mais valor quando consegue ajudar a desenvolver estas relações de modo sustentável e mutuamente recompensadoras, com um sentido que integra passado, presente e futuro. Torna-se nobre quando, no aqui e agora, ajuda os  congéneres a viverem em paz com o meio. 

O geógrafo não é um mero técnico de números ou de mapas nem, tão só, um professor.

Nos últimos anos, os geógrafos encerraram-se nas universidades, atrás dos computadores e dos mapas digitais, dos intermináveis estudos de aprofundamento temático que pouco mais são do que confabulações científicas consistentes, mas estéreis e desinteressantes para o cidadão comum. Especializaram-se nas análises atomistas e nos planeamentos, perderam grande parte do seu significado social. Reduziram o seu valor.

Hoje, já não me considero um Geógrafo, mas, apenas, um pensador que, felizmente, fez um curso superior de Ensino da Geografia, com excelentes momentos de aprendizagem, com alguns professores. 

Como disseram doutos geógrafos há alguns anos (1998), não faço Geografia! Analiso e interpreto o território, procurando soluções que o valorizam, dando-lhe sentido e significado para as pessoas. Faço Marketing Territorial, há alguns anos. Estabeleço relações relevantes entre pessoas e meio, ajudo a criar sentidos e intervenções, exploro os significados concretos do espaço e o modo como eles podem influenciar a vida. Nada de novo!

Felizmente ;-), já não sou geógrafo, vou sendo um «qualquer coisa», como outros, senhores, engenheiros e doutores!

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