quinta-feira, 24 de maio de 2012

Passamos por elas

Árvores. São vidas!

Estão cá, mas não as observamos, nem escutamos. Apenas passamos. Vivemos à sua sombra, quando chove e quando faz sol! Inalamos o ar que filtram, para que possamos respirar melhor.

Alimentam-nos. Dão-nos, ou roubamo-lhes, os seus frutos. Abrigam-nos em momentos de tempestade, dão sombra em terras escaldantes e criam o solo que pisoteamos para passear. Abrigam o chilrear dos pássaros e milhões de formas de vida que nos enriquecem.

Um dia secam. Já não estão lá, para nós, perde-mo-las. Como a vida.

Passamos por elas sem que as cuidemos, sem que as valorizemos. As vidas passam por nós, a correr, num fôlego, sem que as aproveitemos. Perde-mo-las, como as oportunidades, que não regressam. 

Não as respeitamos, não sabemos os seus nomes, as suas origens, as suas histórias. Apesar de serem elas que ali estão, vivendo, sentindo-nos, dando-nos ar, sombra, alimentos, filtrando e regenerando a água que bebemos e transpiramos. Esquece-mo-las!

Acompanham-nos, mas … cultivamos nelas o abandono que anda em nós, nas nossas vidas, em busca de ilusões frustradoras, por vezes, tenebrosas. 

Ai quem me dera saber ler as árvores e cuidar delas. Quão rico seria se as soubesse escutar e entender.

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