Estão cá, mas não as
observamos, nem escutamos. Apenas passamos. Vivemos à sua sombra,
quando chove e quando faz sol! Inalamos o ar que filtram, para que possamos respirar melhor.
Alimentam-nos. Dão-nos, ou
roubamo-lhes, os seus frutos. Abrigam-nos em momentos de tempestade,
dão sombra em terras escaldantes e criam o solo que pisoteamos para
passear. Abrigam o chilrear dos pássaros e milhões de formas de
vida que nos enriquecem.
Um dia secam. Já não estão lá, para
nós, perde-mo-las. Como a vida.
Passamos por elas sem que as cuidemos, sem que as valorizemos. As vidas passam por nós, a correr, num
fôlego, sem que as aproveitemos. Perde-mo-las, como as oportunidades, que não regressam.
Não as respeitamos, não sabemos os
seus nomes, as suas origens, as suas histórias. Apesar de serem elas
que ali estão, vivendo, sentindo-nos, dando-nos ar, sombra,
alimentos, filtrando e regenerando a água que bebemos e
transpiramos. Esquece-mo-las!
Acompanham-nos, mas … cultivamos nelas o abandono que anda em nós, nas
nossas vidas, em busca de ilusões frustradoras, por vezes,
tenebrosas.
Ai quem me dera saber ler as árvores e cuidar delas.
Quão rico seria se as soubesse escutar e entender.
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