Deficientes são todos aqueles que
designam os outros como tal. Deficientes …
pensamentais: burros.
A deficiência é uma anti eficiência
idealizada. Portanto, necessita da definição da eficiência,
sempre circunscrita a uma função. Uma deficiência num elemento de
competência pode conformar uma eficiência elevada noutro! Que
estranho!
Um autista será um deficiente ou um
diferente com múltiplas deficiências e eficiências? Será um
deficiente porque o é, ou é um diferente que poderemos amar com outros jeitos? Seremos nós eficientes
ou deficientes nas sua avaliação e na relação que estabelecemos?
A «deficiência», em certos aspectos,
é um peso para os que estão próximos. Mas também é um
desafio ao desenvolvimento de cada um e da sua
comunidade, da família, do espaço nobre das ligações
afetivas fortes. A «deficiência» pode ser um dom que faz emergir em nós (nas nossas relações) as mais maravilhosas descobertas e competências.
Bem vistas as coisas, todos somos
deficientes … ou diferentes. E a nossa maior deficiência é o
modo como olhamos para os diferentes, a forma como tratamos os
demais, como olhamos para nós próprios.
Somos deficientes porque as nossas
concepções de sociedade,educação e pessoa são deficientes. Na
génese, somos diferentes, no percurso de aprendizagem e
(des)integração coletiva, não somos deficientes, torna-mo-nos, aprendemos a ser!
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