sábado, 26 de maio de 2012

Gabarolas e cobardolas


Quando miúdo e jovem, com facilidade, conseguia vitórias em diversas frentes. Enchiam-me o ego. Cantava-as aos quatro ventos. Com baixa auto-estima, era gabarolas. Inconsciente, inconsequente. Iludido, era diferente ... e feliz.

Insuportável para alguns. Com razão, reconheço hoje! Normalmente incompreendido, era competitivo, por vezes, arrogante. A gabarolice raiava a parvoíce. Ofendia os que se sentiam incapazes de conseguir conquistas, de sentir o prazer de vencer.

Tanta crítica ouvi, tanta «porrada» levei. Tantas relações desperdicei.

Apesar de burro e desatento, acabei por aprender! Tornei-me humilde. Cobardolas. Deixei de cantar as vitórias. Fiquei quieto, para não ofender. Tornei-me português: cinzento, inseguro, pouco ambicioso, medroso e crítico.

Amargurado, assim me arrumei. Calmamente, sobrevivi e agachei-me. Aconcheguei-me na crítica. Estudei, aprofundei o sentido da vida, encontrei-lhe uma orientação significativa.

Sereno, hoje, volto a ser gabarolas, com resultados concretos para mostrar, usando o estilo polido daqueles que fingem não se mostrar para, com as suas vitórias, não amesquinharem os egos dos que os invejam, em silêncio. Aprendi a não ser genuíno!

Em Portugal, e não só, é pecado proclamar vitória. É perigoso ser diferente, dar nas vistas, ser arrojado, ganhar. A menos que se adote a atitude (que muitos apelidam de arrogante) do Mourinho, com resultados. Ele não tem medo de chocar … porque vence! Concretiza com a força da mente e um enome poder de integrar, de ajudar os outros a conquistar.

Por isso vos digo: ousem arriscar, com controlo, nos sonhos e projetos que geram ganhos mútuos! É excelente jogar, perder e vencer. Vive-se assim uma vida cheia, intensa, forte, que vale a pena viver! 

O sentido da vida é VIVER, não é fingir nem temer.

Um comentário:

  1. Muito bem caro amigo. Temos de ser mais arrojados. Os portugueses não são só bons lá fora. Aqui também os há!

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