quarta-feira, 16 de maio de 2012

Não os invejo


Os africanos «mais atrasados» sabem rir com pouco, viver com um coração cheio, gozar o prazer de não ter, tendo-se nas relações que criam. Ubuntam-se. Unem-se na pobreza, numa imensa riqueza de Ser e Estar. Sabem. Aprenderam a ser felizes.

Quase invejo os seus ritmos, as suas danças os seus sorrisos rasgados e o olhar deslumbrado perante a cor da vida colorida. Vivem a vida que têm, não correm atrás das dos outros.

A pobreza (material) não é miséria. A riqueza pode até ser. O materialismo, a inacreditável crença de que ter dinheiro e poder são caminhos para a felicidade, aprisiona muito boa gente em percursos de sofrimento. O egoísmo exacerbado cria uma vida miserável, triste.

A inveja, a comparação contínua e a exigência são inibidores da vida. Descontrolados, criam frustração, baixa auto-estima, dor contínua e ansiedade, constantes. Deprimem.

Miseráveis são todos aqueles que não entendem que a vida pode ser cheia, vivida com poucos bens, menos privilégios e mordomias.

Os miseráveis, normalemente, andam tristes. Para compensar, bebem, sexam e festejam na «disco», ficando irritados quando não lhes dão palco nas capas das revistas. São tristes e andam tristes. São miseráveis, apesar de ricos. Não os invejo! 

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