Os africanos «mais atrasados» sabem
rir com pouco, viver com um coração cheio, gozar o prazer de não
ter, tendo-se nas relações que criam. Ubuntam-se. Unem-se na
pobreza, numa imensa riqueza de Ser e Estar. Sabem. Aprenderam a ser
felizes.
Quase invejo os seus ritmos, as suas
danças os seus sorrisos rasgados e o olhar deslumbrado perante a cor da vida colorida. Vivem a vida que têm, não correm atrás
das dos outros.
A pobreza (material) não é miséria.
A riqueza pode até ser. O materialismo, a inacreditável crença de
que ter dinheiro e poder são caminhos para a felicidade, aprisiona
muito boa gente em percursos de sofrimento. O egoísmo exacerbado
cria uma vida miserável, triste.
A inveja, a comparação contínua e a
exigência são inibidores da vida. Descontrolados, criam frustração,
baixa auto-estima, dor contínua e ansiedade, constantes. Deprimem.
Miseráveis são todos aqueles que não
entendem que a vida pode ser cheia, vivida com poucos bens, menos
privilégios e mordomias.
Os miseráveis, normalemente, andam
tristes. Para compensar, bebem, sexam e festejam na «disco»,
ficando irritados quando não lhes dão palco nas capas das revistas.
São tristes e andam tristes. São miseráveis, apesar de ricos. Não os invejo!
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