quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Maldita escola

Escola é civilização. É, a par da televisão, da Web e do ambiente familiar, uma das forças da EDUCAÇÃO, do civismo... ou talvez não. Tem ajudado no progresso (acima de tudo, económico) do país e do mundo. Mas, pode fazer mais.

As Escolas são boas, marcantes! São os lugares onde abrimos a mente ou nos ensinam a fechar. São os nossos contextos reais (não virtuais) de socialização, num período marcante, da infância e juventude, 10 a 15 anos em que definimos a vida adulta (mais de 50 anos).

Dão-nos asas para voar ou palas para «burrar», «emburrecer»!

Para alguns, os que mais necessitam delas, é o espaço para criar sonhos e recolher competências, amizades, exemplos. A Escola pode ser quase tudo.

Mas, porque existem pensamentos cretinos como os do ministro da instrução (da educação), porque, nós, professores, temos cadeiras pedagógicas que não treinam a liderança nem a boa comunicação (e, depois, somos incompetentes a liderar grupos de 30 pessoas), porque continuamos a achar que as contas de matemática são mais estruturantes que o poder reflexivo da ética e da filosofia, da comunicação e da psicologia, então, a escola, é, cada vez mais «mal-dita», mal falada. É incapaz de responder aos nossos anseios e às necessidades da Sociedade Hipertexto em que vivemos.

A Escola também é MALDITA! Porque, muitas vezes, num período crucial de desenvolvimento da personalidade e dos comportamentos, prende, bloqueia, atrofia, fecha, mata os cérebros e os corações dos que querem aprender! É importante para padronizar o pensamento e o comportamento, o que dá muito jeitinho aos sistemas de poder concentrado e hierárquico!

Foi esta escola que nos criou. Criou o Zé e o Sócrates, o Tino e o Passos Coelho, tu e eu. Criou a geração «à rasca», a geração «rasca», a geração «tasca» (a que pertenço) e a geração «podre» (a que pertencem os líderes medíocres que se aproveitaram do 25 de Abril para, de mãos dadas, assumirem o poder que hoje temos).

Mas, há ESCOLAS EXTRAORDINÁRIAS (como o externato Fernão Mendes Pinto, em Benfica), professores especiais (como os Pedros que conheço), dirigentes rigorosos e funcionários que eu quereria ter nos meus projetos. Graças a estes, temos miúdos, por vezes, de famílias «manhosas», que entram como pedras toscas e de lá saem como DIAMANTES, com asas para voar!

MALDITA escola. Que mundo teríamos se dominassem as outras, as extraordinárias!

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