segunda-feira, 6 de agosto de 2012

Paciência, é a vida!


Segundo inúmeros pensadores, há 3 níveis de desenvolvimento pessoal: dependente (1º), independente (2º) e interdependente (3º). Eu acho que ainda há um 4º, o da espiritualidade COLETIVA.

O primeiro é básico. Atingido por qualquer um, na infância. Baseia-se na ideia: eu perco, tu ganhas. Cria dependências. Pode ser treinado para que um indivíduo aí se posicione durante toda a vida. A escola e a família são contextos muito capazes de o fazer. Produz bons trabalhadores, operários, formiguinhas comandadas e limitadas nas suas opções. A nossa sociedade e cultura esmeram-se neste esforço. 

O segundo é conquistado por aqueles que não se deixam subjugar facilmente a partir de certa idade. Felizmente, a maioria. Baseia-se na ideia: eu ganho, mesmo que tu percas. Cria independências. É atingido por sucessivas transformações conseguidas na juventude e idade adulta. É baseado no conflito e na conquista da autonomia e do poder. É levado ao desempenho máximo através da cultura competitiva e bélica que leva as pessoas a sentirem que o melhor modo de viver é aquele que a faz sobreviver e vencer, ocupando o espaço e forçando a vida dos outros. É limitado, limitador, mas cria a sensação de conquista e independência. É enganador. Cria felicidade efémera e sofrimento. Cultiva a luta, a guerra e a violência. Subjuga os outros. 

O terceiro nível é diferente. Baseia-se na ideia de que podemos ganhar, em conjunto, desde que pensemos no bem do outro e no nosso bem comum. Pretende ganhos mútuos. Cria interdependências. Desenvolve-se em todas as idades, através do aprofundamento da empatia e do respeito mútuo, da assertividade e da responsabilidade. 

Mas eu acho que ainda há um 4º nível! Aquele que se baseia na ideia de que todos ganhos. Eu, tu e os outros, se seguirmos alguns princípios de bem comum e formos capazes de dialogar para gerar espiritualidade COLETIVA e inteligências múltiplas unificadas. Esse é o nível da consciência coletiva que nos permite ganhos mútuos e sustentáveis. Porque somos parte de um mesmo todo que se encontra neste planeta comum, neste universo comum de multiversos comuns onde há milhões de soluções pacificadoras disponíveis para praticar!

Infelizmente, apesar do conhecimento global que hoje existe, a cultura portuguesa (e não só) ainda cultiva e premeia os dois primeiros níveis! E reforça-se na defesa de princípios económicos e de poder que lhes dão crédito, com a cumplicidade dos jornalismos da treta.

Com base nessas abordagens de baixo nível, reproduz os mesmos erros e sofrimentos do passado! 

Paciência, é a vida, vista e dirigida pelos básicos!

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