O ser humano é um paradoxo. Um
sistema complexo, meio homem, meio animal. Um Elefante Selvagem (a
sua emoção transformada em vontade) que, por vezes, se sujeita a um
Frágil Cavaleiro (a razão), que precisa de um caminho (um plano),
com uma visão (postal de destino) para se movimentar pela floresta
em direção a um destino. Ou então, anda perdido, desperdiçando,
rindo e chorando pela floresta!
O ser humano tem múltiplas
inteligências que lhe permitem, treinando e aproveitando as suas
características mais positivas, criar soluções em diferentes
contextos e perante o mais variado tipo de desafios e barreiras. É
notável e criativo. Tem elevadas capacidades de adaptação. Pode
ligar-se aos outros, pensar e sentir com eles. Criar coletivamente
...coisas boas e más!
Mas é estupidamente previsível!
Fixa-se em programações emocionais, neuro-linguísticas e
racionais, às quais recorre frequentemente, principalmente quando se
sente ameaçado ou fica distraído! Em contextos de insegurança, o
ser é capaz de ter desempenhos miseráveis, marcados pelos bloqueios
que as emoções negativas podem provocar. É fácil compreende-lo,
se formos capazes de perceber as suas emoções, sentimentos,
pensamentos as suas ambições e os seus medos.
A emoção comanda a razão,
principalmente nos momentos de tensão em que o selvagem Elefante tem
mais força que o Frágil Cavaleiro.
Se a emoção pode prejudicar os
desempenhos em contextos desfavoráveis, a energia que produz
fortalece a pessoa para atos extraordinários e inesperados.
A emoção, quando utilizada com
criatividade, em contextos seguros, cria sensações e
ligações especiais, dando significados poéticos aos factos mais
irrelevantes. Perante uma situação nova, ajuda a imaginar, a
contornar as barreiras e bloqueios, fugir à rotina, criando soluções
com alto nível de satisfação, gerando novas combinações com
poucos e velhos recursos, criando sensações que ficam marcadas nas
memórias de quem as vive, para o resto da vida. Isto é Arte! Feita
por Artistas.
Normalmente, estas pessoas possuem uma
atitude vencedora, em crescimento, como defende a psicóloga Carol
Dweck. Estes seres, extraordinários, se carregados de uma
mentalidade em crescimento e de uma perspetiva vencedora, num
contexto seguro, mas desafiante, são capazes daquilo a que chamamos
milagres.
Que o diga José Mourinho! O seu
espírito vencedor é baseado no autoconhecimento, na motivação
(e crença), na concentração nos objetivos, no equilíbrio
emocional que possui na maior parte das situações, na sua memória
de experiências relevantes, na sua resiliência (capacidade de
regressar a si depois do insucesso), na sua elevada adaptabilidade. O
seu cavaleiro aproveita a força bruta do seu Elefante.
Normalmente, as pessoas vencedoras sabem cuidar do seu corpo, do seu sistema nervoso, do seu cérebro, das suas emoções e relações e procuram desenvolver competências, expondo-se aos erros e fracassos como forma de aprender. Elas sabem que podem tentar, falhar, recuperar e continuar. Mas, se o contexto não os desafiar, podem desperdiçar os seus melhores talentos!
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