quinta-feira, 2 de agosto de 2012

A arte de Ser Humano



O ser humano é um paradoxo. Um sistema complexo, meio homem, meio animal. Um Elefante Selvagem (a sua emoção transformada em vontade) que, por vezes, se sujeita a um Frágil Cavaleiro (a razão), que precisa de um caminho (um plano), com uma visão (postal de destino) para se movimentar pela floresta em direção a um destino. Ou então, anda perdido, desperdiçando, rindo e chorando pela floresta!

O ser humano tem múltiplas inteligências que lhe permitem, treinando e aproveitando as suas características mais positivas, criar soluções em diferentes contextos e perante o mais variado tipo de desafios e barreiras. É notável e criativo. Tem elevadas capacidades de adaptação. Pode ligar-se aos outros, pensar e sentir com eles. Criar coletivamente ...coisas boas e más!

Mas é estupidamente previsível! Fixa-se em programações emocionais, neuro-linguísticas e racionais, às quais recorre frequentemente, principalmente quando se sente ameaçado ou fica distraído! Em contextos de insegurança, o ser é capaz de ter desempenhos miseráveis, marcados pelos bloqueios que as emoções negativas podem provocar. É fácil compreende-lo, se formos capazes de perceber as suas emoções, sentimentos, pensamentos as suas ambições e os seus medos.

A emoção comanda a razão, principalmente nos momentos de tensão em que o selvagem Elefante tem mais força que o Frágil Cavaleiro.

Se a emoção pode prejudicar os desempenhos em contextos desfavoráveis, a energia que produz fortalece a pessoa para atos extraordinários e inesperados.

A emoção, quando utilizada com criatividade, em contextos seguros, cria sensações e ligações especiais, dando significados poéticos aos factos mais irrelevantes. Perante uma situação nova, ajuda a imaginar, a contornar as barreiras e bloqueios, fugir à rotina, criando soluções com alto nível de satisfação, gerando novas combinações com poucos e velhos recursos, criando sensações que ficam marcadas nas memórias de quem as vive, para o resto da vida. Isto é Arte! Feita por Artistas.

Normalmente, estas pessoas possuem uma atitude vencedora, em crescimento, como defende a psicóloga Carol Dweck. Estes seres, extraordinários, se carregados de uma mentalidade em crescimento e de uma perspetiva vencedora, num contexto seguro, mas desafiante, são capazes daquilo a que chamamos milagres.

Que o diga José Mourinho! O seu espírito vencedor é baseado no autoconhecimento, na motivação (e crença), na concentração nos objetivos, no equilíbrio emocional que possui na maior parte das situações, na sua memória de experiências relevantes, na sua resiliência (capacidade de regressar a si depois do insucesso), na sua elevada adaptabilidade. O seu cavaleiro aproveita a força bruta do seu Elefante.

Normalmente, as pessoas vencedoras sabem cuidar do seu corpo, do seu sistema nervoso, do seu cérebro, das suas emoções e relações e procuram desenvolver competências, expondo-se aos erros e fracassos como forma de aprender. Elas sabem que podem tentar, falhar, recuperar e continuar. Mas, se o contexto não os desafiar, podem desperdiçar os seus melhores talentos! 


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