segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Declaração de luta


Olho-me ao espelho e vejo um ser culto, consciente e passivo, que assiste, na sua poltrona, ao caminhar de uma Humanidade para a desgraça.

Hoje há um duplo, e enorme, desafio: eliminar o imenso problema da pobreza e a mentalidade da Civilização que o cria! Este é um assunto de carácter cultural e político. Precisa de uma ação criativa e transformadora, conjunta, congregadora. Enérgica.

Afinal, vivemos para tentar ser felizes. A vida é curta e foge. Viver amordaçado ou prisioneiro do passado é morrer por antecipado!

Vivemos um momento histórico em que podemos conciliar as conquistas da gestão, da tecnologia e da ciência com a «inteligência dos mercados», o desenvolvimento fraterno e sustentável da Humanidade, num novo padrão de pensamento e de ação, temporário, revolucionário.

Este é um momento que exige mudança, determinada. Se for preciso, que seja à força! Não é possível aceitar a conspurcada vitória dos senhores da mentira política e económica que nos arrastam neste caminho de futuro sofrimento sem glória.

Inspiro-me em Mujica e noutros nobres revolucionários!

O que aconteceria se as famílias indianas tivessem a mesma proporção de carros que as alemãs? O que aconteceria se tivéssemos 7,5 mil milhões de pessoas com o mesmo nível de consumo e desperdício das sociedades do Ocidente? É possível falar em solidariedade numa economia baseada na concorrência impiedosa? Até onde chega a fraternidade?

Dizem os velhos sábios: «Pobre não é o que tem pouco, mas sim o que necessita infinitamente muito e deseja, e deseja, mais e mais», sem nunca o concretizar!

Como afirma Mujica: «Estamos numa civilização filha do mercado e da competição, que se deparou com um progresso material explosivo. A economia de mercado criou sociedades hiperconsumistas de mercado. Este hiperconsumo destrói o planeta, fazendo coisas que durem pouco para vender mais. Isto é um ciclo vicioso. Temos de trabalhar imenso para sustentar uma civilização que usa e deita fora. Temos de rever a nossa forma de vida! A grande crise não é ecológica, é política. As forças (do mercado e do trabalho) é que governam o homem … e a vida. Temos de perceber que a crise da água e a agressão à natureza não são a causa. A causa é o modelo de civilização que construímos. Este é um problema que «exige» a luta por uma outra cultura. Não podemos continuar a ser governados pelos mercados. Temos de os governar. - Quando você acordar, descobrirá que a vida se foi no trabalho imenso para alimentar o consumo estúpido. É este o sentido da vida humana?»

Por mim, não. Já acordei! Basta. Vamos lá que a vida é curta! Aqui estou, nesta luta por um caminho melhor. Nem que seja «à bruta».

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