Olho-me ao espelho e vejo um ser culto,
consciente e passivo, que assiste, na sua poltrona, ao caminhar de
uma Humanidade para a desgraça.
Hoje há um duplo, e enorme, desafio:
eliminar o imenso problema da pobreza e a mentalidade da Civilização
que o cria! Este é um assunto de carácter cultural e político.
Precisa de uma ação criativa e transformadora, conjunta,
congregadora. Enérgica.
Afinal, vivemos para tentar ser
felizes. A vida é curta e foge. Viver amordaçado ou
prisioneiro do passado é morrer por antecipado!
Vivemos um momento histórico em que
podemos conciliar as conquistas da gestão, da tecnologia e da
ciência com a «inteligência dos mercados», o desenvolvimento fraterno e sustentável da Humanidade, num novo padrão
de pensamento e de ação, temporário, revolucionário.
Este é um momento que exige mudança,
determinada. Se for preciso, que seja à força! Não é possível
aceitar a conspurcada vitória dos senhores da mentira política e
económica que nos arrastam neste caminho de futuro sofrimento sem
glória.
Inspiro-me em Mujica e noutros nobres
revolucionários!
O que aconteceria se as
famílias indianas tivessem a mesma proporção de carros que as
alemãs? O que aconteceria se tivéssemos 7,5 mil milhões de pessoas
com o mesmo nível de consumo e desperdício das sociedades do
Ocidente? É possível falar em solidariedade numa economia baseada
na concorrência impiedosa? Até onde chega a fraternidade?
Dizem os velhos sábios: «Pobre não é
o que tem pouco, mas sim o que necessita infinitamente muito e
deseja, e deseja, mais e mais», sem nunca o concretizar!
Como afirma Mujica: «Estamos numa
civilização filha do mercado e da competição, que se deparou com
um progresso material explosivo. A economia de mercado criou
sociedades hiperconsumistas de mercado. Este hiperconsumo destrói o
planeta, fazendo coisas que durem pouco para vender mais. Isto é um
ciclo vicioso. Temos de trabalhar imenso para sustentar uma
civilização que usa e deita fora. Temos de rever a nossa forma de
vida! A grande crise não é ecológica, é política. As forças (do
mercado e do trabalho) é que governam o homem … e a vida. Temos de
perceber que a crise da água e a agressão à natureza não são a
causa. A causa é o modelo de civilização que construímos. Este é
um problema que «exige» a luta por uma outra cultura. Não podemos
continuar a ser governados pelos mercados. Temos de os governar. -
Quando você acordar, descobrirá que a vida se foi no trabalho
imenso para alimentar o consumo estúpido. É este o sentido da vida
humana?»
Por mim, não. Já acordei! Basta.
Vamos lá que a vida é curta! Aqui estou, nesta luta por um caminho melhor. Nem que seja «à bruta».
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