A vida não é o que ensinamos aos
«miúdos». É o que eles vão experimentando e aprendendo na
interação connosco e com os outros, na sua deambulação pelo
tempo, pelos espaços e contextos em que sentem, pensam e comunicam.
Não temos o direito de os «forçar»,
ensinando os nossos padrões. Apenas temos a obrigação de os
partilhar com eles, impondo, por vezes, as nossas regras. Mas
realçando que são apenas «as nossas», as que conseguimos criar
porque aprendemos assim! São o fruto da nossa (in)capacidade, dos
nossos valores e dos desejos, regidos por um conjunto de crenças que
sentimos.
As escolas (os professores) e as
famílias (os pais) deviam já saber isto. Mas ninguém lhes ensinou!
Limitados, pela escola que os ensinou, não o conseguiram descobrir!
É por isso que as famílias e as
escolas que ensinam, reduzindo a experimentação livre, são tão
limitadoras e estão em crise. É também por isso que «o
tradicional definha» a «indisciplina» cresce, multiplicando a
sensação de caos, mais aparente do que real.
A escola foi criada para «fazer
cidadãos operário» e «transtornada» (ou transformada) para
libertar talentos, criando ambientes favoráveis de aprendizagem e
integração social. Espaços em que a negociação é regra base,
valor central. O respeito e a integração são lei fundamental.
Mas infelizmente, essas ainda não são
as nossas escolas, nem as nossas famílias.
Assim, nasce a crítica fácil à
escola que não funciona, à família que se transmuta, à pessoa que
se perde. Assim nascem as medidas obtusas do ministério da educação
que matam a liberdade criadora (responsável) daqueles que amam
desenvolver talentos. Assim se queima mais uma geração! Assim nos
mantemos no renascimento!
É a vida! Que pode, a qualquer
momento, mudar!
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