O
meu tempo é a minha vida. Pertence-me como a ninguém. Quando
registo o meu tempo na agenda, estou a atribuí-lo, a investi-lo num
determinado objetivo. Deve ter um sentido para a concretização da
minha vida, não só a dos outros. O tempo é o meu bem mais
precioso, enquadra-se no sentido que quero ter na minha vida, na
relação positiva com os outros.
A
preocupação de dar sentido ao meu tempo (à minha vida) exige boa
capacidade de observação, análise da envolvente e auto-análise.
Sugere uma tomada de decisão consciente sobre o sistema em que
vivemos e o jogo que queremos jogar. Obriga-nos a ter um pragmatismo
que nos direciona para a definição realista dos desafios ou
problemas (depende sempre do nosso ponto de vista).
Apesar
de ser atraente preocuparmo-nos e estarmos atentos a toda a
informação que nos rodeia, devemos saber bem qual é a nossa esfera
real de poder (no qual temos estatuto, recursos e competências para
fazer acontecer algo) e a nossa esfera de influência (baseada na
rede de relações e na credibilidade que possuímos), agindo,
depois, em acordo e direção aos nossos objetivos, dando significado
à nossa vida, ao tempo que utilizamos para a concretizar.
Caso
contrário, arriscamo-nos a assumir preocupações, obrigações e
compromissos que, em vez de nos ajudarem a concretizar o que
queremos, apenas nos baralham, nos distraem, iludem, desperdiçando
energias, trazendo-nos novas aprendizagens, por vezes, improdutivas.
Contudo,
não podemos perder de vista que a nossa vida só tem Valor
Acrescentado para os outros se for capaz de produzir «carinhas
felizes», fundadas em trocas decentes, partilhas guiadas por uma
perspetiva de ganhos mútuos e múltiplos, de uma perspetiva
interdependente de Win-Win-Win (eu ganho, tu ganhas e os outros
também).
A
vida é muito mais rica em função das trocas que estabelecemos –
que têm significado – e o sucesso tem que ver muito com a forma e
a qualidade do que trocamos. No final das nossas vidas, que terminam
garantidamente um dia, o que fica de nós é o legado que deixamos, o
que fizemos e trocámos e, dentro desse «fardo», a história conta
os seus diferentes significados, muito para além do que fizemos e
deixámos.
Podemos
ser ricos e deixar um legado pobre. O inverso também é verdadeiro.
Os outros, que cá ficam, lhe darão o devido valor!
Mas,
de facto, gastámos o nosso tempo de vida, esperemos que tenha sido
com algum significado para além das pequenas vitórias do dia-a-dia,
do curto prazo.
É
nesta perspetiva que nasce a necessidade de acolher e respeitar os
outros, estabelecendo práticas decentes de gestão da informação
(que podem mudar uma vida inteira) e das relações. Até porque o
que dizemos, o que fazemos e o que deixamos subentendido, tudo são
marcas. Marcas que ficam, algumas delas, para o resto da vida. Para a
nossa história comum.
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