sábado, 14 de julho de 2012

O sentido da coisa (dica de GT)


O tempo e a agenda são recursos que existem para concretizar as ambições.

O meu tempo é a minha vida. Pertence-me como a ninguém. Quando registo o meu tempo na agenda, estou a atribuí-lo, a investi-lo num determinado objetivo. Deve ter um sentido para a concretização da minha vida, não só a dos outros. O tempo é o meu bem mais precioso, enquadra-se no sentido que quero ter na minha vida, na relação positiva com os outros.

A preocupação de dar sentido ao meu tempo (à minha vida) exige boa capacidade de observação, análise da envolvente e auto-análise. Sugere uma tomada de decisão consciente sobre o sistema em que vivemos e o jogo que queremos jogar. Obriga-nos a ter um pragmatismo que nos direciona para a definição realista dos desafios ou problemas (depende sempre do nosso ponto de vista).

Apesar de ser atraente preocuparmo-nos e estarmos atentos a toda a informação que nos rodeia, devemos saber bem qual é a nossa esfera real de poder (no qual temos estatuto, recursos e competências para fazer acontecer algo) e a nossa esfera de influência (baseada na rede de relações e na credibilidade que possuímos), agindo, depois, em acordo e direção aos nossos objetivos, dando significado à nossa vida, ao tempo que utilizamos para a concretizar.

Caso contrário, arriscamo-nos a assumir preocupações, obrigações e compromissos que, em vez de nos ajudarem a concretizar o que queremos, apenas nos baralham, nos distraem, iludem, desperdiçando energias, trazendo-nos novas aprendizagens, por vezes, improdutivas.

Contudo, não podemos perder de vista que a nossa vida só tem Valor Acrescentado para os outros se for capaz de produzir «carinhas felizes», fundadas em trocas decentes, partilhas guiadas por uma perspetiva de ganhos mútuos e múltiplos, de uma perspetiva interdependente de Win-Win-Win (eu ganho, tu ganhas e os outros também).

A vida é muito mais rica em função das trocas que estabelecemos – que têm significado – e o sucesso tem que ver muito com a forma e a qualidade do que trocamos. No final das nossas vidas, que terminam garantidamente um dia, o que fica de nós é o legado que deixamos, o que fizemos e trocámos e, dentro desse «fardo», a história conta os seus diferentes significados, muito para além do que fizemos e deixámos.

Podemos ser ricos e deixar um legado pobre. O inverso também é verdadeiro. Os outros, que cá ficam, lhe darão o devido valor!

Mas, de facto, gastámos o nosso tempo de vida, esperemos que tenha sido com algum significado para além das pequenas vitórias do dia-a-dia, do curto prazo.

É nesta perspetiva que nasce a necessidade de acolher e respeitar os outros, estabelecendo práticas decentes de gestão da informação (que podem mudar uma vida inteira) e das relações. Até porque o que dizemos, o que fazemos e o que deixamos subentendido, tudo são marcas. Marcas que ficam, algumas delas, para o resto da vida. Para a nossa história comum.

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