Não sou abrilista, nem abrileiro, nem
fascista nem outubreiro, nem de esquerda nem de direita. Tento ser
humanista, decente e ordeiro, não tendo uma vida perfeita.
Tenho saudade dos tempos em que ouvia nascer um novo dia cheio de esperança, com a magia ousada do Freitas, do Cunhal, do Sá Carneiro, do Soares e do Pires e de outros que tais, pessoas de ideais.
Vejo que nesta terra, os ricos bandidos
da malta, usurparam as boas receitas, queimaram as grandes bandeiras
e depois de nobres conquistas, levaram esta gente a direito à
procura de memórias saudosistas e de consumos brejeiros. Queimando
os sonhos e os futuros verdadeiros.
Esses filhos não são da esquerda, nem da direita. São «filhos da puta», oportunistas, malandros,
normalmente engravatados, que com fatos bordados, fazem besteiras
perfeitas.
Quanto desejo agora que a chuva caia lá fora, na rua, como deve, arraste em enxurrada, breve, mas forte, estas bestas
matreiras que nos destruíram o norte. E, de novo, com um céu limpo,
o povo, possa fazer reluzir a esperança, retomar um caminho de
abundância, acompanhado de vinho e com muito mais consistência, com a confiança, que a doce democracia soube criar durante a sua breve infância.
Eles, os bandidos, não são republicanos nem monárquicos, de esquerda nem de direita. Roubaram-nos o prazer de sonhar e viver a liberdade organizada de uma democracia responsável, confortável e decente, com todas as gentes, que pensam e sentem de modo diferente.
Eles são os «filhos da puta»!
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