sexta-feira, 27 de abril de 2012

A doença de «os melhores»


Esta gente está doente e multiplica a doença mental (pensamental, emocional, relacional e espiritual). 

Presos num racionalismo aberrante, estupidificante, que apenas usa as competências do hemisfério esquerdo do cérebro, os génios da sabedoria competitiva criam nos seus filhos uma cultura doentia de busca de ser o melhor solitário … brilhante a pensar!

Eles querem que os seus filhos sejam os melhores, insistindo na comparação. Gerando uma doentia competitividade que resulta em altos níveis de perda de sentido de vida, de frustração e depressão. Esquecem-se que a vida é muito mais rica quando tem sentido, é sentida e partilhada, naturalmente pensada.

Pensam mal, como se a vida fosse um jogo em que só importa ganhar, superiorizando-se aos outros. Estúpidos. Perdem as coisas mais doces da vida, como o prazer de dar e partilhar. Tão bom ou melhor que o de vencer.

No outro dia, ouvia, na rádio, um douto professor do ensino superior a dizer que só queria ter os 200 melhores alunos (leia-se as 200 melhores médias de entrada do país) na sua faculdade. Coitado. É tão burro, carregado de títulos de estupidez acrescida!

Ter os 200 melhores alunos (médias) é ter os 200 melhores a fazer testes – toscos avaliadores do saber. Estes alunos não são os 200 melhores a sentir e a ajudar, a resolver problemas, a relacionar-se com os outros, a colaborar, nem a sobreviver. São os 200 melhores a repetir ideias.

Em vez de ter os 200 melhores, mais vale ter 400 pessoas normais, capazes de sentir, pensar (em conjunto), de conversar, de persistir e apoiar-se, de criar, precisamente porque não são os melhores, porque se complementam. 

Mas será difícil explicar isto aos burros! Aqueles que se julgam melhores e que destroem equipas com pensamentos da treta. Os que são «os melhores» a carregarem-se de estupidez!

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