sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

Que chatice!


As tabelas salariais são uma chatice. Igualizam, desmotivam, nivelam por baixo a vontade de vencer e de crescer! Servem de padrão para a (in)justiça social! 

Porque são mal usadas, tornam-se elementos de desmotivação dos melhores e de reivindicação estúpida dos piores … no desempenho da sua função. 

Iludem, criam a ideia de que cada posto de trabalho é igual ao dos seus pares! Puro engano em mais de 90% dos casos.

Directores, técnicos de serviço social, educadores, médicos, enfermeiros, professores, «balconistas», vendedores … todos dependem da forma como tratam cada uma das relações que estabelecem. Criam valor pelo que fazem e comunicam, pelos resultados que alcançam. Nunca são iguais, apenas, eventualmente, semelhantes!

O desempenho só é igual, às vezes, nas fábricas, onde o ritmo e a qualidade do trabalho são definidos pela rotina repetitiva e estúpida! Onde a pessoa é uma peça, prolongamento da máquina. Em tudo o resto, o trabalho varia imenso de pessoa para pessoa, de acordo com a sua entrega e as competências que aplica!

Não se justifica pagar o mesmo a quem cria desagrado, prejudicando a imagem de uma organização ou a quem gera soluções criativas, inventivas, extraordinárias, criando satisfação, prestígio e um «valor excecional» aos seus patrões/clientes.

As tabelas salariais são referências promotoras de injustiça, apenas contrariada por prémios de desempenho, resultantes de avaliações sérias, integradas e formativas!

Numa sociedade de pessoas inteligentes, informadas e responsáveis (que não é bem o caso de Portugal) assente nos serviços, na criatividade e na relação, as tabelas salariais poderiam ser um padrão de base, um referencial de salário mínimo a partir do qual se pagariam acréscimos/prémios a quem apresenta melhores desempenhos!

Mas não! São usadas como referências equalitárias para proteger o dinheiro dos patrões, reduzindo a entrega, o mérito e a qualidade do trabalhador a simples palavras de retórica.

Afinal, as tabelas são, atualmente, uma das razões para a falta de competitividade, de emprego e de entrega dos trabalhadores. As outras, que as reforçam, são a cultura dos patrões e sindicatos. Estão todos a viver num passado que já não existe, que as universidades e a comunicação social tendem a preservar, estupidamente!

Depois, como sabemos, temos um défice estrutural de produtividade, competitividade e emprego. Que chatice!

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