sábado, 2 de fevereiro de 2013

Ligações eternas ...


Os anjos cuidam dos outros, com ligações efémeras que se eternizam no tempo, com uma profundidade tão grande como a do universo. Os enfermeiros que cuidam, acarinham, as pessoas. Alguns médicos, pais e educadores fazem o mesmo. Transcendem o seu poder humano.

O acto de cuidar é muito diferente do de tratar. Não se ensina. Aprende-se! Vem de dentro, cheio de amor, de afetividade.

Não é a técnica que faz a diferença no trabalho e na vida. O segredo dos anjos cuidadores é só um: a DISPONIBILIDADE AFETIVA para acolher e ajudar o outro. É com esta disponibilidade que desenvolvem a ação, as suas relações. Por isso, também, são felizes!

Grande parte da felicidade humana está no risco que surge na «disponibilidade afetiva», que se transforma em sorrisos trocados, gargalhadas cúmplices, olhares de amor, partilha e ajuda, em relações queridas! Era por isso que a Madre Teresa era Feliz, que muitos pobres também o são. Porque são ricos em ligações de afeto.

O conforto, a televisão, a escola e a (in)civilização da ciência e da racionalidade moderna têm-nos trazido para a boa distância técnica, para o afastamento em relação aos outros. Para a indisponibilidade afetiva. Por isso, alguns se fecham. No trabalho e em casa, rodeados de segurança e de distância, presos nas práticas correctas, no computador ou na televisão.

Perdidos, alguns urbanitas (que vivem no campo e na cidade, na Internet e na virtualidade, como se essa realidade fosse única e especial), constroem o distanciamento em relação ao outro, aquele de quem não cuidam, com que não se importam, de quem fogem com medo de se ligar.

Iludindo-se, esquecendo e escondendo-se dos outros, afastam-se de si. Agarram-se com unhas  e dentes àquilo que julgam ter, às poucas relações que dominam. Empobrecem.

Afinal, a racionalidade moderna pode ser o melhor caminho para a infelicidade, quando alguém se deixa cair no conforto técnico do isolamento! Nesse modo, enquanto trabalha, é, meramente, um técnico. Quando se reforma … um infeliz abandonado!

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