quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Lisboa, cidade poética

A cidade de Lisboa é um espaço atamancado, mal amanhado, descontextualizado! Mas vivo. Um contínuo incoerente de espaços públicos e privados com muitas histórias para contar. É uma cidade criativa, criada e recriada em tempos muito diferentes, reflectindo a evolução urbana e a nossa sociedade desorganizada, quase caótica, dinâmica e em constante adaptação.

Lisboa é uma cidade que manifesta de modo inequívoco a Alma Lusitana. Com tudo o que tem de bom e de mau, com toda a sua poesia, a prosa e os desvarios que atravessam as sociedades transformantes em transformação constante. É o espelho do país que vamos tendo.

Um passeio a pé, desde a Estrela até à Junqueira, que dura uma hora de vida, sempre a descer, com o barulho quase ensurdecedor dos veículos de transporte, mostra-nos a cidade das avenidas (como a Infante Santo) e dos lugares como a «Casa da Mariquinhas» em Alcântara e o largo do Calvário onde o sr. João, transeunte matinal, repreende a menina Fernanda, cruzando-se com ela, na passagem que o estreito passeio permite, por chegar ao emprego em cima da hora: - «olh'ó relógio, assim,o ti Luís despede-te!», ao que ela responde: -«foi a noite, acabou tarde!».

Somos marcados por espaços, desenhados e concretizados para a escala humana, posteriormente adaptados para a cidade automóvel e, mais recentemente, recriados, nos espaços privados (de uso privado ou público), para a escala global. Mas, neles, continua a haver pessoas, que se conhecem entre si. São os Bairros. São a Polis, o local de encontro, a minha cidade! São o palco dos momentos e das relações que também nos marcam.

Viva a Lisboa poética que vamos encontrando por aí!

Um comentário:

  1. Not bad, not bad at all!
    True, but globally lonely people we are, and that condition make us just a numb crowd passing by, lightly leaving no marks behind.
    Connections, emotional and physical are more than ever need it; with and in the city as well.

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