segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Para mudar Portugal


Respondendo ao desafio da Raquel Castro Martins ;-), lançado no facebook, assumo que temos professores excelentes, bons, suficientes e medíocres; que também temos muitas pessoas fora da escola que podem dar o seu contributo ao desenvolvimento das escolas, nas áreas da dinamização socio-cultural, da psicologia, antropologia, serviço social, etc. Assumo também que que os níveis de motivação dos professores são baixos e que têm de ser recuperados, reconhecendo-lhes competência, entregando-lhes respeito, responsabilidades e apoio. Reduzindo inúmeras fontes de stress que têm e a desvalorização de que sofrem. PRECISAMOS DE 3 ANOS!

Proponho 4 medidas estruturantes para mudar Portugal, através das escolas, fazendo com que estas deixem de ser um inferno para muitos professores e alunos:  

1- Simplificação e eliminação da burocracia irrelevante dos professores, substituindo-a por aprendizagem/ formação em: Relações interpessoais; Liderança e dinamização de equipas; Comunicação; Gestão de projetos. Esta formação seria integrada num plano intenso de transformação das escolas a começar em Janeiro de 2013.
2 – Obrigatoriedade de integração destes temas em TODA a formação universitária no espaço de 3 anos e na formação de professores já no próximo ano letivo.
3 – Integração alargada das associações de pais na gestão executiva das escolas e na sua responsabilização direta pelos resultados dos alunos e pela governação escolar. Abertura à participação voluntária e responsabilização maior de toda a comunidade nos resultados das escolas.
4 – Arranque, em Janeiro de 2013, de um projeto de reformulação da aprendizagem nas escolas (discutindo e redefinindo cabalmente os curriculos e metodologias de trabalho) com a participação efetiva de todos os agentes das comunidades e intermediados pelas escolas. No primeiro ano para debate e apresentação de propostas de base local e regional, no segundo para afinação e concertação de base nacional e no terceiro para a afinação das devidas mudanças. Deveria entrar em vigor em Setembro de 2015. Nessa altura todos os portugueses estariam muito mais conscientes sobre o VALOR DA ESCOLA e sobre a APRENDIZAGEM. Atenção que o paradigma da Sociedade Hipertexto atual não é o do ensino. É o da APRENDIZAGEM que também tem atividades de ensino!

Complementarmente, deveríamos também criar projetos de cidadania nas escolas (recolocando a escola como centro de desenvolvimento das comunidades) aumentando a importância das artes, dos desportos, da saúde e da gestão no quotidiano da escola. A avaliação dos professores seria revista e melhorada, com a sua participação, integrada na sua valorização pessoal e participada com todos os envolvidos, num processo de 3 anos de transição.

Estas medidas poderiam ser integradas com outras, que irão ser alvo de forte apoio no próximo quadro de apoio comunitário, como por exemplo, a criação de um Programa de Inclusão Social de alunos e familiares de alunos em vias de exclusão, através de projetos de melhorias da escola e de intervenção comunitária. Existem inúmeras organizações e técnicos de dinamização social disponíveis para este trabalho.

Atualmente, devido à baixa execução que temos tido no QREN, há fundos comunitários disponíveis nos diversos instrumentos financeiros para investir nestas matérias, tanto nos programas POPH como no COMPETE.

Se quiserem, desenho e lidero a concretização do projeto, sem precisar de um ordenado de assessor de ministro, nem de carro, motorista ou outras mordomias ilegítimas! As pessoas sérias não vão para a política para ganhar dinheiro. Antes, para servir o desenvolvimento e o progresso.

Obrigado Raquel. Nunca teria sistematizado estas ideias sem o teu desafio. TUDO DE BOM ;-)

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