quarta-feira, 5 de setembro de 2012

As cábulas compensam?


No ensino (dito) superior, cabular é perder tempo, reforçando a ideia de que se é incapaz? Quem cabula estupidifica, fixa mal, não aprende?

Quem cabula, sente-se inferior, mas esperto, esforça-se por ser um parvalhão de sucesso. Demonstra que ainda não percebeu o verdadeiro sentido de «nível superior» de estruturação do conhecimento e do saber.

Outros alunos, os esforçados, marram sem aprender. Sofrem de tédio. Fixam ideias. Enchem a memória de informação sem sentimento. Ficam limitados, mas são decentes. Por medo, não usam cábulas. Crescem pouco. Demoram mais tempo a atingir os níveis mais elevados do saber. O sucesso foge-lhes!

Os alunos que mais se desenvolvem, experimentam a vida, lêem, navegam, processam informação, trocam ideias, imaginam, exploram hipóteses, buscam os detalhes, as fragilidades, para destruir e reconstruir o que os outros ensinam. Criam uma visão própria. Aprendem umas coisas no meio de umas cervejas, de uns namoros e de muitas experiências com múltiplos sentidos. Fazem cábulas, fazem esquemas, mas não os usam. Sentem o orgulho de conquistar etapas, próprias, cheias de sentimento e de sentido. Crescem mais fortes! Criam mais oportunidades para o futuro!

Aprender é experimentar apropriarmo-nos de sensações, ideias, teorias, emoções de outros, cruzando essa informação com aquilo que somos. É ganhar recursos, poder, capacidade de recriar algo novo, próprio, único, diferente, especial. É ficar mais inteligente e apto para novos desafios. É ficar melhor consigo, na relação com os outros.

Quem usa cábulas tem um sentido único, limitado. Quer ser esperto, ficando burro. Por vezes, tem boas notas, bons prémios que o ajudam a manter a ilusão. Atinge o nível superior de parvalhão. Levado ao extremo, chega a ministro. Em Portugal, e no mundo, até compensa!

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