No ensino (dito) superior, cabular é
perder tempo, reforçando a ideia de que se é incapaz? Quem cabula
estupidifica, fixa mal, não aprende?
Quem cabula, sente-se inferior, mas
esperto, esforça-se por ser um parvalhão de sucesso. Demonstra que
ainda não percebeu o verdadeiro sentido de «nível superior» de
estruturação do conhecimento e do saber.
Outros alunos, os esforçados, marram
sem aprender. Sofrem de tédio. Fixam ideias. Enchem a memória de
informação sem sentimento. Ficam limitados, mas são decentes. Por medo, não usam cábulas. Crescem pouco.
Demoram mais tempo a atingir os níveis mais elevados do
saber. O sucesso foge-lhes!
Os alunos que mais se desenvolvem,
experimentam a vida, lêem, navegam, processam informação, trocam
ideias, imaginam, exploram hipóteses, buscam os detalhes, as
fragilidades, para destruir e reconstruir o que os outros ensinam.
Criam uma visão própria. Aprendem umas coisas no meio de umas
cervejas, de uns namoros e de muitas experiências com múltiplos
sentidos. Fazem cábulas, fazem esquemas, mas não os usam. Sentem o
orgulho de conquistar etapas, próprias, cheias de sentimento e de
sentido. Crescem mais fortes! Criam mais oportunidades para o futuro!
Aprender é experimentar
apropriarmo-nos de sensações, ideias, teorias, emoções de outros,
cruzando essa informação com aquilo que somos. É ganhar recursos,
poder, capacidade de recriar algo novo, próprio, único, diferente,
especial. É ficar mais inteligente e apto para novos desafios. É
ficar melhor consigo, na relação com os outros.
Quem usa cábulas tem um sentido único,
limitado. Quer ser esperto, ficando burro. Por vezes, tem boas
notas, bons prémios que o ajudam a manter a ilusão. Atinge o nível
superior de parvalhão. Levado ao extremo, chega a ministro. Em
Portugal, e no mundo, até compensa!
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