quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

«O gajo é uma besta!»


É comum ouvir sobre o médico: «o gajo é uma besta! Não se consegue falar com ele!» Pois é, por vezes, têm razão!

Alguns médicos especialistas, de renome, são insuportáveis! Estupidificam na inteligência. Treinaram-se para detectar pormenores, ver factos, casos. Eliminam a dimensão humana e relacional da sua análise. Isolam-se na arrogância do saber específico, limitado.

Tecnicamente actualizados, são rigorosos, informados, mas … incompetentes a comunicar. Usam uma linguagem codificada e incompreensível, esquecem a humanidade do «doente». Funcionam como máquinas treinadas para detectar falhas do corpo e definir ações curativas, olhando apenas uma parte do  sistema. Esquecendo o resto. 

Não são «bestas». Mas, antes, limitados na sua inteligência e na arrogância do «conhecimento específico». Alguns dão-se ao luxo de ter este comportamento no hospital (público), mas mudam radicalmente nos seus consultórios (privados). Têm mau carácter, parecem-se com «mercenários oportunistas»!

Um médico, é uma pessoa. Tem uma ética, uma moral e uma personalidade específicas, que marcam o seu Ser, o seu comportamento e as suas relações. Isto educa-se ... e aprende-se! 

Quando é que «as escolas» perceberão que as dimensões importantes da acção clínica são, também, a comunicação e a educação? 

Depois, alguns, admiram-se com o comportamento dos doentes!

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