segunda-feira, 24 de agosto de 2015

AMIZADE genuína

Na existência materialista que criámos – através da evolução histórica do Ocidente -, o sentido da vida parece que se esgota no prazer do momento, no poder (no dinheiro) que conquistamos e na morte!

Para muitos, é assim! A vida é efémera. Simples! Vazia! Pouco poética.

É a vida. Feita de factos, de cargos e de estatísticas. Não é eterna nem plena.

A morte de um amigo, ou de alguém que amamos, mostra-nos que a vida não é eterna, mas a amizade (e o amor) podem ser. Ou, se quisermos ser mais precisos, podem durar enquanto as memórias, as saudades e os momentos de contemplação o permitam.

Efetivamente, não é por perder um amigo que perdemos a sua amizade. Ela fica, gravada, nos momentos especiais e únicos que vivemos … juntos!

Afinal, a vida não são só factos. Vai muito além da estatística!

É consciência, mediada pela relação contínua entre a razão e emoção, criada nos momentos únicos (e genuínos) da vida.

A Vida é uma soma multiplicadora de momentos, sensações, interpretações, ligações, que se tornaram especiais para o que somos/estamos. Eventualmente, estas vivências poderão perdurar eternamente. Um dia o saberei. Ou não, dependendo do que aconteça à minha consciência/alma!

Mas uma coisa parece certa, o sentido da Vida Plena, enquanto dela temos esta consciência, também passa pela amizade genuína. Por isso, a devíamos cultivar.
Reza a história – muito inventada/deturpada – que havia um bacano de barbas e cabelos compridos que pregava aos peixes, pela Palestina, «terra de Paz!», há cerca de 2000 anos, sugerindo: «amem-se uns aos outros», cultivem a Paz (de Espírito). No seu entender, esse seria o caminho para o reino de Deus, ou seja, para o Paraíso, que podia ser atingido através do Espírito Santo, ou seja, do espírito do Bem Comum, da vida partilhada.

Se calhar estas ideias têm fundamento! Ajudam a dar sentido à vida. Possivelmente, serão eternas. Pelo menos, perduram no tempo, muito para além da nossa consciência individual, na memória/consciência coletiva … de todos. Pelo menos, duram 20 séculos.

Mas, hoje, no Ocidente, para muita gente, que se lixe a amizade genuína. A vida plena está cheia de poder, de dinheiro, de prazer e esgota-se na morte.

Por isso, de modo sarcástico, nos brindes de aniversário, costumo desejar: «à saúde e ao dinheiro, que, com ele, compra-se tudo»! Ou talvez não!

Viva a Amizade verdadeira, descomprometida, aquela que me dá prazer sentir no dia a dia e que, eventualmente, poderá ser eterna. Obrigado Tó, Obrigado Luís, por terem sido meus amigos. Vocês partiram. A amizade ficou … e ajuda-me a viver mais pleno, mais feliz, mesmo com algumas lágrimas no rosto, de vez em quando ;)


Até breve. TUDO DE BOM

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