domingo, 18 de janeiro de 2015

O outro lado da moeda

A cultura dos privilégios está na origem dos «Privilegiados» (que encabeçam as manifestações do povo contra o terrorismo) e da queda, a seu tempo, dos seus sistemas de governação.

Na Europa, tem-se generalizado o discurso da «Acreditação» e da «Certificação» como modos de gerar confiança e competitividade. Todavia, no outro lado da moeda, estas coisas, bem como as patentes, pretendem, acima de tudo, criar privilégios (económicos e de poder) de uns em relação aos outros, contrariando, assim, o sentido da igualdade de oportunidades! Negando os fundamentos Jean Monnet para a criação de uma União Europeia.

Os políticos que conheci na juventude (Pedro e TóZé, incluídos) demonstraram-me bem que a sua principal motivação para a carreira política era a de acederem aos privilégios do poder. Ficou evidente que a busca de qualificação, acreditação e certificação profissional não eram o seu investimento central. Por isso, demoraram vários anos a concluir os seus cursos superiores!

São certificados, pela vida, em competência de comunicação e jogo social. Que eu saiba, não possuem nenhuma acreditação de competência governativa. Mas, são hábeis na «manipulação da verdade»! Apoiam a «Acreditação» e «Certificação, disfarçando-as com discursos de «Qualidade e Exigência». 

Mas, quando um indivíduo pretende começar um pequeno negócio ou uma associação ... tem de passar a ser «certificado» ou «acreditado» (controlado) por uma enormidade de regulamentações! Ou assume ser «informal» e «ilegal» ... mesmo que seja competente! Quando um indivíduo é muito bom na sua prática profissional, sendo alguém que deverá transmitir o seu conhecimento aos outros (para bem da comunidade), tem de ser Doutor ou Formador!

E nós, armados em estúpidos, aceitamos isto! Até aplaudimos! Muitos de nós, acham que este é um bom modelo de desenvolvimento! 

Este até poderá ser um bom modelo de crescimento económico, mas, garantidamente, é injusto e bloqueador dos processos de empreendedorismo (social ou com fins lucrativos), não gerando, naturalmente, o desenvolvimento humano que desejamos. 

Depois, admira-mo-nos de criar pouco emprego, por ter uma inflação negativa (termo simpático, para não admitir que o «pesadelo dos economistas», a deflação, aí está), fruto da austeridade e da cultura dos «Privilégios» disfarçados de «acreditação», «certificação» e de «patentes» que a Europa cria!

Pensem nisto!
TUDO DE BOM

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