Para além da sorte, que quase determina o nosso caminho, a «riqueza»
de uma pessoa ou de uma comunidade (um povo) nasce da capacidade de escutarmos
e integrarmos as diferenças de sentimento, pensamento e de acção. Não se cria
pelas certezas, mas antes, pela capacidade orientada de as recriar em todos os
momentos, num caminho com significado íntimo (pessoal) e um sentido comum/coletivo.
No fundo, trata-se de juntar Pessoas, meios e fins, num
percurso que queremos percorrer porque acreditamos que nos fará felizes, por
muitos anos, deixando um legado construtivo e relevante.
Foi assim que nasceram os Descobrimentos.
Tivemos a sorte de, em determinada época da história, juntar,
num pequeno território, os saberes do norte da Europa, com os do norte de
África e do Médio Oriente e, impelidos pela incapacidade de conquistar espaço
geográfico em Castela, ter de procurar novas soluções com os recursos
diferentes que as diversas culturas nos trouxeram, buscando novos rumos e
territórios.
Tal desígnio aconteceu porque tivemos reinados (sistemas de
liderança) que souberam sentar à mesma mesa, de negociação e concertação,
judeus, árabes, anglo-saxónicos (celtas, suevos e visigodos) africanos e iberos
para construir uma nova ambição … colectiva, ao mesmo tempo interesseira e
altruísta!
É por isso que não entendo a razão de ser de tanta estupidez
que se constrói na incapacidade de escutar o outro, o que ele sente e pensa
diferente.
Tal como no passado, para desenvolver este país, é
fundamental aprender em conjunto, ambicionar em conjunto (envolvendo pessoas,
alinhando vontades, sincronizando as ações e celebrando as conquistas),
congregar pessoas, aproveitando e desenvolvendo as suas competências (muito
diferentes) no seio de organizações colaborativas, criando uma economia que
gera emprego responsável e sustentável - com sentido e significado porque
melhora as condições de vida dos outros e, naturalmente, do próprio - …
fundada nas comunidades capazes de partilhar ideias com base em valores de Humanismo e
Congregação que nascem do contrato social que se estabeleceu através do Estado
durante o século 20.
É este o nosso grande desafio para 2015.
É assim que, hoje, se constrói o sucesso das nações. Não é
com mentiras nem dogmas nem certezas nem manipulações! Também não é com os
discursos da competitividade global, embora ela seja relevante, que se esvazia
na vaidade e no lucro!
FELIZ ANO NOVO ;)
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