Não é o espaço que nos fecha nem a
cidade que nos isola. Somos nós que o queremos!
A casa confortável e segura, do
condomínio fechado, com guarda, trancas na porta e sistema de
vigilância não existe por necessidade. É criada por medo e pela
vontade de ter tudo, guardado, debaixo de controlo. Fecha-nos no
remanso e na ausência de relações, limitando-as apenas às que não desafiam nem amedrontam.
A cidade é o local industrializado onde se juntaram
pessoas, em torno de um ideal de progresso (ilusório), para
estabelecer trocas controladas e arranjar emprego, menos duro, mais
remunerado, melhor que o do campo. É o espaço onde se acotovelam
pessoas nas ruas. Mas escondem-se por detrás dos seus ideias,
durante o dia, em jaulas de trabalho (escritórios e fábricas), ou,
à noite, em gaiolas de condomínio, isolando-se dos seus vizinhos,
fugindo dos encontros significativos da rua, que podia ser sua.
A cidade é centro de criação
de demências relacionais e de maus hábitos de vida. A cidade? Não!
A maneira como imaginamos e vivemos nela!
Felizmente, há comunidades urbanas,
poucas e excluídas, que não vivem a urbe assim. São marginais!
Ainda estão ligados a princípios naturais que cultivam o bem-estar, são consideradas pobres ;-) e atrasadas.
Estranho mundo que criámos!
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