sábado, 17 de novembro de 2012

Fechados em casa


Não é o espaço que nos fecha nem a cidade que nos isola. Somos nós que o queremos!

A casa confortável e segura, do condomínio fechado, com guarda, trancas na porta e sistema de vigilância não existe por necessidade. É criada por medo e pela vontade de ter tudo, guardado, debaixo de controlo. Fecha-nos no remanso e na ausência de relações, limitando-as apenas às que não desafiam nem amedrontam.

A cidade é o local industrializado onde se juntaram pessoas, em torno de um ideal de progresso (ilusório), para estabelecer trocas controladas e arranjar emprego, menos duro, mais remunerado, melhor que o do campo. É o espaço onde se acotovelam pessoas nas ruas. Mas escondem-se por detrás dos seus ideias, durante o dia, em jaulas de trabalho (escritórios e fábricas), ou, à noite, em gaiolas de condomínio, isolando-se dos seus vizinhos, fugindo dos encontros significativos da rua, que podia ser sua.

A cidade é centro de criação de demências relacionais e de maus hábitos de vida. A cidade? Não! A maneira como imaginamos e vivemos nela!

Felizmente, há comunidades urbanas, poucas e excluídas, que não vivem a urbe assim. São marginais! Ainda estão ligados a princípios naturais que cultivam o bem-estar, são consideradas pobres ;-) e atrasadas.

Estranho mundo que criámos!

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