domingo, 31 de março de 2013

Focados para vencer

As ideias e as questões que somos capazes de gerar criam a realidade que vivemos, definindo-a, para além das circunstâncias! 

Todos temos as características de sucesso, que anulamos ou desenvolvemos ao longo da vida.

Nos bairros degradados e nas escolas, os miúdos que vencem possuem as seguintes:
  1. São optimistas, acreditando num futuro melhor;
  2. Têm regras morais e seguem pessoas optimistas;
  3. Definem os objectivos no futuro (dentro do que os apaixona);
  4. Focam-se nas suas forças sem esquecer as suas fraquezas;
  5. Transformam o contexto pelas questões que colocam;
  6. Perguntam: O que é correcto fazer? O que me apaixona?;
  7. Focam-se no que funciona;
  8. Apresentam grande resiliência ao fracasso.
Com esta mentalidade, aumentam os seus níveis de confiança e de auto estima, bem como de esperança, reduzindo os níveis de ansiedade. Ganham poder. Normalmente, desenvolvem a compaixão e a empatia.

Com imaginação, tornam-se consequentes e felizes. Ultrapassam as dificuldades e sentem-se melhor para enfrentar novos desafios. Vão crescendo, coleccionando experiências e competências.

Antes estúpido do que inteligente


A solução de um problema não passa sempre pela sua compreensão. Muitas vezes, é a intuição e a acção que apontam e criam a solução. Por esse motivo, em vários momentos, para enfrentar e resolver os problemas pessoais (ou organizacionais) não importa ser psicólogo, analista ou cientista. É preferível ser estúpido!

Demasiadas vezes, fazer reflexões retrospectivas, como a psicanálise propõe, é menos terapêutico do que agir, rir, viajar, fazer exercício físico e ajudar ou ter um objectivo apaixonante.

Muitas vezes, é a acção (simples, estúpida) que explica o sucesso e a resolução do problema. Aliás, é comum haver situações em que ser limitado e estúpido, mas intuitivo e empreendedor, passa a ser o requisito essencial para a concretização da solução necessária!

Concluindo: mais vale ser estúpido, desde que se tenha um objectivo e se resolva aquilo que inventamos como problemas, do que ser culto e inteligente, racionalizando-os demasiado para compreender as suas origens, fazendo-os persistir continuamente no nosso pensamento. 

Tal escolha, não depende da qualidade e do tipo de problema.

Como diria o saudoso  Fernando Pessa: E esta, hein? 

sexta-feira, 29 de março de 2013

A nossa triste sina


Temos de assumir que somos um país pobre, com uma mentalidade piegas, queixinhas e pouco empreendedora, de gente esforçada. Maioritariamente, é tudo «boa gente», com bom coração, mas, irresponsável e com incapacidade de visão de longo alcance.

Se olharmos para os países nórdicos, verificamos que o mesmo se passava na Finlândia, na Suécia e na Noruega, em 1950. Ainda são países predominantemente rurais. Eram pobres e atrasados. Hoje, estão no topo dos rankings de desenvolvimento humano … e económico.

Os Tugas e os Castulhas (espanhóis) são maioritariamente sérios e competentes. Por isso, no estrageiro, excelentes trabalhadores! Salvo raras excepções. 

Mas há uma diferença essencial entre nós e eles (os nórdicos). Não somos democratas. Esses assumem a responsabilidade da reflexão e da acção. Tomam em suas mãos os poderes de decidirem sobre as suas vidas e de agirem para que tal aconteça. Veja-se o caso da Islândia.

Aqui, demasiada gente, do povo e das elites, tem a mania de que a responsabilidade pelo desenvolvimento é um trabalho para o vizinho. Cada um de nós, pode continuar a ser irresponsável, analfabeto, desinformado, passivo, mantendo o seu nível de vida e de consumo insustentável. Até que deixa de o poder!

Além disso, aceitamos lideranças indecentes, votamos nos piores! Naqueles que se aproveitaram da Democracia para ganhar mordomias. 

Mas, como diz o Luís, bebamos uns whiskies e sigamos a vida, enquanto os outros se lixam ;-) TUDO DE BOM

quarta-feira, 27 de março de 2013

No registo da culpa

«Miúdas, quem é que fez isto?» Foi a primeira pergunta, que me saiu, gritada, quando dei com o café entornado em cima da mesa :-( Parei um pouco, respirei fundo … e perguntei-me: porque me saiu logo esta questão, tão súbita e natural? 

A resposta é simples: Porque assim me treinei! É a minha programação neurolinguística, para as situações de contrariedade. Foi construída e consolidada por múltiplas experiências, desde a infância.

Normalmente, a primeira pergunta que fazemos perante um problema ou uma falha é: «quem é que fez?». Temos a estúpida mania de buscar um culpado, esquecendo a aprendizagem que podemos fazer. 

Quando olho para as famílias e as empresas com as quais trabalho, encontro muitas vezes a mesma cultura, a mesma acção neuroprogramada. É  aquilo que chamaria o Registo da Culpa, algo que construímos desde cedo, na família e na escola. 

Com este foco, esquecemos o essencial: a busca da solução (com base na sequência lógica de definir o Objectivo, activar a Imaginação, utilizar a Criatividade Colectiva e cultivar a Inovação).

A programação da «busca da culpa» atrasa a nossa capacidade para encontrar soluções criativas e inovadoras, criando a adaptatividade das pessoas e das organizações aos acontecimentos imprevistos. 

Precisamos de sair deste registo para ter uma vida melhor, mais reconfortante.

sexta-feira, 22 de março de 2013

Não é novidade

Não é novidade nenhuma, mas a Europa está a afundar para que os Estados Unidos e alguns países da Ásia sigam a sua viagem de crescimento com base no modelo económico que destrói o planeta, aumentando a densidade construtiva e populacional, o consumo e a degradação dos recursos naturais não renováveis.

A novidade é que o fim da viagem da Europa integrada (grande potência que ameaça a economia dos EUA, a Rússia, a China e a Índia) está próximo, como demonstra a quebra acentuada e inesperada da confiança dos investidores e a recusa de salvar Chipre da bancarrota. 

Este irrelevante país seguirá as pisadas da Islândia ou as da Primavera Árabe.  Depois, será a vez da Grécia e de Portugal, falido pela irresponsável governação desde 2000. Depois, todo o Sul que possui as mais baixas taxas de crescimento do PIB na Europa (veja-se o Eurostat).

O que estes sinais indicam é simples, mas ninguém quer ver!

O barco já está encalhado, com um brutal rombo no seu casco! Depois, talvez se afunde como o Titanic, a pique, com guerras e guerrilhas urbanas. Ou, no melhor cenário, assim permanecerá, imobilizado, com desemprego crescente, enquanto os outros barcos se movem.

Uma solução poderia estar na abordagem do «Decrescimento», outra, na «Transição». Mas, … geram menos lucros do que o investimento que se alimenta da degradação do planeta e … pior do que isso … vivem de transparência e participação responsável … algo que não está ao alcance dos cidadãos desinformados nem dos políticos corruptos destas novas gerações partidárias.

Enquanto não despertamos, TUDO DE BOM ;-)

quinta-feira, 7 de março de 2013

Maldita greve



Hoje decorreu mais uma das greves que merecem desprezo e repúdio. É egoísta, não serve para nada, mas prejudica milhares de pessoas.

A greve é um direito conquistado com o sangue suor e as lágrimas de muitos que, antes do 25 de Abril, lutaram pela Liberdade e pela Democracia. Não pode ser abastardado pela repetição contínua, invocando … aumento de salários e benefícios corporativos (muitas vezes injustos e infundados quando comparados com outras carreiras, profissões e salários), numa época em que qualquer racionalidade sugere a contenção.

Pegar nesse direito e desvalorizá-lo do modo que o têm feito, é um crime de lesa-património. Uma vergonha inconveniente. O reflexo de um egoísmo inaceitável e sem pudor que faz com que os que se sentem prejudicados o ponham em causa.

Pois é, meus amigos, sindicalistas, que, nos últimos 20 anos, acantonados nas suas visões passadistas, pouco têm contribuído para dignificação e qualificação socioprofissional dos trabalhadores, desonrando a herança de outros tempos de sindicalismo ... afinal, não são os patrões que matam este direito. É o abuso ilegítimo que o faz. 

As greves perdem sentido quando são apenas armas de instrumentalismo político ou mecanismos de corporativismo conservador e aberrante.

Não assassinem o direito que custou a vida a alguns!

terça-feira, 5 de março de 2013

Espaço público


O espaço público é aquele que nos liga, que a todos diz respeito. Não é o espaço vazio da irresponsabilidade. Pelo contrário, é Cheio de espaços físicos e de relações imateriais, invisíveis, que definem a qualidade de uma civilização.

O espaço público é de todos. Mas infelizmente, muitos pensam que é de ninguém.

O espaço público reflecte o valor das relações entre pessoas. Tanto nos cenários que desenhamos com arquitectura e paisagismo, como no contexto das palavras e ideias que propagamos na comunicação social.

Nos últimos anos, no espaço público, vemos sinais positivos. Cuidamos mais dos nossos cenários, desenhamos com mais rigor e estética, com maior preocupação na coisa pública, de todos nós.

No campo da comunicação ... Ups! Os últimos anos têm demonstrado uma forte tendência para a degradação. O espaço público das palavras está cheio de mentiras e polémicas vazias, de desleixo e de irresponsabilidade, de corrupção intelectual.

Cria-se uma sociedade balofa em que a beleza do espaço esconde o apodrecimento das relações, cultivando a desconfiança e a falta de esperança, acentuando os distúrbios sociais e mentais!