quarta-feira, 21 de novembro de 2012

A mentira é uma virtude


O sucesso de uma pessoa não reside na honestidade, nos grandes valores, no que ela sabe nem no que é. Baseia-se somente no que faz e nas relações que cria. Está dependente dos outros. Daquilo que eles são capazes de querer e entender. 

Fernando Pessoa e Leonardo da Vinci falharam no seu tempo. Não ficaram ricos. Trabalharam e foram vivendo, incompreendidos por uns, respeitados por outros, tolerados, sofridos. Quanto mais honesto, visionário e intemporal é o criador, mais riscos corre de não ser aceite em tempo de vida, sendo mal sucedido.

Felizmente, hoje existe a Internet. É mais fácil divulgar o conhecimento, as soluções, as ideias, encontrar os que partilham dos mesmos princípios e ideais. É viável juntar parceiros em tempo útil.

Mas é preciso ter coragem para viver fora do tempo, mostrar, honestamente, o que se tem. É duro! A menos que se saiba fingir.

Afinal, como dizem alguns: para ter sucesso, não é preciso ser, saber ou ter coragem, é necessário, apenas, saber fingir!

Hoje, a mentira é uma virtude. Quem «não sabe» fingir ... :-(

sábado, 17 de novembro de 2012

Fechados em casa


Não é o espaço que nos fecha nem a cidade que nos isola. Somos nós que o queremos!

A casa confortável e segura, do condomínio fechado, com guarda, trancas na porta e sistema de vigilância não existe por necessidade. É criada por medo e pela vontade de ter tudo, guardado, debaixo de controlo. Fecha-nos no remanso e na ausência de relações, limitando-as apenas às que não desafiam nem amedrontam.

A cidade é o local industrializado onde se juntaram pessoas, em torno de um ideal de progresso (ilusório), para estabelecer trocas controladas e arranjar emprego, menos duro, mais remunerado, melhor que o do campo. É o espaço onde se acotovelam pessoas nas ruas. Mas escondem-se por detrás dos seus ideias, durante o dia, em jaulas de trabalho (escritórios e fábricas), ou, à noite, em gaiolas de condomínio, isolando-se dos seus vizinhos, fugindo dos encontros significativos da rua, que podia ser sua.

A cidade é centro de criação de demências relacionais e de maus hábitos de vida. A cidade? Não! A maneira como imaginamos e vivemos nela!

Felizmente, há comunidades urbanas, poucas e excluídas, que não vivem a urbe assim. São marginais! Ainda estão ligados a princípios naturais que cultivam o bem-estar, são consideradas pobres ;-) e atrasadas.

Estranho mundo que criámos!

sexta-feira, 16 de novembro de 2012

Os 10 segredos do marketing 3.0


Tenho andado a estudar, de novo, o marketing. Percebi grandes mudanças nos últimos 10 anos! Hoje, existem novos factores para o seu sucesso.

Partilho convosco 10 «segredos», 10 dicas, discutíveis, sobre este tema. Ajudam a pensar a ação das pessoas e das organizações com e sem fins lucrativas, são os seguintes:

1.Acrescentar VALOR. Ser relevante, oportuno, pertinente. Resolver um problema melhor do que as outras propostas que o consumidor conhece. Fazer do cliente um indivíduo mais satisfeito e com maior poder. Uma pessoa digna de respeito devido à sua escolha por nós.

2. Ter uma ESCUTA ATIVA do mercado (como recomendam Porter e Kotler) baseada na observação estratégica e contínua dos clientes, dos fornecedores, dos produtos substitutos, das tendências dos mercados, das mudanças de legislação, de cultura e de comportamento, dos resultados da experimentação (própria e dos outros), dos parceiros de negócios.

3.Criar EMOÇÕES marcantes. Gerar ENVOLVIMENTO INTEGRADO do consumidor. Com comunicação divertida, elegante, oportuna e relevante por múltiplos canais. Multimeios e através de redes sociais. Mobilidade/acessibilidade. Telemóveis. História fixada pelo marcador psicosomático. Sensual, intenso, apaixonante. Por todos os sentidos, em todos os lugares.

4.Criar uma EXPERIÊNCIA UAU com o produto e a empresa (ou a pessoa). Algo que completa e espanta o cliente. Um reflexo do que ele acredita que é. Algo que inova e responde ao seu desejo. Uma «coisa» que está ao seu nível. Uma solução elegante que lhe demonstra que TEM PODER e que a empresa o entende, o respeita, está ao seu melhor nível.

5.Criar MOMENTOS ÚNICOS e memoráveis. Gerar uma história EXCITANTE, IRRACIONAL, INTENSA. Capaz de ativar todas as partes emocionais do cérebro do consumidor. Momentos que devem ser repetido e relatado aos outros, alimentando conversas que se tornam notícia, transformando o cliente, ou prescritor, num importante veículo de transmissão de emoções e boas sensações.

6.Construir TRIBOS com MARCA. Uma comunidade que se identifica com um produto, uma solução ou uma empresa. Gerar sensações que criam identidades partilhadas, histórias comuns, diversão e poder. Tribos que juntam crenças e código simbólicos coincidentes, que falam a mesma língua, têm os mesmos desejos e convicções, sentem-se parte de um todo, de uma Marca, de um produto. Sentem-se INTEGRADOS num grupo especial.

7.Preservar o CÓDIGO GENÉTICO da pessoa, da empresa e dos produtos. Construir relações de CONFIANÇA com os clientes, os prescritores, os fornecedores e os concorrentes a partir daquilo que é insubstituível e reconhecido pelos outros como a marca distintiva.

8.Criar e aproveitar a OPORTUNIDADE que se depara junto de um potencial cliente num determinado contexto de mercado. O produto/serviço materializa o desejo, num dado momento, numa oportunidade que, muitas vezes, não se repete. 

9.Praticar a INOVAÇÃO constante nos processos, nos produtos e nas relações, aprendendo com o passado, agindo no presente com os olhos e as ideias bem projetadas para o FUTURO. As patentes são formas essenciais de criar vantagens comparativas e monopólios temporários. Resultam do DESIGN, que tem de ser capaz de encontrar resposta que marcam a diferença.

10.Cultivar a COOPERAÇÃO, as PARCERIAS e as ALIANÇAS estratégicas que conferem ESCALA e maior quantidade de recursos para alargar os horizontes da ação. Estas relações, que podem ser desenvolvidas com concorrentes, são também importantes fontes de desenvolvimento e aprendizagem organizacional. Estão ligadas, nesta nova sociedade, à sustentabilidade empresarial.

Mas há uma REGRA DE OURO: O PODER do negócio (da troca bem sucedida) está nas mãos dos outros, de QUEM COMPRA ou de QUEM ACONSELHA com credibilidade.

Afinal, o marketing apenas enquadra e planeia o processo comercial ou de compra, que pode ser trabalhado em várias fases.

Nesse processo, primeiro, é preciso captar a atenção consumidor. Depois, é essencial namorar, seduzir e ganhar alguma relevância para tornar-mo-nos dignos de interesse. Só depois de existirmos de forma positiva na sua memória é que deveremos tentar ativar os seus desejos e, com algum trabalho, levá-lo ao comportamento de compra.

Mais tarde, estabelecida uma boa relação, precisamos de manter um contacto que o leve a desejar, de novo, algo que temos para vender, em determinadas condições. Mas, no último instante, o esforço pode falhar!

Para que tal não aconteça, é conveniente estar com o consumidor, com quem o envolve, com os fornecedores, com os nossos concorrentes, estudando, de modo atento as atitudes, as expectativas, as motivações e os comportamentos dos que queremos ter como clientes. É para os conhecer, identificar as nossas condições de troca num certo mercado e reduzir o risco de falhar que se desenvolvem todos os processos e técnicas de marketing ... com estes «segredos».