sábado, 29 de setembro de 2012

Bloqueados


O pior problema dos portugueses somos nós: os portugueses.

A nossa cultura bloqueia. Atrapalha. Mata a vontade de vencer, crítica a ambição, assusta o sonho, impede a brincadeira, cultiva o julgamento. Impede o erro. 

Com esta atitude, mata-se a aprendizagem e a inovação. Estagna-se e chora-se, bloqueados pelo medo.

Os salvadores seremos nós. Se quisermos! Se educarmos os nossos filhos para a ambição responsável. Se os ensinarmos a colaborar competitivamente, a arriscar com o prazer de errar e aprender. Se lhes abrirmos a vontade de sonhar e as portas para o planeamento. Se lhes treinarmos os músculos da vitória depois da derrota.

Seremos diferentes daquilo que somos hoje, menos egoístas e cinzentos, menos estúpidos, menos juízes, buscaremos o melhor.

Normalmente, encontramos o que buscamos, e pouco mais.

Somos nós que nos bloqueamos. E depois ... 

sexta-feira, 28 de setembro de 2012

A força das civilizações


Uma civilização varia conforme 3 elementos básicos: o conhecimento partilhado, a tecnologia disponível e as relações criadas. Uma sociedade desenvolvida cultiva boas relações, capazes de partilhar informação, com significado, para melhorar a qualidade de vida e o bem-estar do maior número possível de cidadãos. 

As grandes civilizações foram marcadas pelo crescimento contínuo do cuidado com os mais fracos. Por isso, progrediram e conquistaram espaço sem ser pela guerra. (Re)criaram vidas, nas casas, nos lugares, nas aldeias, nas vilas, nas cidades, através de uma materialização construtiva, criaram paisagens que revelaram a sua alma. 

Na civilização em que vivemos, por vezes, pouco civilizada, também recriamos paisagens que irão marcar o futuro das próximas gerações. Elas dependerão das práticas e das escolhas que fizermos, da nossa capacidade adaptativa e de inovação, que deverá estar ao serviço de todos, respeitando as diferenças, combatendo as desigualdades! 

Nesta base, podemos ambicionar o progresso e a força desta civilização! Caso contrário, os nosso descendentes irão julgar-nos negativamente. 

A força das civilizações vê-se pelo tempo que duram, pelo número de gerações que as vivem ... de forma feliz!

Talvez um dia!


Um dia, quando um número elevado de pessoas souber pensar, aprender e escutar, e, depois, agir, teremos um mundo melhor.

Mas, cultiva-se o pecado da estupidez. 

Cada um faz o que melhor pode para criar limites ao pensamento livre e à aprendizagem. É humano. Está explicado pelo funcionamento do cérebro. Não precisamos de saber o que está certo, apenas queremos que uma ideia nos acalme as emoções. Ficamos felizes com o pensamento medíocre que nos apascenta o ego e defende a identidade.

Somos animais, cada vez mais refinados, debochados e escondidos nos dogmas, nas razões, em fatos, gravatas, vestidos e fardas. Ou, em alternativa, com mochilas às costas. São elementos que nos fingem ser. São poucos os que se combinam com as diferenças, transformando a sua estúpida identidade, dia após dia, crescendo e agindo com sabedoria.

Talvez um dia deixemos de ser estúpidos ... e hipócritas! Mas, para já, é o que temos: a estupidez estúpida de ser estúpidos porque assim protegemos o ser que imaginamos ser. E não nos apercebemos ;-)

Poucos fogem a este determinismo. Uns sabem. Outros fazem sem o saber. Mas, existe ainda uma ampla maioria, … esmagadora!

É estúpido, é a vida ;-), talvez um dia …

O cérebro funciona assim http://www.youtube.com/watch?v=DsN_bS4Ak4U&feature=related (em castelhano)

segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Para mudar Portugal


Respondendo ao desafio da Raquel Castro Martins ;-), lançado no facebook, assumo que temos professores excelentes, bons, suficientes e medíocres; que também temos muitas pessoas fora da escola que podem dar o seu contributo ao desenvolvimento das escolas, nas áreas da dinamização socio-cultural, da psicologia, antropologia, serviço social, etc. Assumo também que que os níveis de motivação dos professores são baixos e que têm de ser recuperados, reconhecendo-lhes competência, entregando-lhes respeito, responsabilidades e apoio. Reduzindo inúmeras fontes de stress que têm e a desvalorização de que sofrem. PRECISAMOS DE 3 ANOS!

Proponho 4 medidas estruturantes para mudar Portugal, através das escolas, fazendo com que estas deixem de ser um inferno para muitos professores e alunos:  

1- Simplificação e eliminação da burocracia irrelevante dos professores, substituindo-a por aprendizagem/ formação em: Relações interpessoais; Liderança e dinamização de equipas; Comunicação; Gestão de projetos. Esta formação seria integrada num plano intenso de transformação das escolas a começar em Janeiro de 2013.
2 – Obrigatoriedade de integração destes temas em TODA a formação universitária no espaço de 3 anos e na formação de professores já no próximo ano letivo.
3 – Integração alargada das associações de pais na gestão executiva das escolas e na sua responsabilização direta pelos resultados dos alunos e pela governação escolar. Abertura à participação voluntária e responsabilização maior de toda a comunidade nos resultados das escolas.
4 – Arranque, em Janeiro de 2013, de um projeto de reformulação da aprendizagem nas escolas (discutindo e redefinindo cabalmente os curriculos e metodologias de trabalho) com a participação efetiva de todos os agentes das comunidades e intermediados pelas escolas. No primeiro ano para debate e apresentação de propostas de base local e regional, no segundo para afinação e concertação de base nacional e no terceiro para a afinação das devidas mudanças. Deveria entrar em vigor em Setembro de 2015. Nessa altura todos os portugueses estariam muito mais conscientes sobre o VALOR DA ESCOLA e sobre a APRENDIZAGEM. Atenção que o paradigma da Sociedade Hipertexto atual não é o do ensino. É o da APRENDIZAGEM que também tem atividades de ensino!

Complementarmente, deveríamos também criar projetos de cidadania nas escolas (recolocando a escola como centro de desenvolvimento das comunidades) aumentando a importância das artes, dos desportos, da saúde e da gestão no quotidiano da escola. A avaliação dos professores seria revista e melhorada, com a sua participação, integrada na sua valorização pessoal e participada com todos os envolvidos, num processo de 3 anos de transição.

Estas medidas poderiam ser integradas com outras, que irão ser alvo de forte apoio no próximo quadro de apoio comunitário, como por exemplo, a criação de um Programa de Inclusão Social de alunos e familiares de alunos em vias de exclusão, através de projetos de melhorias da escola e de intervenção comunitária. Existem inúmeras organizações e técnicos de dinamização social disponíveis para este trabalho.

Atualmente, devido à baixa execução que temos tido no QREN, há fundos comunitários disponíveis nos diversos instrumentos financeiros para investir nestas matérias, tanto nos programas POPH como no COMPETE.

Se quiserem, desenho e lidero a concretização do projeto, sem precisar de um ordenado de assessor de ministro, nem de carro, motorista ou outras mordomias ilegítimas! As pessoas sérias não vão para a política para ganhar dinheiro. Antes, para servir o desenvolvimento e o progresso.

Obrigado Raquel. Nunca teria sistematizado estas ideias sem o teu desafio. TUDO DE BOM ;-)

domingo, 16 de setembro de 2012

Democracia IRRESPONSÁVEL


Esta «democracia» funciona assim: 2 meses de promessas insensatas, 15 dias de festas e palhaçadas para mobilizar os já convencidos, 1 dia de democracia, vivido por metade dos eleitores, e 4 anos de ditadura cheia de mentiras. São momento de irresponsabilidade cruzada em que os governantes dão largas ao seu carácter e relações, muitos, servindo-se de Portugal. Nesse tempo, os tugas «conversam» na net.

Durante 4 anos, cada um trata da sua vidinha!

Uma família ou uma sociedade são coladas pela consciência coletiva e pelo cumprimento das responsabilidades individuais para com o bem comum. Assim se estrutura a confiança, ao longo do caminho que se percorre em conjunto. Assim se desenvolvem as sociedades. É tudo isto que está em causa, por inconsciência e irresponsabilidades mútuas.

O povo começa a acordar, pelos piores motivos (mais vale tarde do que nunca), … e vai para a rua gritar, enquanto alguns «........» se divertem! Talvez por pouco tempo ;-)


quarta-feira, 5 de setembro de 2012

As cábulas compensam?


No ensino (dito) superior, cabular é perder tempo, reforçando a ideia de que se é incapaz? Quem cabula estupidifica, fixa mal, não aprende?

Quem cabula, sente-se inferior, mas esperto, esforça-se por ser um parvalhão de sucesso. Demonstra que ainda não percebeu o verdadeiro sentido de «nível superior» de estruturação do conhecimento e do saber.

Outros alunos, os esforçados, marram sem aprender. Sofrem de tédio. Fixam ideias. Enchem a memória de informação sem sentimento. Ficam limitados, mas são decentes. Por medo, não usam cábulas. Crescem pouco. Demoram mais tempo a atingir os níveis mais elevados do saber. O sucesso foge-lhes!

Os alunos que mais se desenvolvem, experimentam a vida, lêem, navegam, processam informação, trocam ideias, imaginam, exploram hipóteses, buscam os detalhes, as fragilidades, para destruir e reconstruir o que os outros ensinam. Criam uma visão própria. Aprendem umas coisas no meio de umas cervejas, de uns namoros e de muitas experiências com múltiplos sentidos. Fazem cábulas, fazem esquemas, mas não os usam. Sentem o orgulho de conquistar etapas, próprias, cheias de sentimento e de sentido. Crescem mais fortes! Criam mais oportunidades para o futuro!

Aprender é experimentar apropriarmo-nos de sensações, ideias, teorias, emoções de outros, cruzando essa informação com aquilo que somos. É ganhar recursos, poder, capacidade de recriar algo novo, próprio, único, diferente, especial. É ficar mais inteligente e apto para novos desafios. É ficar melhor consigo, na relação com os outros.

Quem usa cábulas tem um sentido único, limitado. Quer ser esperto, ficando burro. Por vezes, tem boas notas, bons prémios que o ajudam a manter a ilusão. Atinge o nível superior de parvalhão. Levado ao extremo, chega a ministro. Em Portugal, e no mundo, até compensa!

sábado, 1 de setembro de 2012

Aprender é saber ... viver


Hoje, saber pintar ou desenhar, ter ritmo para tocar bateria, jogar futebol, inventar e contar histórias, navegar na Internet, fazer teatro e saber estudar pode ser tão importante como saber escrever. Permite criar ligações relevantes e empregos. Integra pessoas numa vida com sentido.

Aprender é criar poder, ganhar momentos presentes e sonhos futuros. 

É importante SABER APRENDER.

Num mundo em transformação, é preciso mudar e aprender, continuamente, para adaptar-mo-nos aos desafios da vida, sentindo que a controlamos, que nela criamos as boas relações que queremos. Por isso, APRENDER deve ser um prazer, que se cria, com disciplina, nos momentos, com os outros, com alguma diversão, com relações positivas, com um sentido claro para o futuro.

Mas não é fácil de fazer. Exige risco, criatividade, experimentação, tolerância ao erro, organização, sistematização e treino. Em contrapartida, dá poder, controlo e auto-estima, quando os resultados desejados acabam por acontecer. Dá prazer ;-)

Na nova Sociedade Hipermédia, APRENDER é SABER VIVER.

Por outro lado, ensinar é a arte de saber criar momentos e vidas felizes, confortáveis, cheios de sentido, apaixonantes para qualquer tipo de pessoas, portadoras dos seus talentos. É saber arrumar as ideias, as experiências e os momentos de tal modo que cada um os possa agarrar e recombinar, construindo os seu caminho de bem-estar, explorando confortavelmente os seus sentimentos. 

Ensinar, é liderar e criar uma plataforma segura para voar, para partir e regressar, sem angústias nem stress, com desafio e paixão.