sexta-feira, 30 de março de 2012

A amizade faz milagres!


Não precisamos da merda dos políticos, nem de políticos de merda, muito menos dos seus comportamentos indecentes. Queremos essa escumalha tonta connosco, depois de se transformarem em gente!

Nesta Era, exige-se uma trans-form-@ção adequada a uma nova sociedade, concetual. É altamente complexa, tecnológica, globalizada. Agora, cada um precisa de ser, ao mesmo tempo, agricultor, operário, executivo, artista, empático (ideia de Daniel H Pink, em «A nova inteligência»), e … AMIGO, num ecossistema que grita por socorro!

É aí que está o cerne da questão. Nesta Era, para progredir, nesta Terra que nos acolhe, cheios de abundâncias várias, de confortos para alguns e de desigualdades, precisamos de AMIGOS.

Para resolver os grandes problemas, precisamos de AMIZADES sérias, não precisamos das falsas, dos políticos da treta.

Temos de viver com Humildade para aprender, abertos para trocar e DAR, arrojados no ato de, em conjunto, por processos criativos, realistas, concretizar e conquistar. Temos de usar o potencial cerebral, recombinado a partir dos saberes (aprender, ser, sentir, pensar, fazer, trocar e objetivar), para construir, ajudar, dar. E, com naturalidade, receber. É isto que se chama, em «cristanês»: Amar!

Traz sorrisos, carinhas felizes e faz crescer.

Assim, transformaremos a sociedade pela EDUCAÇÃO ativa em todas as idades, em projetos (sonhados e concretizados) que integram a família, a escola e a comunidade, com uma verdadeira intenção de criar o BEM, numa rede global de redefinição do sucesso na vida.

Caso contrário, continuaremos numa sociedade de merda, piegas, a chorar, a ser chupados e gozados pelos políticos de merda!

Não é com guerras que faremos a mudança! É com ESPERANÇA e arrojo! Destruindo o sucesso dos «mete nojo»! Pela a ação, EDUCATIVA, com a emoção da razão que não se esquiva.

quinta-feira, 29 de março de 2012

Glórias vãs


Há alguns meses, exigi de mim uma nova e arrojada responsabilidade social: partilhar contributos para o desenvolvimento humano. De modo dedicado, tento refletir sobre o nosso desenvolvimento comum.

Embebido nas reflexões desta manhã, preparando umas aulas de Geografia Humana, recordei que, muitas vezes, esquecemos o que é básico: a existência. Mas, a existência do quê? Dos seres humanos? De cada um? De todos os seres vivos? Hoje, humildemente, reconheço que não sei a resposta, num planeta que começa a ser demasiado pequeno!

Mas há outra questão básica (filosófica) que me preocupa dia-a-dia. Como devo estar na vida, perante a enorme humildade de ser «apenas» um grão de areia de mais de 7 mil milhões, de uma desumanidade crescente, num planeta povoado de seres ancestrais e animais, num universo transcendente, carregado de energias superiores?

E a resposta surge-me assim: acalma-te, vive grato o dia-a-dia, partilhando, com a grande humildade que te ajuda a aprender, com uma serena capacidade de crescer, todos os dias, e, … ligado aos outros que te sentem, arroja-te, arrisca, avança, porque só assim se conquista.

Mas, conquista-se o quê? 

Conquista-se a paz interior numa vida interligada, enquanto este planeta, o permite. Sê humilde para aprender e arrojado para conquistar o Ser, num cosmos que não se esgota neste planeta, nem nesta vida!

Curte a vida, não a deixes passar em busca de glórias vãs!

quarta-feira, 28 de março de 2012

Fontes de poder



Há múltiplas fontes de poder! Umas externas, outras internas e outras que, estranhas, sei lá, … vêm da profundeza das entranhas, ou, até, talvez, muito para além das coisas vivas, das coisas que mexem, nascidas nas eruptivas forças energéticas do Cosmos universal.

Pouco importa.

O que vale é a sua capacidade especial de fazer com que algo aconteça com sentido, sentimento e valor. Se sinta e viva para além da simples e medíocre existência de buscar a realização pessoal pelo dinheiro e pelo poder! Pelo ato de dominar e de receber.

O maior poder, vem de dentro, da imensa capacidade de sentir, de estar e de transformar. Vem de dentro, cheio de força. Trazida, reciclada e recriada no simples ato de estar, decente, na transcendência de, com os outros, transformar momentos de nada, em magia contagiante!

O poder é energia transformada em arte! Em arte de dar.

E pouco importam as fontes de poder.

domingo, 25 de março de 2012

Renascidos na História


Ninguém nasce sozinho. Nem cresce vazio, sem gente. Sem interação, no passado e no presente. Somos «fracas figuras, renascidas, levantadas, percorrendo os caminhos do pão». Apenas vivas, iludidas pela razão. Ninguém é herói, mais do que alguém.

Ninguém cria o mundo. Apenas recria, recombina. Apenas se cria e se recria, quando acontece, a partir dos sonhos e dos legados, por outros deixados. Experiências vividas, sentidas, (imper)feitas. Legados deixados, que, efémeros, hoje, são sentidos como (per)feitos!

Exceto na tecnologia, na nova, cada vez mais nova e intensa, tudo o resto é antigo. Com milhares de anos de existência, de convivência transformadora. Pouco mudou. Pouco evoluiu nos seres (humanos), nas sensações e relações que se criaram. Daí o valor da História, do conhecimento de tudo. Para além dos momentos de glória.

Nas fases de crise, de medo, é preciso, com muito juízo, ir buscar, atrás, tudo o que a vida traz, em pedacinhos de histórias vividas, dos outros, mesmo dos que viveram sem glória. Para renascer, inspirados nos outros, fazer história! Sonhando, imaginando com calor e fulgor.

Nobre mudança


Época de crise. Tristeza à solta. 3 maduros, sonhadores. Facebook. Um blogue e um poema. Uma ideia. Que nasce e cresce, em 24 horas, 28 apoiantes, 14 ativistas dispostos a arregaçar as mangas e trabalhar para o bem-estar.

A partir de um poema. Renasce uma utopia. É arte, criativa!

Transformar Portugal. Para conquistar os caminhos da alegria que os factos e acontecimentos querem contrariar. É assim que hoje, com estas tecnologias, se constrói a vida.

Os estímulos externos desafiam os instintos. Descrentes, presos nos insucessos e nos medos de retrocessos, estávamos tristes, amargurados e parados. Afinal, não estamos impotentes, nem inertes.

Como sempre, apenas precisamos de um ideal importante que nos liberte para a conquista de coisas grandes. De mãos dadas, entrelaçadas, com fatos de muitas cores, começamos, lentamente, a mover-mo-nos para fazer florir ideias e projetos, para rir, com imensa alegria, que contagia ... para fazer uma NOBRE MUDANÇA! Positiva. Ativa. Viva e apaixonada. Livre! Cheia de amizade.

Inspirados, partilhámos e sentimos, em conjunto: Quando o cérebro humano se distende para abrigar uma ideia nova, nunca mais volta à dimensão anterior. Oliver Holmes (contributo da São). Povoar as mentes, é o que se pretende, de ideias, gestos e emoções. Que se tornem verdadeiramente nobres. (Fátima). Em que nós valemos a pena (Álvaro). Precisamos de «pessoas empenhadas, construtores com palavra de honra, sem medo de arregaçar as mangas e empreendedores. O fundamental é que haja, entre todos, sintonia. Estamos só na primeira pedra, cada coisa a seu tempo.(Lina). "Se soubesse que o mundo se desintegraria amanhã, ainda assim plantaria a minha macieira. O que me assusta não é a violência de poucos, mas a omissão de muitos.Temos aprendido a voar como os pássaros, a nadar como os peixes, mas não aprendemos a sensível arte de viver como irmãos." , Martin Luther King (Lena). "A verdadeira viagem de descoberta não consiste em procurar novas paisagens, mas sim em possuir novos olhos" Marcel Proust (Fátima) Ver o que não é atingível, é poder concretizar, na realidade, tudo com que sonhamos e acreditamos. A coesão do grupo nasce da vontade, da inclusão, do saber ser, do saber estar, do querer e saber fazer. Seremos sempre nós as ferramentas com se desbrava o caminho, com que se elabora um buraco, onde, plantada a semente, dará azo a tudo aquilo que quisermos construir. "O passado e o futuro dos seres humanos nada são comparados com a sua realidade interior" Rahlf Waldo Emerson (Fátima).Tudo o que você faz na vida será insignificante! Mas é muito importante que você faça!”, Mahatma Gandhi. (Anabela). «Traz outro amigo também», Zeca Afonso (contributo do Mário Rui) e sintamo-nos como Depois do Adeus, de Paulo de Carvalho (contributo da «prima Vera»).

Afinal, somos muito mais do que a geração tasca. Talvez deixemos de estar à rasca. Porque, de mãos dadas, guiados por ideias utópicas, sonhamos e experimentamos. Vamos tentar. Numa aldeia. Na cidade. Ou numa rede de aldeias e cidades! Com amizade.

Uma NOBRE MUDANÇA, de um Nobre Povo!

sexta-feira, 23 de março de 2012

À procura


Caminho, deambulo,
Percorro montes e vales.
Despido, sinto-me nulo.
O que procuro?
Não sei, ou talvez saiba.
Algo que já partiu.
Algo que já não caiba,
Outrora dentro de mim.
Algo que já fugiu,
Algo que já não saiba.
Para além de tudo,
Para além do nada,
Procuro-te somente a ti,
De dia, à noite, na madrugada.  

Mais um delicioso poema da Rum ;-)

Foi Deus que os fez assim?


Nascemos instintivos. Animais selvagens. Competitivos. Mas não individualistas. Apenas sobreviventes, interesseiros, quase egoístas, que precisam de proteção.

É o processo educativo que nos leva para novos estados e comportamentos. É a educação que recebemos (e que costruímos, quando crescemos) que nos transforma em pessoas comunitárias, em gente decente e gregária, ou em egoístas nojentos.

O egoísmo resulta dos interesses e ambições que temos, da perceção da escassez e da importância daquilo que não temos, mas queremos. Impele-nos à ação. Aponta-nos para a luta, para invejar e roubar, mesmo sem razão. Um dia, quando conquistamos o que tão avidamente desejámos, guardamos e não damos. Escondemos.

É esta génese que está na origem dos imaturos, meninos de coro, que, um dia chegam a duros presidentes das empresas indecentes e dos partidos impuros. Não aprenderam o prazer de dar nem de respeitar, deixaram-se dominar pela animalesca vontade de conquistar. Pela estúpida necessidade de ganhar, sempre. Porque incompetentes emocionais e indecentes mentais não sabem perder, nem viver. Mas sabem deixar morrer!

Foi Deus que os fez assim ou é por culpa dos seus pais?

Ideias arrumadinhas num Ser Sorridente


A vida está no saber Ser. Em cada momento, num contexto que envolve. Na alma de cada um, na sua ligação com o mundo. Por isso, é essencial saber sentir e Ser (emocional e instintivo). Saber estar (relacional), saber aprender (explorar e interpretar o que nos rodeia).

Também convém saber (conhecimento) saber pensar (processar o conhecimento) saber fazer (ter competência técnica) e saber decidir sobre o caminho a seguir.

Mas para viver e ser feliz, é ótimo não pensar, não refletir nem saber. Desconhecer. Ser instintivo. Aprender, sentir, trocar e, dessa forma, positiva, viver … com a natureza de Ser.

Ou, então, saber viver com as ideias arrumadinhas. Numa doce e calma harmonia entre todas as dimensões do Ser.

Mas, as mentes andam cheias de lixo, multiplicado nas informações que nos dão, que buscamos e processamos, que partilhamos. 

São tretas, deturpantes,  assustadoras e irritantes. Dispersoras. Lixo que enche. Lixo que bloqueia, lixo que mente e esconde a alma que somos, transcendente, para além do que nos rodeia.

As mentes são injetadas, desde pequenas, com lixo, pensamentos, dogmas, ideias parvas. Que, muitas vezes, as tornam doentes. Incapazes de se crescerem, de gozarem, de viverem, naturalmente.  

Tudo isto só é relevante se estiver assente, bem cimentado nesse Ser humilde, em paz, sorridente! Que, infelizmente, a maior parte de nós não aprendeu a moldar e, por isso, não sabe criar!

quinta-feira, 22 de março de 2012

Vida


A vida
cruza-se, em cada esquina,
no sentimento do olhar,
na expressão mais pequenina
A vida
percorre sem destino,
infinitas estradas,
sem saber o seu caminho
A vida
por vezes sombria,
oculta de mistérios,
enche-se e esvazia
A vida
que caminha,
por vezes na noite fria
percorre a alma,
desperta o corpo,
revela-se, em harmonia


Rum

Gostei muito e achei por bem publicar este poema da Rum, sobre a vida! Obrigado miúda. Manda mais. São partilhas, «Contributos» para a vida ;-)  

Sei esperar


A vida é uma passagem, uma via, um tempo de aprendizagem.

Uma pessoa vale o bem que faz e os males que evita. Vale o que dá, o legado que deixa. Não vale aquilo com que fica! O valor de um homem não se mede pelo que tem. Mas, antes, por aquilo que trocou. Com generosidade, respeito. Com santidade. Com sentido e jeito.

Há quem enriqueça a fazer o Bem, sem olhar a quem. Há outros que o fazem a quem paga bem! Também há vampiros, sanguessugas nojentas! Aos primeiros, agradeço, acarinho e protejo. Aos segundos, por vezes, desleixo-os. Aos terceiros, se puder, não os mato, mas apedrejo-os, com palavras e trejeitos.

Os primeiros dão. Os segundos trocam. Os terceiros sugam, secam e ainda gozam! Para estes, junto as energias da revolta, dispo-me de racionalismos e de respeitos, acumulo ódios e raivas que me dão forças. Como um felino, ajeito-me, aguardo pelo momento certo.

Animalesco, sei esperar. Sou humano e não sou santo. Sou justo. Apesar de saber perdoar, não esqueço, não me fico! 

Sei esperar, não sou o único!

Ambientes construtivos


Existe sempre a necessidade de ser decente, de respeitar, de ajudar a mudar, de ser paciente, de dar apoio para fazer emergir de cada um o melhor que tem para dar. Se queremos resultados, é preciso criar um ambiente construtivo, energético, positivo. Quando queremos fazer algo, progredir, devemos agir, transformar: CONSTRUIR.

Construímos «edifícios» com ideias claras, simplificadas e inteligíveis, partilhadas, capazes de mobilizar o melhor que existe em cada um dos construtores. Para construir, não podemos ficar parados, eternamente, a pensar e a conversar. Não construímos deitando fogo ao que existe ou demolindo as paredes que outros edificaram.

Para construir, há dois comportamentos que temos de eliminar: o de estafermo (passivo) e o destrutivo. Quem repete continuamente estes comportamentos, revela-se naquele contexto. Está desenquadrado, desalinhado, desmotivado, estúpido e bloqueado.

Neste caso, há um limite a partir do qual já nada se ganha, nada se transforma, tudo se perde. Chega a hora de o afastar. É assim no trabalho e em todos os contextos de relação. É na vida associativa, na empresa lucrativa ou na família.

Não se contrói uma vida, uma equipa, uma empresa à base de estafermos. Não se mantém uma família ou um país com a mentira, tremendamente destrutiva, que provoca o desalinhamento! Não se cria nada destruindo ou ficando quieto, pasmado, desistindo!

Nada se constrói sem um plano partilhado para o NOSSO caminho!

quarta-feira, 21 de março de 2012

Verão quente


Ontem, o Diário de Notícias apresentou os resultados da execução orçamental oficial do Estado dos primeiros meses deste ano. Resultam da governação PSD. Sem desculpas. Os dados revelam as mais suspeitas, desmentidas por discursos iludidos ou mentirosos do Governo.

Portugal está num forte ciclo recessivo que degrada a economia e leva o emprego para níveis insustentáveis. O horizonte de recuperação já não é 2012. Mas, antes 2013! Aliás como disse Miguel Beleza, na TSF, já não sabemos de que tamanho será a ponte a que o ministro das finanças se referiu. Ainda não estamos a meio.

Estamos num ciclo recessivo da economia. Por vontade dos Governos. Incompetentes, mentirosos e corruptos. Com apoiantes asquerosos. Os que estão na retaguarda dos homens do poder, mereciam … desaparecer. Mas aí estão, pagos a peso de ouro! Com o suor e a fome do povo.

Começámos na crise financeira de 2008. A injeção financeira do Estado no BPN e noutros bancos, com a retração de investimento na economia, descapitalizou o Estado, fragilizou-o. Colocou-o nas mãos dos interesses vergonhosos que ficam impunes. Estamos agora em crise económica, com o desemprego e a recessão a assumir as proporções previstas. Prometidas! Porque o PS e o PSD quiseram este caminho assim!

A seguir, entraremos na crise social e, em seguida, na crise política, enquanto avança a ofensiva americana sobre o petróleo do Médio Oriente, numa guerra que aparece, num repente ... programado. 

Isto promete um verão quente! 

Bloqueados e assustados


Cativos de medos insuportáveis, há pais que impedem os filhos de andar no facebook e nas redes sociais, com o receio de coisas fatais. São prisioneiros, condenados ao medo de voar, de conhecer, de se relacionar. Repressivos, tendem para o depressivo. Cultivam o medo, promovem a fuga, a mentira e a desonestidade, a falta de lealdade.

Sem quererem, atrofiam. Perdidos, estão velhos, desalinhados e desenquadrados. Deviam aprender a estar, a acompanhar, a viver num novo mundo que muda a Humanidade, preservando o ser humano! Precisam de coragem para rejuvenescer.

O facebook é uma sala de convívio, um espaço de relacionamento, de partilha (de tudo o que se pode trocar) higiénico, onde não se fumam charros nem se apanha SIDA. Quem sabe as suas regras prepara-se para a vida, passa a estar dentro, integrado. Quem fica de fora, descontextualizado, cria a derrota, mesmo com trabalho esforçado.

Os pais que impedem os filhos de andar no facebook, não os protegem, condenam-nos aos bloqueios do medo, à infelicidade do momento e ao sofrimento da desintegração futura, repetindo os seus padrões do passado. Não são bandidos. São pobres coitados, que precisam de crescer para deixar os seus filhos viver, avisados, alerta e integrados.

Precisam de apoio, de ser acompanhados, transportados pela mão, para sentir o prazer de conviver com inteligência e moderação.

Porque não pedem ajuda aos filhos, menos assustados?

Bichos automatizados


A família é a génese da vida, das relações e emoções. O quintal, o ninho, a plataforma de onde nos lançamos em voos para conquistar o mundo, para planar sobre os vales, montes e rios. Para conhecer, cada vez mais além. É o cantinho onde começa o caminho.

A família é a base! A escola o complemento. De um (in)feliz lançamento.

Desde que nascemos, é nas relações significativas que temos, com os pais, os irmão e os outros que nos são próximos, que nos construímos, bloqueamos ou destruímos, desatinamos. Marcados por outros destinos.

Dependemos, como um rádio, da sintonia que escolhem, da onda em que vivemos! Mas, ao fim de alguns anos, mais autónomos, somos aquilo que escolhemos. Na frequência que queremos, a partir da qual mudamos, nos limites de onda a que nos habituámos. 

Somos bichos, pássaros que saem do ninho para conquistar o mundo, como rádios sintonizados, telecomandados ou desatinados, humanos, que, a qualquer momento, podem mudar de frequência e, por acasos da vida, até saltar de onda! 

Somos bichos, quase automatizados!

Há momentos e etc.


Há momentos que nos transformam, num processo inacabado que é o trajeto da vida. Normalmente, não estão sós! São completos com etc. (outras coisas) várias, essenciais, transformadoras. São momentos e relações, interações,  emoções e sensações. Significantes, que sentimos e, eventualmente, interpretamos.

São simples sorrisos, olhares, palavras, gritos, efémeros, que nos transformam.  Ficam guardamos, provocantes. Persistem na memória.

São momentos importantes, não pelo tempo que levam, mas, antes, pelo significado que dão. Passam a ser relevantes, as sensações são marcantes em contextos condicionantes. Fixam-se na memória central, na componente emocional, com raiz espiritual. Ganham sentido. São momentos de espanto. Perduram eternamente. Enriquecem.

Nutrem o corpo, a alma e o instinto. Mudam o ser, profundamente, tocam lá dentro. Mas, efetivamente, só passam a outra dimensão quando as et ceteras se ajeitam, certinhas, arrumadinhas, pela razão. Com alguma rotina e rigor. Com consciencialização.

Há momentos e Momentos. Uns passam, outros ficam. Uns dão prazer, outros fazem crescer … o ser que nós queremos! É uma questão de opção e de muitas et cetera (outras coisas) que não dominamos!

terça-feira, 20 de março de 2012

Elogios dão Saúde


Os elogios activam o sistema imunitário. Dão saúde. Nesse setor, multiplicam-na. O elogio é um prémio que devemos dar, continuamente. O SNS possui tesouros milagrosos que importa preservar, apoiar e elogiar.

O site da Direção Geral de Saúde possui um livro de reclamações, sugestões e elogios online. Uma pérola...!

Aqui transcrevo um elogio merecido:

   "Este elogio, apesar de tardio, é pertinente e sentido.
   Passados 2 anos do acontecimento que me levou a escrevê-lo, continuo a recordar toda a EAD (Equipa de Apoio Domiciliário do Instituto Português de Oncologia) com muito carinho e reconhecimento.
   Esta equipa, que prestou cuidados de saúde à minha mãe (doente oncológica que faleceu a 15 de Novembro de 2009) foi essencial para contribuir para uma morte digna, humana. MORRER BEM torna-se um momento tão essêncial na nossa vida como o nascer bem e é, no entanto, tão esquecido por muitos.
   Ajudar o doente e as famílias a viver bem o momento da morte é, na minha opinião, mais difícil do que dominar grandes tecnologias numa Unidade de Cuidados Intensivos, foi isso que conseguimos (eu, a minha mãe e a família) com o suporte ESSÊNCIAL desta equipa.
   A minha mãe quiz morrer em casa e isso foi possível!
   Sinto que a minha mãe foi uma "privilegiada" por morar na área do concelho de Lisboa e por ser tratada no IPOFG.
   Aos dirigentes do IPOFG incito a que apoiem, reconheçam e valorizem o diamante que têm. Ao Ministério da Saúde peço, melhor ainda, reclamo que, no âmbito da rede de Cuidados Continuados, para além das unidades de internamento, sejam reforçados e reconhecidos os cuidados domiciliários como um pilar essencial.
   Para quê haver doentes a morrer em angústia no hospital quando podemos reforçar equipas do SNS de elevada qualidade a prestar cuidados domiciliários?
Obrigada EAD!
Até sempre,
Catarina Portilheiro"

segunda-feira, 19 de março de 2012

Traumas (des)necessários


Normalmente, um divórcio é um trauma. Uma desgraça, que nunca vem só. Traz agarrado um emaranhado de problemas e de sofrimentos! Eventualmente, (des)necessários.

Como afirmo em Bom Dia, a vida É! São factos que observamos com os olhos que podemos, com o cérebro e as emoções que temos, com as prisões a que nos agarramos.

Um divórcio é uma libertação de uma relação que ficou condenada. Porque as circunstâncias e/ou as pessoas mudaram. A relação transformou-se. Apodreceu. Um divórcio pensado, é um ato de honestidade emocional. Não é bom, é ótimo. Liberta!

Um divórcio faz sofrer. Muito! Mata um sonho. Por vezes, separa as almas gémeas que não souberam entender-se, aturar-se, acarinhar-se. Nesse caso, um divórcio é um pesadelo traumático!

Mas abre a porta para outros sonhos. Permite explorar novos caminhos, ter novas conversas, sentir outras emoções, descobrir riquezas guardadas em cada ser e as ilusões e tesouros de outras relações.

Um divórcio não é apenas o falhanço de não ser capaz. É um novo mundo que se inicia sobre as memórias e os tempos que ficam para trás. Que se lixem! O passado já lá está. Agora, cada dia, cada momento, é um presente que desenha o futuro. Sem traumas (des)necessários.

Com novos amigos e novos mundos!

A força do talento, político!


O talento nasce da conjugação entre a competência e a paixão. Um ser humano que se queira afirmar, precisa de conjugar talento político, intelectual e operacional. Convém que saiba relacionar-se, comunicar, pensar e fazer, aproveitando as oportunidades que cria, e as que se lhe deparam, para concretizar com sucesso e distinção.

Quanto mais medíocres forem as pessoas em qualquer competência, mais dependentes estarão dos outros e da bajulação alheia. Por isso, observando melhor, o talento político (relacional) é o recurso mais importante ao longo da vida. Não fosse Portugal, um país que cultiva a incompetência e a mediocridade, com muito talento!

Não vale a pena andar na universidade para criar competências operacionais e saber pensar com rigor. É mais relevante passar lá muito tempo a criar redes e relacionamentos, a estudar os outros. É assim que se desenvolve o talento político que facilita o sucesso.

Talvez tenha sido por isso que os governantes e o líder da oposição andaram tantos anos a «estudar». 

Mas, amigos, se quiserem ter sucesso, não lhes digam isto, mantenham-nos na ilusão de que têm talento, além do político!

domingo, 18 de março de 2012

«Passa a bola», ao infinito!


A criatividade nasce no imperfeito contraste entre organização e anarquia. Com compassos irregulares. É magia! Que cria. Resolve. Contagia. É ilusão, raciocínio e fantasia. É experiência, magnífica, que nos arrebata, numa onda fantástica de estar pleno e, logo depois, ficar vazio, para, num fôlego, acordar de novo, cheio e imenso, denso, intenso. Longe, no infinito.

A criatividade gera arte, na ligação. É partilha forte de emoção.

«Passa a bola», é a chave! Que cria, a fantasia coletiva, que nos leva para lá da realidade, limitada e triste, de cada um.

A criatividade nasce no «passa a bola», que em etapas contínuas, planeadas,  irregulares expande os horizontes, nossos e dos demais. Sussurra-nos: acompanha, continua, aproveita e acrescenta.

«Passa a bola» é a base de um modelo coletivo, aquele que, no presente, num repente, num ato inesperado e puro, incha a gente, num processo irregular, flexível e pouco duro. Nasce em paisagens mentais que  ultrapassamos sem naves espaciais. Nas memórias que partilhamos e perfilhamos com os demais.

Como diz Manuel Tavares: «com o passar dos anos começo a chegar à conclusão que não há limites para a criatividade...apenas etapas :-) e … fazem tanta falta boas paisagens mentais!», que nos apoiem a caminhar, imaginando, para lá dos limites dos fractais.

 

É certo, como o destino


Viver é como descer dentro de um rio desde a nascente. O percurso certo é o destino, seguir e perseguir a corrente. Ela guia-nos, enquadra-nos, arrasta-nos, espanta-nos intensamente, em momentos turbulentos ou em caldos de serenidade, de plena simplicidade, leva-nos ao imenso universo, do mar aberto para a eternidade.

No início, a corrente é mais forte do que a infante sabedoria. O rio guia.

Mais tarde, selvagens, o rio puxa. O jovem estrebucha. Seguimos juntos. De vez em quando, fugimos. É o destino que nos empurra. Tocamos as margens, por momentos. Podemos emergir, sair do rio, correr, entrar na floresta que o bordeja e perdermo-nos por ela adentro. Ou, simplesmente, deitarmo-nos na praia, a descansar.

Somos adultos. Escolhemos. O rio assusta! Continuamos, seguindo o fluxo, o rio que nos transporta. Ou largamos o destino e perseguimos, por vezes sem tino, um caminho que nos desperta. Que nos afasta.

Se não saímos, seguimos. Livres, na corrente, condicionados. Em alternativa, vagueamos, perdidos, ou achados, na floresta. Tristes ou em festa. Até que, por acaso, encontramos um rio. 

De acordo com o destino, naturalmente, velhos, cansados ou resgatados. Estamos no mar, imenso, denso, que pode estar calmo e doce, manso ou irado, neste universo que nos transcende!

É certo, como o destino.

Salazar


A marca Salazar será relevante? Claro que sim. Há quem goste de o consumir. Tem força, distinção, é emocionante. Para alguns, extasiante. O negócio aproveita tudo o que gera lucro. Mesmo que seja indecente.

A marca de Salazar foi relevante? Claro que sim. Como comprovam os programas de António Barreto: Portugal, um retrato social, produzido pela RTP, em 2006. Vale a pena revê-los no YouTube! Revelam a marca de Salazar em Portugal. Não foi boa. Mas relevante.

Não vale a pena discutir o seu papel! É evidente a diferença que, na sua época, cavámos em relação à Europa desenvolvida. É esmagador o atraso escolar que tivemos. É miserável a pobreza e as diferenças que criámos no meio rural. 

Não é um ato ideológico que o permite afirmar. São factos! Dados concretos. Como a criação da PIDE e do Tarrafal. Foram atos que marcaram o presente e o futuro Portugal.

Foi o que foi. Um indivíduo que, hoje, podemos julgar. Como faremos, daqui a tempos, com Sócrates e Cavaco. Homens importantes! Seres que tal como o outro, marcam Portugal. Marcas que ficam, para, no futuro, criar produtos de base comercial. Circunscritas às terras em que nasceram e aos consumidores que as quiserem!

sábado, 17 de março de 2012

Hei-de morrer!


Ousei experimentar.
Ousei sentir.
Ousei amar e rir.
Ousei correr e saltar, voar e cair.
Ousei. Falhei. Ganhei. Perdi.
Ousei. Simplesmente, imensamente, vivi!

Não me perdi. Não deixei a vida passar.
Mas, sofri. E com sofrimento, cresci.

No dia em que morrer,
morro calmo, sorridente,
porque acreditei,
porque tentei,
porque chorei,
porque ri,
porque me emocionei e senti.
Porque nasci e, serenamente,
a andar, a correr, a voar e a cair,
simplesmente, vivi!

Nasci um dia e,
naturalmente,
um dia,
hei-de morrer,
cheio de vida,
porque ousei sentir e viver!

E assim se faz o amor pela vida!

sexta-feira, 16 de março de 2012

Três Pedros e uma Helena


Há 27 anos, numa aula de Francês, ouvia a Helena Azevedo, professora de metro e meio, e pensava: «Se um dia for professor, serei como ela: enérgico, dedicado, sempre disposto a ajudar. Ela nunca desiste dos alunos, não nos deixa desertar». Que espetáculo de gente!

Anos depois, apaixonei-me pela nobre arte de desenvolver pessoas. Por isso, sempre que posso, reflito, aprendo e escrevo sobre o tema.

Tenho 3 amigos Pedro, professores especiais! Por vezes, trocamos experiências e palavras sobre a paixão que nos une.

Três «lições» deles, vivem no meu coração: «Façam-nos trabalhar, é assim que eles aprendem. Nós só temos de ajudar a descobrir o sentido do saber»! «Eles adoram descobrir as coisas em grupo e construir relações para perceberem o que os envolve»! «É preciso ter paciência, orientá-los, com disciplina»!

Acrescento uma aprendizagem: «desafia-os, provoca-os com respeito».

Faço isto com a atitude da Helena, «aquela gaja pequena, de cabelo encaracolado, que andava de colete e organizava coisas com os alunos». Essa meia-leca que, primeiro, transformou o ódio sobre o Francês numa disciplina aceitável e, mais tarde, num professor apaixonado!

Quem imaginaria a força da paixão, combinada com o estudo e a razão!

Combinação explosiva

Tenho 45 anos, uma licenciatura, um mestrado, uma vida cheia, uma vasta experiência profissional. Coisas normais da minha geração! Mas sou um simples mortal, um turista acidental na Terra que conhecemos.

Deprecia-se a geração rasca (mais nova) e a seguinte, à rasca. Numa e noutra, como em todas, existem pessoas excelentes e, outras, indecentes. Uma, outra, e nós também, são incongruentes. Mas, sinceramente, a minha geração é mais rica! É rasca. Está à rasca, adora tasca e começa a ficar podre, copiando de modo fidedigno a anterior.

Crescemos num mundo libertino, fomos à escola entre 1973 e 1993, inspirados pelo liberalismo compulsivo e pelo revolucionismo bacoco! Deixaram-nos viver. Com menos regras e mais ambições, numa transição entre a sociedade rural que fomos e a urbana em que estamos.

Mudámos! Criámos ilusões, rompemos limites, aprendemos a consumir sem tino, conhecemos o progresso e, agora, finalmente, experimentamos uma simples imagem do insucesso. Não estamos preparados.

Esta geração, educada com as anteriores, não é boa! Anda à toa. Sem grande poder de reflexão. É egoísta, individualista e consumista. Arrogante, imagina-se decente! Desorientada, cria problemas às gerações seguintes. Pelo que vejo à minha volta, esta geração está doente. E o mundo mudou, muito de repente, entre festas e sonhos heróicos de uma vida pouco pertinente!

É uma combinação explosiva com que muitos não sabem lidar.

quinta-feira, 15 de março de 2012

Estafermos e execráveis


Portugal é um país com inúmeros estafermos e alguns (imensamente) execráveis! No meio fica uma quantidade enorme de gente que procura empreender com decência, trabalhar, progredir e crescer.

Para quem não saiba o significado do que afirmo, nada como, de vez em quando, passear pela biblioteca da Internet. No dicionário informal de português (do Brasil) encontramos diversos «sinônimos» para o nosso português magnífico que, felizmente, de tempos a tempos, é acordado. http://www.dicionarioinformal.com.br/

A língua portuguesa é magnífica! Deliciosamente criativa. Para cada termo há uma extraordinária variedade de vocábulos.

De acordo com esta fonte, execrável é odioso, insuportável. Estafermo é um incompetente, que não sabe fazer nada, basbaque, espantalho, empecilho. Há alguns que são capazes de juntar estes atributos numa mistura miserável! Normalmente, buscam lugares no campo da política.

Se alguns dos nossos políticos investissem tempo a conhecer a língua, enriquecendo a sua cultura sentimental e pensamental, poderíamos ter um país magnífico. Pelo menos, diversificado e criativo.

Nos últimos tempos, os sinónimos de execrável foram acrescidos de outros títulos relativos ao «politicamente correto»: mentiroso, corrupto, ladrão, entre outros.

Se a coisa continua assim, um dia, execrável passa a ser o sinónimo para ministro (palavra que significa respeitável conhecedor, responsável pelo ministério da causa pública, capaz de nos guiar com sapiência). Nessa altura, teremos uma nova carreira de governação em que o responsável máximo será o «primeiro execrável».

A avaliar pelo que temos visto nos últimos governos, estamos perto!


Texto dedicado ao Augusto Cunha, que adora a palavra Execrável! ;-) , escrito de «Acordo com uma Nova Ortografia Imaginária», a minha, a de um simples e humilde analfabeto!  

quarta-feira, 14 de março de 2012

Governar não é gerir


Governar (um país) é trabalhar para o tornar sustentável, próspero, desenvolvido, seguro, capaz de se constituir num espaço de interações e relações que geram bem-estar. Havendo, todavia, a necessidade de estar no mundo com uma economia sustentada e uma política decente!

Gerir (um país) é governá-lo para produzir riqueza. Para criar lucros, para remunerar uns tantos e criar externalidades, resultados que se verificam na relação com o exterior! Mesmo que no interior haja mal-estar, sofrimento, desagrado para alguns, cerca de metade da população!

Ter uma empresa é divertimento ou sofrimento, uma coisa pessoal.

Ter uma pátria é algo superior, de base animal. Ter uma Pátria é ter uma Terra que faz parte de NÓS, uma comunidade especial!

Por isso, me questiono muito: As prioridades deste e do anterior governo não estarão pervertidas? Serão justas e decentes? Será que o povo se sente feliz e reconfortado com estas opções e prioridades? Será que o Cavaco Silva, o António Mexia, o Ricardo Salgado, o José Sócrates e o Passos Coelho possuem um estatuto moral capaz de dirigir uma Nação e reconstruir uma Pátria? Será que o povo está descomprometido com as escolhas que fez, com a inação que tem?

Portugal é um país, uma Pátria. Não é uma empresa, governada por uns quantos que fazem gestão financeira!

terça-feira, 13 de março de 2012

A Humildade faz a força

Neste formigueiro em mudança que são as cidades, ligadas entre si, precisamos de regressar às raízes do desenvolvimento humano para gerar soluções. As antigas propostas da esquerda e da direita deviam ser deitadas para o lixo, procurando aproveitar o que de bom existe em cada uma, reconvertendo-as numa perspetiva humanista e ecológica.

Provavelmente, a Humildade será o elemento estrutural da mudança e do desenvolvimento pessoal. A boa Comunicação poderá ser o cimento que permite edificar uma civilização de progresso! 

A Humildade é uma atitude, um estado espírito! É abertura, ação, experimentação, aprendizagem. A Comunicação é a prática de trocar, de tornar comum, de partilhar. É Escutar e Mostrar, de modo inteligível.

A Humildade faz a força (interna) e a União faz a força (externa), através da comunicação. A União nasce da partilha, do respeito, da aceitação, da negociação, numa busca de concertação. Chega-se a ela quando se procura um sentido e um caminho comuns, que otimizam benefícios mútuos e múltiplos. Quando se quer, quando se precisa!

Será tão difícil de perceber?

Estúpido desperdício


Sentado no quarto de hotel, no 10º piso do prédio mais alto de Guimarães, às quatro da madrugada, deleito-me com os milhares de luzinhas acesas por esta cidade afora! São imensas, desnecessárias. Quase ninguém anda nas ruas. Depois das duas da manhã, lá em baixo, passa um carro de 10 em 10 minutos: da polícia, do lixo, um táxi, um camião e pouco mais!

Se houvesse um sistema de regulação da intensidade das luzes ou um programa informático de gestão de candeeiros, poderíamos poupar 20 ou 30 ou 50% da fatura elétrica da iluminação pública. Sem prejuízo, sem insegurança acrescida. Quanto seria em Guimarães? E em Portugal?

Se os arquitetos, engenheiros e autarcas se preocupassem com este pormenor, recuperavam dinheiro suficiente para liquidar algumas dívidas. Mas, se fossem intelectualmente evoluídos, investiam-no na Agenda 21 Local, na sua própria formação, na dos adultos e na educação. Fomentavam o aparecimento de pessoas mais capazes de evitar desperdícios e gerar soluções! Promoviam civilidade e mais empreendedorismo (responsável), até emprego tecnológico!

Desperdiça-se tanto recurso por estupidez e desatenção!

domingo, 11 de março de 2012

Conta-me tudo


Os filhos existem para nos ensinar. São os alicerces, as ferramentas para aprender, para nos descobrirmos! São o mapa do tesouro. Escavam cá dentro, no ser profundo e rico que é cada um de nós. Abrem-nos e obrigam a descobrir as forças e os recursos que somos.

Os putos, por vezes, à noite, querem uma história, para, encantados com a vida, poderem dormir melhor. Noutros momentos, querem descobrir a vida para além da sua própria experiência. Querem ligar-se a nós! Pedem-nos: «Conta-me tudo».

É como se dissessem: «Recorda o mais importante que sentiste, aprende e passa-me toda a tua experiência relevante. Ajuda-me a sentir para descobrir a vida! Mas deixa estar, não me ensines, o resto, eu aprendo»

Eles sabem!

Alguns de nós, adultos, seres estúpidos, não contamos histórias, ficamo-nos pelas regras e obrigações, pelo ensino das coisas certas e das ilusões. Damos bens quando eles querem o além: TUDO! Tudo o que está para além da sua imaginação. Tudo o que realmente conta para a emoção. Esse alicerce única da razão...e da vida. Querem-nos!

É como se dissessem: «Deixa-te de tretas, cresce, por favor, liga-te a mim, ajuda-me a descobrir, acarinha-me, conta-me tudo. Assim, ficas ligado a mim e descobres ... TUDO!

Quando não há filhos, há outros. Conta-me tudo!

Não sabem esperar?


Não é nada de novo. Apenas uma recordação relevante. Muitas vezes, o que importa é saber esperar! Ter paciência. Saber respeitar os ritmos do corpo, da vida, da Terra, dos outros, os compassos próprios do Cosmos que nos envolve, em diferentes escalas.

Saber esperar é cultivar a Paz com Ciência: a Paciência!

A Paciência cultiva-se como qualquer virtude. Ensina-se, treina-se, pratica-se. É um indicador de amadurecimento. Uma bengala que ajuda a caminhar para a felicidade, com serenidade.

Quem espera (ativamente) sempre alcança! Quem espera, com paciência, tem muita ciência da vida. Destrói a parte mais pesada da ansiedade, a angústia de não controlar.

Mas muita malta, nova e velha, estrebucha e grita, impaciente, em busca de uma felicidade que nunca encontra! Porque não sabe esperar o tempo necessário para ver brotar, da semente que entregaram ao solo, um raminho, que depois de florir, dá um fruto que se pode colher.

Não sabem esperar. Paciência! Sabem sofrer!  

Simples lobos


Um dia, já lá vão 30 anos, sentado na imensidão do mundo, numa pedra, junto ao Tejo, escutei as palavras do velho mestre índio que me traz a sabedoria da imensidão eterna do universo interno que somos.

Pedi-lhe ajuda: Explica-me! Porque agem assim?

Respondeu: Não lhes ligues. Deixa-os estar, respeita-os, como fazes a todos os outros animais que encontras na pradaria. Eles vestem roupas para cobrir o corpo. Para se distinguirem uns dos outros. Para se refugiarem da natureza e da luz. Tapam os olhos, o coração. Escondem-se da vida atrás das ideias e das coisas que imaginam ter e sentir. Fogem-se de si, presos pelos seus medos. Usam um fato para estarem de acordo com a matilha e terem a certeza de que são assim.

Faz como eu. Vive, vagueia. Sê lúcido, sereno. Não te importes. Segue o teu caminho, inventa-o, goza-o, aqui e agora, com os olhos no futuro. Respeita-os. Mas faz-te e mantém-te livre, autónomo, decente. Por estes motivos, sou respeitado e feliz.

É o que eles querem: ser respeitados e felizes.

Como não são capazes de o conseguir sozinhos. Engravatam-te com uma coleira, prendem-te, querem-te ao lado deles, submisso, como um cão. 

Não te querem altivo como um lobo. És uma ameaça. Por isso, fecham-te, longe dos espelhos. Não suportam ver a tua silhueta por detrás da deles, no reflexo das suas vidas. Não suportam ver uma alma mais livre e feliz do que a deles, que invejam.

Os lobos, sem quererem, são fantasmas que eles imaginam que os perseguem, como cães assassinos de uma matilha de caçadores! Mas tu, como eu, somos, simples lobos! Livres e decentes. Respeita-nos: Vive. Não te importes, a vida é rica demais para te prenderes!

sábado, 10 de março de 2012

Campeões europeus da inovação


Portugal é um país de paradoxos. Somos conservadores, mas, também inventamos tudo, numa fúria de inovação adaptativa. Esta qualidade faz parte do código genético nacional, da nossa Identidade. Somos tão geniais que, por vezes, parece que vivemos num país surreal.

Descobrimos o mundo com barcos que inventámos, juntando a sabedoria de múltiplas civilizações. Conquistámos terras, colonizámos, transformámos gentes, recombinámos tudo o que foi possível. Criámos o capitalismo mercantil. Aprendemos a trocar e a vender quase tudo. A fazer dinheiro com o que nos garanta consumo e luxo.

Inventámos a via verde e o multibanco. Somos um país de uma enorme riqueza gastronómica. Recriamos, adoramos fugir ao padrão.

Mais recentemente, insatisfeitos, criámos uma nova lógica relacional entre países. Compramos colonizadores asiáticos e africanos, grandes povos dos novos mundos. Atraímos investidores para dominarem os fatores estruturais da soberania do país! Foi isso que fizemos no caso da EDP e de outras componentes importantes da economia.

Dentro de poucos anos, perante a insustentabilidade política, nacionalizaremos estas empresas, recuperando a sua soberania, provavelmente para a revender, em saldos, logo a seguir!

E, podem ter a certeza, a Europa vai copiar!

Somos lixo, não reciclável


A velhice é uma fase do percurso da vida. É pessoal e circunstancial. É um estado, físico e de espírito que associa uma perda de autonomias. Pode ser um período triste, natural ou até reconfortante da vida. Depende de nós, de cada um e do seu contexto.

Hoje, a velhice é o lado feio da existência. A degradação humana. O abandono. É comum ouvir os velhos dizer: «Somos lixo. Atrapalhamos. Ninguém nos liga.» A velhice é triste, quando a sentimos assim, assistimos à morte dos entes queridos, estamos sozinhos. Quando já não se pode contar com os outros. Apenas restam os lares.

Lar, para um pobre, é um asilo, um poço de mortos. Mas, se o velho tiver dinheiro, muda um pouco o panorama. Pode ficar num lar de luxo, num hotel ou residência assistida. Nestes casos, a família está mais presente, pelo menos, para ficar com a herança.

Já sabíamos que a velhice dos pais é um fardo para muitos filhos. Para a grande maioria. Um fardo social e económico. Um motivo de vergonha e desconforto. Os filhos são, também, o fruto da educação que os pais lhes deram e do que se fizeram na vida!

Mas nunca imaginei que a velhice fosse um problema! Recordo: a velhice é um estado, uma etapa da vida que deve ser digna, de uma PESSOA. De alguém que precisa de convívio, de participar, nas suas circunstancias, de estar aceite, sentir-se respeitada, querida, integrada.

Lamento, mas nós, somos uma vergonha! Para qualquer civilização que nos trouxe até ao «progresso», não somos os filhos pródigos. Somos os mete-nojo, as ovelhas ranhosas que estão dispostos a enfiar os velhos em asilos! Para os deixar morrer, longe da vista!

Estas gerações, são lixo. Não reciclável.

sexta-feira, 9 de março de 2012

Voam por aí, à conquista do mundo!


Muitos dos melhores alunos dos últimos anos em arquitetura já emigraram. Há alguns anos. Andam por aí, por esse mundo fora. Têm trabalho, ganham experiência, encontraram no estrangeiro as oportunidades que o país não soube criar na sua geração. Estão no Dubai, em Barcelona, em Copenhaga, no Brasil, na China...

Arriscaram, investiram, quiseram dar o salto para, um dia mais tarde, mais sabidos e experimentados, com redes internacionais criadas, trabalharem em todo o lado com estas novas tecnologias. Deram corpo ao sonho de fazer vida na sua paixão, fora de um país pequeno para a sua ambição e qualidade, deram asas à criatividade.

Muitos portugueses, como sempre se disse, são excelentes. Criativos e comunicativos, desenrascados. Valem imenso. Mas, em Portugal, estavam tramados, não teriam espaço para, com desembaraço, criarem mundos que as suas pontes eram capazes de visionar. Foram-se! Um dia, muito dificilmente poderão voltar.

Ficamos mais pobres aqui, mas mais livres pelo mundo. É a diáspora natural de um país como Portugal, nesta sociedade hipermédia, global. 

Apesar de tudo, não é uma triste sina. Eles não fugiram, simplesmente ambicionaram e voaram. Mas o que os alimentou, foi o atraso de mentalidades, a má educação, a desorganização e a tacanhez de muita gente neste Portugal. Ambiciosos, «fugiram» desse aspeto triste. Para conquistar o (seu e nosso) mundo. Iniciaram os (Re)Descobrimentos!

Texto escrito de «Acordo com uma Nova Ortografia Imaginária», a minha, a de um simples e humilde analfabeto!

Grandes animais


Quando alguém pergunta, pede ajuda!

Pode-se ajudar. Responder à dúvida ou, simplesmente, requestionar! Em ambos os casos, corresponde-se. Mas, nem sempre, se faz avançar.

Quando, de imediato, se responde à dúvida, dá-se segurança. Indica-se o caminho. Dá-se uma ajuda que, num instante, pode fazer crescer, mudar. Mas nem sempre. Por vezes acalma demais. Aconchega. Não cultiva o excelente hábito de se questionar.

Sou inútil, um bandido, irresponsável, estúpido, se, do alto da minha sabedoria (sempre limitada), com ousadia e arrogância, preferir humilhar: - Que pergunta estúpida! Não sabes pensar?

Assim, não ajudo, desrespeito, enxovalho. Mato o prazer de questionar, de pedir ajuda e de se relacionar. Nesse caso, a pergunta foi a arma que o outro me deu para o matar, foi cúmplice, sem pensar. Mas... o assassino é, afinal, quem podia e devia ajudar!

Pede-se ajuda aos pais, professores, diretores e «amigos». Pessoas relevantes que num momento único, sem querer, podem esmagar. Infelizmente, alguns têm prazer em o fazer, diariamente! São uns tristes mortais que fazem bullying com a gente. Grandes animais!

Texto escrito de «Acordo com uma Nova Ortografia Imaginária», a minha, a de um simples e humilde analfabeto!

quinta-feira, 8 de março de 2012

Deus existe


A minha filha acredita que Deus existe! Aprendeu, descobriu. Fez o saboroso percurso da dedução e descoberta. E, com naturalidade, afirmou, no elevador, a caminho da escola: Pai, Deus existe mesmo. É uma força, uma energia superior a nós. É a lógica do Universo!

Não quis concordar, para não criar mais uma convicção precoce, um preconceito que nos aprisiona. Mas, efetivamente, acho que sim!

Não a ensinei, ninguém o fez. Apenas deixámos que ela percebesse quão ínfimo é o ser humano perante o Universo. Sem religiosices, cientificidades limitadas, lamechices e pieguices. Deixámos que descobrisse um sentido para uma das mais significativas e irrelevantes dúvidas que nos assaltam. Ela, descobriu, com simplicidade, que, de facto, Deus existe. Resolveu um problema. Criou uma solução, válida!

Para nós, Deus não é o santo das barbas que julga, pune ou ajuda, que define a fé e a vida. Deus é, simplesmente, o inexplicável da vida. É uma força, muito superior à nossa capacidade de o racionalizar, mas muito próxima de se descobrir através da existência, da contemplação e da meditação. Não é uma via. Antes, uma constatação! 

Estou seguro. Deus existe. E o destino (com contornos que desconheço) também. Já o comprovei, já os experimentei. Deus não é só fé, nem é razão, nem emoção. O destino também não. Só me falta saber se há almas gémeas e reencarnação. Mas, aí! Tenho fé!  

Sem nos dedicarmos à religião ou a qualquer moral que aprisiona a vida e a razão. Somos livres. Porque sabemos que Deus existe! Mais lúcidos e livres que a ciência que o nega, em ilusão.

Texto escrito de «Acordo com uma Nova Ortografia Imaginária», a minha, a de um simples e humilde analfabeto! 

quarta-feira, 7 de março de 2012

Um feudo esquizofrénico!

Portugal é um país de desenvolvimento elevado;). Tão rico que desperdiça a inteligência e a competência de talentos geniais. 

É uma terra de normais que se orgulha de excluir os diferentes, chamando-lhes «artistas», «criativos», «visionários», «dispersivos», «lunáticos». 

Portugal é um feudo de «anormais» que se julgam ilimitados, onde um génio criativo ou resolutivo é menos respeitado que um limitado depressivo. Principalmente, se tiver um canudo!

Portugal dá-se ao luxo de abandonar os melhores que já vi a inventar um conceito, a tocar uma guitarra, a escrever uma tese, a organizar um modelo de investigação. Não os sabe enquadrar numa organização. Só se se safarem por si! Ninguém lhes dá a mão.

Portugal ainda é um país dominado por gente limitada que se assusta com o novo e com malta especial, capaz de desestabilizar e pôr em causa a força brutal (estúpida) da limitada razão!

Assim desperdiçamos pessoas e talentos, recursos de desenvolvimento e inovação. Portugal é um país rico...em desperdício e em pessoal cinzento.

Portugal é uma país menor na criação de «inovativo» pensamento. É um cantinho esquizofrénico que rejeita a esquizofrenia dos criativos porque não a entende. É um cantinho fechado para a abertura da mente, para o diferente. Apesar de estar mais desenvolvido do que antigamente!